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Funçoes Mentais Superiores

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Por:   •  4/4/2014  •  1.677 Palavras (7 Páginas)  •  1.214 Visualizações

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A psicologia trabalha com a realidade psíquica, elaborada pelo indivíduo a partir dos conteúdos armazenados na mente. Portanto, convém desenhar um panorama sintético dos elementos de que dispõe a mente para construir a sua realidade. António Damásio, sintetiza a complexidade da investigação psicológica, quando afirma que " às vezes, usamos nossa mente não para descobrir fatos, mas para encobri-los... ainda que nem sempre de maneira internacional" (DAMÁSIO, 2000, p. 49). Neste capítulo se estabelece, pois como ponto de partida, uma visão sistêmica dos fenômenos mentais que concorrem para formar as imagens das quais o cérebro se vale para compor os conteúdos com os quais o psiquismo trabalha.

Sem corpo não há mente, ensina Damásio (2004, p, 226), contrariando Descartes (penso, logo, existo). Para a Ciência, e a psicologia, em particular, reconhecer que o humano constitui uma entidade total que inclui o corpo e a mente, na qual " o cérebro é a audiência cativa do corpo" (DAMÁSIO, 2000, p, 196). O cérebro é o palco das funções mentais superiores;o que a mente comanda não ultrapassa os limites de funcionamento das estruturas cerebrais e as possibilidades dessas funções, por meio do processamento do que ali se encontra armazenado.

"Sensação" e " percepção" constituem um processo contínuo, que se inicia com a recepção de estímulo (interno ou externo do corpo) até a interpretação da informação pelo cérebro, valendo-se de conteúdos nele armazenados.

Características das sensações, exemplos:

Um único movimento de Sílvio pode ter desencadeado a raiva de Pedro; o sofrimento excessivo pode ter ocasionado um " desligamento" de proteção em Luciana; O indivíduo desmaia porque o cérebro " desliga" quando a dor ultrapassa o limite do suportável; isso poupa as estruturas neuronais do estresse excessivo. Os desmaios de Sílvio e de Luciana são exemplos de oportuno mecanismo de proteção.

O mesmo conjunto de estímulos gera diferentes percepções em diferentes pessoas. Ocorrendo conflito entre a visão e os demais sentidos, predomina a percepção provocada pelo estímulo visual (MYERS, 1999, p. 129). Intensidade, dimensões, mobilidade, cor, frequência, enfim, tudo o que permita estabelecer diferenças contribui para melhorar a percepção. A prática melhora o reconhecimento de detalhes; quem trabalha com cores (um pintor, uma decoradora) distingue nuances que passariam despercebidas pela maioria das pessoas. Quem presencia um acidente com mortos e feridos tem percepções diferentes daquelas que um acidente semelhante, porém limitado a danos materiais, lhe proporcionaria. O estado emocional afeta profundamente a percepção, a fixação de conteúdos na memória e a posterior recuperação deles.

A percepção se aprende ao longo da vida, bem o sabem, por exemplo, advogados, professores e líderes religiosos. Entretanto, a capacidade perceptiva, se não exercida, pode regredir. A "relação figura-e-fundo" constitui uma tendência organizadora fundamental (BRAGHIROLLI et al., 1998, p, 79), comum a toda percepção. Ela possibilita, em qualquer conjunto de estímulos, eleger uma porção mais definida e organizada - a figura – com um fundo coadjuvante. O cérebro sempre dá prioridade ao que ocupa o lugar de figura.

A cada momento, inúmeros estímulos chegam ao cérebro. A atenção possibilita selecionar alguns e descartar os restantes, por meio de células cerebrais especializadas, denominadas detectores de padrão (HUFFMAN; VERNOY; VERNOY, 2003, p, 125). A emoção ativa a atenção para inúmeros detalhes que desencadeiam os mais variados sentimentos, do amor ao ódio, da repulsa à adoração. O fenômeno funciona nos dois sentidos; o objeto que desperta a atenção provoca a emoção correspondente; " é muito difícil imaginar objetos emocionais neutros... a emoção é a regra", ensina Damásio (2004, p. 64) O mesmo raciocínio aplica-se a comportamentos.

A memória, " a faculdade de reproduzir conteúdos inconscientes" (JUNG, 1991, p. 18), é desencadeada por sinais, informações recebidas pelos sentidos, que despertam a atenção. Se esta não acontecer, a informação não ativa a memória. Questões dolorosas tendem a ser " esquecidas". Essa tendência contribui para que muitas pessoas não recordem de detalhes importantes de eventos ocorridos com elas ou com outras pessoas, quando chamadas a testemunhar. Os mecanismos psíquicos protegem a mente, embora possam ser um obstáculo para identificar a verdade dos acontecimentos. Existem técnicas adequadas permitem enriquecer a memória, porém recomenda-se que sejam utilizadas por especialistas, para que não estimulem o surgimento de falsas lembranças. As falsas lembranças podem ocorrer em diferentes situações. São bem conhecidas aquelas induzidas por distúrbios mentais, por exemplo, decorrentes de transtornos de pensamento e de percepção.

A linguagem e pensamento são funções mentais superiores diretamente associadas. Por meio da linguagem, " o homem transforma o outro e, por sua vez, é transformado pelas consequências de sua fala" (GODO; LANE, 1999, p. 32). Palavras ajudam a pensar sobre pessoas e objetos não presentes e, assim, expandem, restringem ou limitam o pensamento. A linguagem influencia e é influenciada pelo pensamento, estabelecendo-se um círculo de desenvolvimento. Quanto mais rica a linguagem, mais evoluído é o pensamento, e assim sucessivamente.

Kaplan e Sadock (1993, p. 230) conceituam emoção como " um complexo estado de sentimentos, com componentes somáticos, psíquicos e comportamentais, relacionados ao afeto e ao humor". As inúmeras emoções que o ser humano vivencia podem ser classificadas de diferentes maneiras. As emoções básicas, identificadas em todas as culturas, são seis: felicidade, surpresa, raiva, tristeza, medo e repugnância. As emoções " usam o corpo como teatro..., mas também afetam o modo de operação de inúmeros circuitos cerebrais" (DAMÁSIO, 2000, p. 75); elas influenciam todas as funções mentais superiores. A emoção modifica a sensação e a percepção.

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