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Dispersao Do Pensamento

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Por:   •  11/10/2014  •  1.429 Palavras (6 Páginas)  •  298 Visualizações

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A Dispersão do Pensamento Psicológico

A definição do objeto de estudo da Psicologia sofreu alterações ao longo do tempo, o que é ressaltado por Gomes, ao considerar que “da alma substancial da Psicologia racional ao ‘eu’ fenomenal da Psicologia empírica o progresso em direção do psiquismo foi enorme, pois o objeto da Psicologia desceu do céu transcendente da metafísica para o solo fenomenal da ciência”. Desde o inicio, a Psicologia já se configurava como um espaço de dispersão do pensamento psicológico, ocupando um espaço intermediário entre as ciências da natureza e as da cultura. Para Penna (1997), tal dispersão do pensamento psicológico é “ irremediável”e a sua unificação “impossível”, pois reflete a extensa dispersão sofrida pela Psicologia “imposta pela utilização de perspectivas epistemológica, metódicas e conceptuais totalmente diversas”.

Estruturalismo

Eduard Bradford Titchener (1867 – 1927), marcou a clara decisiva divisão entre a Psicologia estruturista, de Wundt, e a funcionalista, com Franz Brentano (1838 - 1917) na Europa e William James (1842 – 1910) na América.

Titchener, defendeu a prioridade do estruturalismo por meio de um projeto que considerava tarefa fundamental da Psicologia, isto é, a analise da consciência em seus elementos, na direção de determinar sua estrutura.

Começou, então a desaparecer a concepção de homem como “unidade psicofísica” e em seu lugar, surgiu o “paralelismo psicofísico”, que defendia a idéia que os atos mentais ocorrem concomitantemente aos processos fisiológicos. Para isso, Titchener recorreu ao método da introspecção experimental sistemática em laboratório, onde sujeitos experimentais eram treinados para observar e descrever, com objetividade, suas experiências subjetivas. Titchener acreditava que os processos mentais mais complexos também poderiam ser estudados em laboratório, o que requeria uma observação realizada com pleno controle das variáveis e susceptível a se repitir. Desse modo, tal proposta não alcançou muita projeção no processo de desenvolvimento da Psicologia e desapareceu logo após a morte de Titchener, apesar de sua significativa influencia no campo da Antropologia e da Lingüística

Funcionalismo

A Psicologia das funções mentais por James R. Angell (1869 – 1949), trabalhada em laboratório por Harvey A. Carr (1873 – 1954), não pretendia ser uma teoria sistemática, mas sim, uma atitude ou modo de enfocar os fenômenos psicológicos.

Precursor deste projeto, William James desenvolveu o preceito básico do funcionalismo americano “ o objetivo da Psicologia não é a descoberta dos elementos da experiência, mas o estudo das pessoas vivas em sua adaptação ao ambiente”.

O Funcionalismo situou os estudos psicológicos no campo das Ciências Naturais, próximos a Biologia e a teoria evolucionista de Darwin, com ênfase nas variações individuais e na observação naturalista. O funcionalismo definia a Psicologia como “ciência dos processos e operações mentais”, interessando-se não mais pelos conteúdos e sensações, percepções, emoções, vontade e pensamento, mas pelos atos de sentir, perceber, emocionar-se, querer e pensar.

Por enfatizar o pratico, o útil e o funcional, encontrou solo fértil no espírito pragmático e americano que, acolhendo a idéia evolucionista e a atitude funcionalista dela derivada, legitimou o próprio projeto da Psicologia funcionalista.

James elaborou a concepção de fluxo de consciência, defendendo a impossibilidade de dividi-la em fases ou em elementos temporariamente distintos. Apontava para a dimensão processual continua de mutação seletiva e cumulativa como característica da consciência, o que o afastava do elementarismo associacionista.

Dewey e a Psicologia Aplicada

Dewey defendeu a proposta de que o comportamento deveria ser estudado, não como uma construção cientifica artificial, mas em termos da sua significância no processo de adaptação do organismo ao ambiente. Tal ênfase o aproximou da Psicologia Aplicada, que, preocupada com as funções e processos na busca de resultados práticos e atividades adaptativa: teve seu desenvolvimento favorecido pela perspectiva funcionalista.

Tal possibilidade de complementação metodológica representou uma herança do Funcionalismo para a Psicologia americana, que passou a utilizar o método de introspecção junto com outras técnicas de obtenção de dados: os testes psicológicos, a pesquisa fisiológica, os questionários e as descrições objetivas do comportamento.

Esta proposta direcionou-se para uma Psicologia preocupada com o paralelismo psicofísico dos processos mentais e ou com as possibilidades adaptativas dos referidos processos, visando á “normalidade” do comportamento humano e a aplicabilidade técnica especializada para sua aplicação eficiente.

Behaviorismo

John Watson (1878 – 1958), nos Estados Unidos, foi influenciado pela teoria evolutiva de Darwin, pela teoria objetiva e mecanicista da aprendizagem de Edward Lee Thorndike ( 1874 -1949) e pelas técnicas de condicionamento ( reflexos condicionados) de Ivan Petrovich Pavlov ( 1849 – 1936).

Watson demarcou o final do introspeccionismo e o começo de uma Psicologia objetiva voltada á predição e ao controle do comportamento humano, redefinindo a “ Psicologia” como “ciência do comportamento”. Com tal direcionamento, a experiência imediata foi “esquecida” pelos psicólogos, que , por conseqüência, passaram a considerar que o sujeito do comportamento não é um sujeito que sente, pensa, decide, deseja e é responsável pelos seus atos: é apenas um organismo.

Skinner construiu sua proposta teórica: um construtivismo descritivo, baseado na analise experimental das condutas observáveis. Essa proposta enfatizava como pressuposto básico a natureza maquinal do ser humano, o que possibilitaria a construção de um mundo perfeito mediante o controle experimentalmente previsível do comportamento humano.

Em continuidade ao projeto comportamentalista, abriu-se outro desdobramento que, embora fundado numa abordagem sócio-comportamentalista, propunha associá-la á perspectiva da cognição

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