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Jean Piaget

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Por:   •  11/7/2014  •  1.432 Palavras (6 Páginas)  •  638 Visualizações

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Jean Piaget - O biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio

O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado

Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século 20, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano, particularmente a criança.

Do estudo das concepções infantis de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade, Piaget criou um campo de investigação que denominou epistemologia genética - isto é, uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.

"A grande contribuição de Piaget foi estudar o raciocínio lógico-matemático, que é fundamental na escola mas não pode ser ensinado, dependendo de uma estrutura de conhecimento da criança", diz Lino de Macedo, professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.

Isso porque, para o cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz - um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a idéia de que o aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente construtivista.

Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar", diz Lino de Macedo.

Assimilação e acomodação;

Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.

Assimilação consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam.

Brincar:

Quando a criança brinca, explicava Piaget, elas assimilam continuamente objetos ou atividades predeterminadas , ignorando os atributos que não se encaixam naquela atividade. Por exemplo, quando as crianças sentam numa cadeira e dizem '' Upa, cavalinho'' , não estão dando atenção particular aos atributos da cadeira que não lembram um cavalo.

Esse tipo de comportamento ao brincar envolve pouca mudança, portanto, há pouca acomodação - o que não significa negar sua importância no desenvolvimento infantil. Na verdade, o que Piaget faz é exatamente o oposto: enfatiza repetidamente que, embora as crianças pequenas se envolvam nas atividades (como brincar de ''cavalo''), elas o fazem movidas apenas pelo seu interesse pela atividade, e o efeito disto é estabilizar o esquema (a atividade) para que ele possa ficar mais rapidamente disponível e, por consequência, fixar um estágio para a aprendizagem seguinte.

Estágios de desenvolvimento

Um conceito essencial da epistemologia genética é o egocentrismo, que explica o caráter mágico e pré-lógico do raciocínio infantil. A maturação do pensamento rumo ao domínio da lógica consiste num abandono gradual do egocentrismo. Com isso se adquire a noção de responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança.

Piaget acreditava que o desenvolvimento infantil progride ao longo de uma série de estágios, cada um dos quais caracterizado pelo desenvolvimento de novas capacidades. Mais precisamente, cada estágio consiste em um nível mais avançado de adaptação. Ele descreve quatro estágios mais importantes e vários subestágios ao longo dos quais as crianças progridem no seu desenvolvimento.

Oportuno destacar a importância, por parte do professor, destas etapas de desenvolvimento. Em função da formulação das atividades pedagógicas. A partir da descrição abaixo de cada uma destas etapas, descreverei algumas destas atividades que navegam em um terreno limítrofe destas percepções.

O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.

• Atividades que potencializem o desenvolvimento das percepções motoras, não adiantá-las, potencializá-las. Cor, audição, musicalidade, reflexo... São exemplos destas atividades que

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