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Fantasia versus Realidade - A ambiguidade presente em “O Labirinto do Fauno”

Por:   •  5/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.194 Palavras (5 Páginas)  •  362 Visualizações

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Fantasia versus Realidade: A ambiguidade presente em “O Labirinto do Fauno”

O presente trabalho tem como proposta estabelecer conexões entre o filme "O labirinto do fauno" e conceitos / explicações presentes na psicologia.

O Labirinto do Fauno é um filme escrito e dirigido por Guillermo del Toro, lançado em 2006. O Filme se passa em 1944, com background uma Espanha fascista (durante o início da ditadura de Francisco Franco, com o Franquismo sendo ainda estabelecido) e devastada pela Guerra Civil. Nas primeiras cenas, somos apresentados a uma criança morrendo e somos levados a conhecer a história do ponto de vista dela. A partir daí, começa com uma narrativa sobre uma princesa que abandonou seu reino subterrâneo para conhecer a realidade humana, e que, por consequência, acaba por sofrer consequências por conta desta atitude.

Passamos a acompanhar a história pela ótica de Ofélia, uma garota bem jovem, no auge de sua imaginação, muito sonhadora, foi levada para viver em um posto de batalha com sua mãe (Carmen) e seu novo padrasto, o Capitão Vidal. Carmen está grávida (por conta disso, muito doente) do Capitão Vidal, que por sua vez, se esforça para que Ofélia o aceite como pai, já que escolheu viver com o capitão desde a morte de seu marido, um alfaiate, pai de Ofélia. Vidal, por sua vez, demonstra importa-se somente com o seu filho, menino que Carmen carrega em seu ventre, já que esse menino tende a ser o sucessor do pai, deixando claro o casamento apenas por conveniência e interesse.[pic 1]

Em sua nova casa, Ofélia conhece Mercedes, uma amável e doce governanta, totalmente o oposto de seu padrasto. Além de cuidar dos afazeres do casarão, ela esconde uma segunda atividade: colher informações e mantimentos da casa do capitão para fornecer aos rebeldes da resistência. Tudo sobre o mesmo teto que Capitão Vidal, que não consegue enxergar a dupla atuação de Mercedes, por ela ser mulher. Sempre tratando mulheres como “sexo frágil”. Posteriormente, ao capturar a governanta, o Capitão duvida que a governanta possa se defender dele, já que ela seria apenas “uma mulher”, mas em uma reviravolta, ao esfaqueá-lo e fugir, prova o contrário, a própria Mercedes diz ao Capitão que só conseguiu o que conseguiu pelo simples fato dele subestimar e considerar as mulheres fracas e idiotas. [pic 2]

Aos redores de sua nova casa, Ofélia encontra um labirinto que leva a uma trilha subterrânea. Lá ela conhece o Fauno, uma criatura metade humana, metade bode, que a convence de que ela é a princesa perdida do reino subterrâneo, seu verdadeiro lar, o submundo (o mundo do inconsciente), onde é uma princesa  e que precisa realizar três tarefas para retornar para seu reino.

[pic 3]

O fauno representa no filme uma espécie de guardião do portal que une os mundos da consciência e do inconsciente. Ou seja, da realidade e da fantasia. Sendo aquele que guiará Ofélia por toda sua jornada.

No desenvolvimento psíquico da criança, há uma época em que ela se volta à fantasia. Ela se imagina em histórias fantásticas com bruxas, fadas, reis, rainhas, príncipes, princesas, heróis. Os contos de fada fascinam, pois, a criança ainda está muito próxima do mundo dos arquétipos e do inconsciente coletivo.

A intuição é uma função psicológica, definida por Carl Gustav Jung em sua obra Tipos Psicológicos. A intuição nos dá possibilidades, ideias. Ela nos orienta para o futuro. Ela é o “faro”, o sexto sentido, a percepção extra-sensorial, o palpite, o pressentimento.

É uma função de percepção, portanto é irracional.

Por isso, indivíduos com função principal intuição nunca estão “no presente”, pois a realidade para eles é sempre algo difícil. Ofélia é uma menina que encontra na fantasia dos livros de contos de fada uma forma de aliviar sua dura realidade. Freud menciona sobre a vida ser muito árdua e que acabamos por usar medidas paliativas para suportá-la. Assim, segundo Freud (1930), na sublimação, “a distensão do vínculo com a realidade vai mais longe; a satisfação é obtida através de ilusões”.

A maioria desses indivíduos relataram uma infância muito difícil, esse é o caso de Ofélia. Ela é uma órfã de pai, sua mãe está grávida, muito doente e ainda tem que suportar o novo marido de sua mãe, um homem sádico e sem escrúpulos, onde o eu dele predomina sobre qualquer vontade dos outros. Então o que seria uma fase de desenvolvimento e aprendizagem, torna-se seu escapismo, seu mecanismo de defesa para contornar toda essa situação.

Fica evidente a diferença entre o mundo de fantástico Ofélia e o mundo sombrio de Vidal. Ela acredita em sonhos e magia, sentimentos e características vitais para o desenvolvimento do ser humano. Vidal é um produto de mundo rígido e sem escrúpulos. Sua ideologia é baseada no totalitarismo e violência.

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