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Epistemologia

Por:   •  12/5/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.349 Palavras (6 Páginas)  •  467 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense

Departamento de Psicologia

Epistemologia e história da Psicologia: Tópicos especiais I

Professores: Emílio Carvalho e Ana Cláudia Monteiro

Aluno: Eduardo Sousa de Castro

Concepções de infância e pós-modernidade: produção da identidade infantil acerca da sexualidade

Resenha dos artigos: “A construção social do conceito de infância: algumas interlocuções históricas e sociológicas" de Cláudia Terra do Nascimento, Vantoir Roberto Brancher, Valeska Fortes de Oliveira e “Pedofilia, meninas, mulheres e publicidade: provocações para uma educação da cultura visual" de Pablo Petit Passos Sérvio.

O artigo “Pedofilia, meninas, mulheres e publicidade: provocações para uma educação da cultura visual" assume posição epistemológica orientada por pressupostos pós-estruturalistas, estruturando-se em Felipe, Jane em  Representações de gênero, sexualidade e corpo na mídia, tendo seus dados de uma pesquisa de doutaro entre professores de artes visuais. Enquanto que  “A construção social do conceito de infância: algumas interlocuções históricas e sociológicas" faz uma análise de conteúdos para se chegar à conceituação, tendo em sua base teórica Ariès, P. em história social da criança e da família, coletando dados bibliográficos para ratifcarem seu artigo. Ambos retraram acontecimentos reais atrelados ao conteúdo objetivo, com um introdução do passado até chegar às concepções recentes, cada um declinando à uma conclusão em conformação com o tema proposto inicialmente.

O conceito de infância vem sofrendo grandes ressignificações no decorrer da história justamente pelas modificações na estrutura social, que acarretam em diferentes subjetividades infantis, refletindo a própria imagem da sociedade.

Na Idade Média as crianças viviam entre os adultos, a vida era relativamente igual para todas as idades, compartilhavam as mesma vestimentos, atividades, festas, até mesmo o trabalho. Eram vistas como adultos em miniatura, sem divisão territorial e de atividades destinadas a cada idade, não havia um zelo pela infância, mas uma transmissão de saber necessários para a vida em meio aos adultos.

No século XII, as condições de higiene e saúde eram muito precárias, o índice de mortalidade infantil por esta era altíssimo, por isso, um dos argumentos para dizer o desinteresse relacionado à infância nos períodos medievais e no moderno era a iminência da morte dessas crianças. Se ela morresse então, como muitas vezes acontecia, alguns podiam ficar desolados, mas a regra geral era não fazer muito caso, pois outra criança logo a substituiria. A criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato (ÁRIES,1981, p.10).

Desse modo as crianças eram tidas como brinquedos para muitos adultos. Supõe-se que para não perderem sua diversão, os adultos aumentaram os cuidados para com essa fase da vida.

E foi a partir do século XV, XVI e XVII que reconhe-se que as crianças precisavam de cuidados especiais antes que pudessem estar no mundo adulto. Tidos como adultos imperfeitos, ou seres incabados.

Começa-se então a preocupar-se mais com a saúde físíca dos filhos e sua higiênie afim de evitar suas mortes, e nessa nova relações emerge uma nova construção de laços afetivos familiares e uma valorização infantil pela diversão que trazia.  

Se na família medievel o sentimento pelos filhos era secundário, vendo-os apenas como uma extensão própria, hábil para administração das propriedades, e assim a crinça começa a ser valorisada em si, não mais por representar toda uma famílial, já na família moderna essa estruturação aparece de maneira nuclear, fechando-se em privacidade e deixando a criança com um papel central, girando ao seu redor.

Tem-se então o desconhecimento da infância do século XVII, por não haver lugar social para as crianças devido à falta de expressão. E nesse contexto de proteção e amparo que emerge o conceito de infância. Essa visão de dependência e requerimento de cuidados, vendo-as como incapazes plenamente acarretará em um preço muito alto para essa nova centralidade. O intuito é torna-las adultos socialmente aceitaveis, através de disciplina e aculturação.

Narodowski (1993) em sua tese de doutoramento diz que a infância é um fenômeno histórico e não meramente natural. Rementendo à infância como socialmente construída, com valores e crenças que são depositados em uma expectativa de conduta para ela.

O interese pela moralização da infância levou à criação de espaços físicos demarcados para essa, como as ecolas, em que essa se tornava objeto de estudo, normalização e compreensão. Com essa escolarização das crianças tem-se um processo de conceituação, de construção social da infância.  

Contemporaneamete a segmentação determina quais espaços são destinados a determinada faixa etária, como escritórios, asilos, locais de lazer, creches, escolas e etc.

Com cada um tendo seu lugar, quando momento em que os pais devem ocupar o escritório, por exemplo, tem-se que destinar, cada vez mais cedo as crianças para o seu espaço. A escolarização acontece cada vez mais cedo, atualmente, com crianças passando o dia em crenches ou similares, devido aos pais ausentes durante um dado horário. Cada vez mais tem-se crianças internadas em locais especializados.

Mas essa não é uma realidade de todas as crianças. Na maior parte da história, até o fim do século XIX, as crianças com mais de setes anos eram tidas como adultos em miniatura. Vestiam-se como eles, tinham os mesmos trabalhos e também ingressavam na comunidade sexual dos adultos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a idade exigida para consentimento de relações sexuais era inferior aos dez anos. É preciso lembrar, contudo, que dizer "até o século XIX" não é sinônimo de dizer que acabaram as práticas. O que se perpetua até hoje, ocorre de maneira camuflada, onde o fenômeno da escolarização não atinge a todos, quem não é acometido pela delimitação escolar tem sua adultização em miniatura forçosa, sem condições para isso, tendo que trabalhar, ter relações sexuais e outras.  

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