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Entrevista com Duas Psicologas

Por:   •  26/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.089 Palavras (5 Páginas)  •  339 Visualizações

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29/10/15 16h30 às 17h30

Entrevista com duas psicólogas do CAPS-AD, Guará-DF.

As psicólogas foram bem receptivas para a realização da entrevista e nos levaram para uma sala onde tal entrevista aconteceu. Inicialmente, esclarecemos que estamos cursando o oitavo semestre do curso de psicologia e estamos fazendo um trabalho sobre a atuação do psicólogo da saúde. A princípio, perguntamos como escolheram trabalhar com a saúde mental. Ambas disseram que foram alunas do UniCeub e foram para a área da saúde mental em virtude do concurso público, não foi por opção. Entretanto, ressaltaram que gostam muito do que fazem atualmente. As duas iniciaram o trabalho em outros Caps e depois foram transferidas para onde estão trabalhando no momento.

M. relata que começou a trabalhar no presente Caps neste ano e possui uma carga horária de 20 horas semanais. É responsável por dois grupos de psicoterapia, sendo os dois grupos de fala. Ressalta que às vezes faz atendimentos individuais, pois alguns pacientes apresentam essa demanda ou porque não se adéquam ao atendimento em grupo ou por outro motivo. A indicação para o atendimento individual pode ser feita pela própria psicóloga ou por qualquer dos profissionais da equipe. D., que é a psicóloga que está lá há mais tempo e tem uma carga horária maior (40 horas semanais), menciona que também trabalha com dois grupos, sendo um dos usuários e o outro com as famílias. Esse trabalho realizado com as famílias acontece juntamente com a assistente social e não é necessário o paciente estar presente no atendimento. Os grupos possuem duas fases, a fase inicial e a intermediária. Cada psicóloga é responsável por uma fase. Além dos trabalhos em grupos e atendimentos individuais, ressaltam que fazem visitas domiciliares e também trabalhos com a rede. Nesse momento, elas nos mostraram um quadro identificando os Caps do DF e suas respectivas regionalizações. Foi possível perceber a abrangência de atendimentos direcionados ao presente Caps. Mencionam, ainda, que a proposta do trabalho delas não é individual, mas em grupo, pois percebem a efetividade que o grupo tem, no sentido de o paciente ter oportunidade de interação social, trocas de experiências e motivações a continuarem com o tratamento. Enfatizam que o paciente não pode participar do grupo sob o efeito de drogas, pois prejudica a efetividade do trabalho. Com relação à perspectiva da redução de danos, elas mencionam que o trabalho é gradativo, de modo a diminuir aos poucos o uso das substâncias, trabalhando a ampliação da consciência e a motivação dos pacientes.

Com relação aos desafios encontrados no trabalho, as psicólogas disseram que uma das maiores dificuldades encontradas é a adesão ao tratamento, pois a recaída é algo muito comum na dinâmica da própria dependência. Nesse sentido, elas ressaltam que é necessária uma constante tolerância à frustração. Outros desafios que elas mencionaram foi em relação à estrutura física, de rede, os estigmas e preconceitos. Quanto aos problemas em relação à articulação da rede, elas mencionaram a dificuldade, por exemplo, de obter o apoio de uma equipe do saúde da família, ou de instituições de desintoxicação ou mesmo de cursos profissionalizantes. Essa dificuldade em relação à articulação da rede tem também alguma relação com os estigmas e preconceitos que os usuários de drogas sofrem. Por exemplo, é difícil a aceitação dos usuários nos grupos de apoio para parar de fumar que existem nos postos de saúde.

As psicólogas relatam que não é relevante saber qual é exatamente o vício que o paciente possui, se é em bebida alcoólica ou em droga, pois, segundo as mesmas, o foco não é necessariamente o que ele usa, mas a sua dinâmica e o prejuízo trazido ao sujeito. Nesse momento, elas nos explicaram a respeito da internação involuntária e compulsória, que é quando o sujeito é não tem participação voluntária de sua internação. A internação involuntária pode ser solicitada pela família, quando o sujeito precisa internar por questão de saúde. Entretanto, o pedido deve ser feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra. A internação compulsória é aquela que envolve uma questão judicial. Nesse caso, a autorização familiar não é necessária, tal internação é determinada pelo juiz, depois de um pedido formal feito por um médico, atestando que o indivíduo não tem domínio sobre sua condição física e psicológica.
         

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