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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA

Por:   •  13/4/2017  •  Resenha  •  8.260 Palavras (34 Páginas)  •  1.306 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS

PSICOLOGIA 1º/2017

ESTÁGIO BÁSICO I

ENTREVISTA PSICOLÓGICA - O CAMINHO PARA ACEDER AO OUTRO

Thais Rocha Silva

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA ENTREVISTA PSICOLÓGICA  

          A entrevista é um instrumento utilizado como método clínico, uma forma de investigação científica em psicologia.                

Bleger (1987) traz que a entrevista é uma relação entre duas ou mais pessoas, onde uma é um técnico de psicologia e o outro ou outros necessitam de intervenção. O técnico utiliza seus conhecimentos psicológicos e próprio comportamento dado no decorrer da entrevista em sua aplicação. É fundamental para entrevista que um dos integrantes procure saber o que está acontecendo e atuar sobre esse conhecimento. Os objetivos dessa entrevista, para diagnostico, investigação, etc., depende desse saber.

Modelo médico: a entrevista psiquiátrica   

Philippe Pinel (1745-1824) trouxe a psiquiatria clínica. Com a abordagem humanista mudou a forma de pensar sobre a loucura com a proposta de conversar com os pacientes psiquiátricos.

 Procedimento e objetivos da entrevista psiquiátrica

Impregnada de tradição médica, a entrevista clínica orienta de forma particular.m (Bernard Pachoud, 1998). Seus objetivos são de identificar as perturbações psicopatológicas, sendo o diagnóstico e determinar a conduta a seguir, que é a fase terapêutica.

Entrevista clínica psiquiátrica e entrevista clínica psicológica

Surgem diferenças entre a entrevista clínica psiquiátrica e a psicológica, sendo no entanto complementares e necessárias:  

 O psiquiatra procura realizar um diagnóstico com base em uma classificação de doenças, enquanto o psicólogo busca compreender o funcionamento psicológico de um indivíduo dentro de seu contexto sócio histórico, sendo sua referência o próprio sujeito.

 O psiquiatra trabalha com a entrevista como um procedimento terapêutico, já a psicologia a usa como uma forma de aconselhamento e intervenção, levando o sujeito a modificações positivas.

 Modelo Psicanalítico: Início da psicanálise e método das associações livres  

É Sigmund Freud (1856-1939) desenvolveu a psicanálise. Teve formação médica, aprofundou seus estudos, e começou a tratar doentes histéricos a partir do método catártico, técnica que visava a libertação emocional. (1886-1895). Freud acreditava que as neuroses estavam ligadas a traumatismos antigos.

Começou pelo método da hipnose, logo depois substituiu pelas associações livres (1895-1905), que é a base do dispositivo psicanalítico. Para Freud, ela consistia em pedir para o sujeito dizer tudo o que lhe viesse à mente, mesmo que vergonhoso ou doloroso. Assim Freud extraía pensamentos que possivelmente originou a neurose. Desta forma, Freud tentava extrair e pôr em evidencia os pensamentos recalcados que estavam na origem da neurose. Percebeu que as recordações não apareciam assim tão facilmente, que existiam numerosas amnésias, que a narrativa era deformada e não seguia uma ordem cronológica determinada.

Foi este discurso associativo, que permitiu a Freud construir a sua teoria de uma meta psicologia, com o recalcamento e a com a resistência aparente nas recordações. Freud traz a interpretação de uma reconstituição dos materiais recalcados, fazendo com que o sujeito saiba onde está a origem de sua angústia e seus sintomas, tomando consciência e assumindo as responsabilidades em sua vida.

Freud atendia seus pacientes sem muita interação, ou seja, sem contato visual direto, de forma que as expressões de ambos não fossem interferir na análise. Desta maneira havia maior focalização na globalidade do sujeito, tendo assim uma melhor compreensão, aquilo que Freud chamou “atenção flutuante”.

Primeiras Entrevistas: Indicação de análise  

As primeiras entrevistas psicanalíticas têm como função recolher os elementos de decisão no que diz respeito á indicação de análise e de acordar modalidades práticas de cura (D. Lagache, 1964).

- O analista, através de um procedimento não diretivo, escuta os pacientes em seu contexto histórico saudável e de vida;

- Analisa a vontade do sujeito para realizar a análise;

- Leva em consideração a facilidade de verbalizar e a tolerância do sujeito para o problema.

Fixação do quadro psicanalítico  

Uma vez colocada a indicação da análise, esse quadro é fixado e já não muda. Diz respeito: Á duração (raramente inferior a quatro ou cinco anos); frequência e duração das sessões; posição do analisado (deitado no divã); posição do analista (situado atrás do paciente).

Entrevistas seguintes

 A partir deste momento cabe agora observar e escutar, com atenção flutuante. Compreendendo e esperando a hora de interpretar, que será o momento onde o analista mostrará ao sujeito seu conteúdo latente. Esta comunicação pode tomar diferentes formas: questão, reformulação, restituição, pontuação. Consiste em reunir elementos separados do discurso; neste sentido, é uma atividade de ligação e de atribuição de sentido à narrativa do sujeito.

O sujeito deve estar preparado para a interpretação ser efetuada, o que necessita de uma realação construída entre analista-paciente. O procedimento não diretivo não formula juízos e não aconselha, “o analista não deve ser senão o espelho que reflete aquilo que lhe é mostrado” (Freud, 1913).  

 Fenômenos psicológicos que surgem no decurso das entrevistas: Neste dispositivo específico surge um certo número de fenómenos psicológicos.

 1. Regressão – trata-se de um momento do processo terapêutico onde o sujeito volta ao passado (temporal) ou como um registro imaginário e não da realidade (formal), chega ao material inconsciente (tópica).

2. Resistências – mantém as lembranças no inconsciente. Aparecem durante o trabalho terapêutico.

3. Transferência – representa o motor da cura e pode ser assim definida como repetição diante do analista de ações (hostilidade, afetividade, etc.) que possuem externa a terapia desde a infância com pessoas o rodeiam.

4. Contratransferência – trata-se de uma resposta do analista à transferência do paciente, mas que designa também, de forma mais geral, o conjunto das reações inconscientes do analista perante o seu interlocutor.

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