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Dislexia

Por:   •  14/4/2015  •  Resenha  •  1.448 Palavras (6 Páginas)  •  619 Visualizações

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CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOPEDAGOGIA

RESENHA CRÍTICA

BAUER, James J. Dislexia: ultrapassando as barreiras do preconceito. Tradução: Maria Ângela Nogueira Nico. São Paulo. Casa do Psicólogo. 1997.

O livro conta a trajetória real de um menino chamado Bauer.James (1997), ele escreveu um livro acerca de sua experiência com a dislexia da pré-escola até a escola técnica. Na pré-escola tinha uma vida pacata em uma fazenda onde morava, lembrava-se dos detalhes minuciosos que o cercava naquele lugar. Considerava-se um garoto inteligente, apesar ainda de não ter passado pela experiência escolar, sabia muitas músicas, sobre cowboys e dinossauros, sabia como escalar árvores e até a colher maças. Bauer estava ansioso pela sua entrada na escola, assim como outras crianças na sua faixa étaria estariam ao se inserir nesse novo mundo.

Logo na sua chegada a escola foi-lhe apresentado um mundo novo, onde ali ele se deparava com uma série de regras que seriam seguidas dentro da escola. Uma delas seria a separação de grupos de leitura, cujo grupos eram divididos pelo desempenho de cada um. Logo, os grupos eram expostos para a leitura em sala de aula e, de acordo com o que era apresentado, a professora se manifestava positivamente ou negativativamente. No caso de Bauer, negativamente. Era notório pelas crianças a distinção que era feita entre os “bobos” e os “inteligentes” e isso era exposto e reforçado pelo próprio professor.

Beuer mal sabia que ali começava a sua grande jornada na luta para acompanhar a “máquina da aprendizagem”, definida assim por ele. Logo sua mãe soube do seu fraco desempenho exigindo-lhe que se “esforçasse mais”. Ali começava a aflorar sentimentos piores possíveis devido à situação que lhe era colocada. Sensação de impotência e incapacidade começaram a ganhar espaço pela sua dificuldade. Apesar de se mostrar interessado pela leitura, havia a dificuldade enorme de executá-la, havia limite e confusão diante das palavras.

Beuer começou a se deparar com situações que lhe colocavam a prova o tempo todo da sua dificuldade. Era comparado com outros meninos da sua idade, com seus amigos de turma e sentia-se profundamente inferiorizado, fazendo com que cada vez mais houvesse uma barreira entre ele, a escola e o convívio social. Beuer começou a desenvolver reações ansiogênicas em relação ao contexto escolar e as suas frequentes mudanças de escola lhe propiciavam ainda mais para isso. Percebia sua compreensão na leitura falada, mas a dificuldade na leitura e escrita lhe perturbava cada vez mais.

Fora dos padrões impostos pela sala de aula - que mais uma vez adotava o sistema de distinção de grupos com melhores desempenhos - sentia-se envergonhado e intimidado com a falta de habilidade no campo da leitura.

O tempo se passava e Beuer cada vez mais se deparava com o sentimento de inferioridade e a frustração da sua dificuldade. Passava a se relacionar somente com crianças pequenas e encontrava refúgio na sua “televisão e batatas fritas”. Sempre tentando acompanhar a “máquina da aprendizagem” Beuer só ouvia: “ esforce-se mais”. Ouvia isso dos professores e dos seus próprios pais, fazendo com que ele se sentisse ainda mais fracassado em não alcançar as expectativas das pessoas que eram significantes para ele.

Beuer buscava outros tipos de atividade que não envolvesse o contexto de uma sala de aula, descobriu outras habilidades em si. Se interessava por vários tipos de atividades que não em forma de leitura, mas raramente não se confrontava com tais situações. Quando se saiu bem em um teste de desenho, a professora decidiu não lhe dar a melhor nota, por achar que ele não merecesse, mesmo não envolvendo o campo da leitura e escrita. Isso fez Beuer pensar mais uma vez da sua capacidade de produzir algo de bom, sentindo-se desestimulado e limitado. Sentia-se fora da sociedade, inútil e sozinho no mundo com seu problema.

Em certa escola, no primeiro colegial, a professora deu aula de uma forma mais dinâmica fazendo com que a classe se interessasse mais e fazendo com que Beuer se descobrisse como um esperto ouvinte.

Convencido pelo seu irmão, logo tornou-se voluntário em um hospital. Sentia-se familiarizado com aquelas pessoas “esquecidas”, que viviam em um sistema que não tinham controle algum. A partir disto, foi impulsionado pela vontade de ingressar na faculdade, mas diante de suas dificuldades o seu pedido foi negado pela escola. Sem muitas alternativas, decidiu fazer um curso técnico. Além da sua dificuldade de aprendizagem, tinha que lidar também com as frustações das ofertas de trabalhos negadas, a falta de amigos e as frustrações amorosas. Tinha muita dificuldade de lidar com as frustrações devido ao seu repertório extenso delas. Vinha à tona tudo que lhe havia passado. A inquietação perante aquela situação de ansiedade e medo. Foi então que decidiu procurar ajuda, mesmo querendo sempre camuflar o seu problema.

 Teve o primeiro contato com alguém que quisesse realmente lhe ajudar, que logo lhe falou sobre a dislexia, mas também lhe mostrou o quanto tinha capacidade. Beuer começava a sua jornada com as letras, sentia-se embaraçado, mas logo surgiu o interesse por livros, artigos... Recuperou sua autoestima, passou a se relacionar com outras pessoas e até amorosamente. Venceu a luta contínua consigo mesmo e buscou na dislexia suas vantagens e desvantagens. Vantagens citadas como: facilidade de memorizar melhor as cenas cotidianas com até riquezas de detalhes; resolver problemas e ter soluções de maneira diferenciada; habilidade verbal, dentre outras. Em suas desvantagens ele enfatiza o que chama de “O Complexo de Impostor do Disléxico”, denominada assim devido a confusão causada na mente do indivíduo que é disléxico, que sabe das suas habilidades para várias coisas e a total precariedade em relação a leitura e escrita. Em uma pesquisa desenvolvida por ele, a autoestima o preocupa, pois os indivíduos que possuem esse distúrbio de aprendizagem têm grandes problemas nesse aspecto. Por fim, ele lista seis teorias de como seis indivíduos que possui dislexia enxergam sua inabilidade particular em alcançar a “máquina de aprendizagem”.

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