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Luzes e sombras. Freud e o advento da psicanálise – História da Psicologia: Rumos e percursos

Por:   •  22/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  898 Palavras (4 Páginas)  •  3.151 Visualizações

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,Resumo: Luzes e sombras. Freud e o advento da psicanálise – Ines Loureiro,
História da Psicologia: Rumos e percursos (2008) - Cap. 23 

O surgimento da psicanálise está inteiramente ligado ao rico solo cultural de influências européias e da biografia de seu fundador, Singmund Freud (1856-1939). Não se significa que por isso Freud tenha sido um gênio extraordinário capaz de criar toda uma teoria a partir do nada, ou de si mesmo. Entretanto, as experiências vividas por ele são fundamentais para o entendimento da evolução da psicanálise, já que ele observou os fenômenos psíquicos principalmente em si mesmo.

A origem judaica de Freud influenciou bastante a sua formação. Segundo o próprio, ela o conferiu uma tendência à crítica e independência intelectual fundamentais para a criação de uma ciência polêmica. Do ponto de vista mais sociológico, o anti-semitismo atrasou sua ascensão na carreira universitária. A escolha de Carl Gustav Jung (1875-1961) como primeiro presidente do IPA (International Association of Psychoanalysis) foi devido este ser protestante e Freud não querer que a psicanálise ficasse conhecida como uma “ciência judaica”.

Durante a juventude Freud aprendeu diversos idiomas, inicia os estudos de humanidades e desenvolve grande paixão pela literatura, além de admirar a pintura e escultura. Isso molda as afeições da psicanálise e o seu próprio estilo de escrita, tanto que o único prêmio que recebeu em vida foi de literatura (Prêmio Goethe). Tais fatos remetem uma antiga discussão: o saber psicanalítico estaria mais próximo da ciência ou das artes? Para seu fundador não havia dúvidas, ele sempre reivindicou o status de ciência para a disciplina que criara.

Ao ingressar na Faculdade de Medicina, o jovem Freud é introduzido na forte tradição da ciência experimental e positivista, hegemônica entre seus mestres. Já em Paris, Freud é apresentado por Jean Martin Charcot (1825-1893) a uma psiquiatria que, em contraponto a alemã, afirmava a prioridade das manifestações clínicas sobre os modelos teóricos e a pesquisa experimental.

Na última década do século XIX, Freud já tinha proposto as noções que alicerçam fundamentalmente a psicanálise, como inconsciente, repressão e sexualidade infantil. Em 1895, Estudos sobre a histeria, publicado em co-autoria com Joseph Breuer (1842-1925), trazia relatos de tratamentos conduzidos pelos autores. A princípio eles lançaram mão da hipnose, mas Freud tinha algumas ressalvas em relação a esse método. 
Em 1896, Freud passa a empregar o método da associação livre, regra fundamental do tratamento psicanalítico. Consiste em fazer o paciente dizer livremente tudo que lhe ocorrer à mente sem qualquer tipo de inibição. Freud verifica que tais idéias formam cadeias associativas, assim emergiriam elementos que possibilitariam a construção e reconstrução de múltiplas redes de sentido. Ele acredita em um determinismo psíquico, em que tudo remete a um sentido latente.

A essa altura, Freud está na pista de uma proposição crucial: os sintomas histéricos são formados dos mesmos mecanismos do funcionamento psíquico “normal”. O primeiro modelo de aparelho psíquico se oficializa com A interpretação dos sonhos (1900). É composto por dois sistemas – inconsciente e pré-consciente / consciente -, separados por uma barreira (censura) que exerce uma força (repressão) no sentido de expulsar certas representações. 
As formações do inconsciente solicitam procedimentos interpretativos a partir das associações livres produzidas pelo sujeito. É preciso frisar isso para que se evite um uso “selvagem” dos conceitos psicanalíticos. A produção de sentidos (sempre múltiplos e singulares) é uma tarefa laboriosa conduzida a partir do sujeito e não “injetada” sobre ele.
As análises das formações do inconsciente apontam a Freud que o material reprimido tende a ser, sobretudo, sexual. Três ensaios para uma teoria da sexualidade (1905) situa a sexualidade, definitivamente, como base da vida psíquica humana. A partir daí a psicanálise efetua uma ruptura com o que se considerava sexualidade. A concepção psicanalítica embaralha as fronteiras entre o normal e o patológico, prescindindo a categoria de instinto sexual (comum a espécie como um todo). Para dar conta das múltiplas, contingentes e mutantes feições que assumem a sexualidade humana, Freud lança mão do conceito de pulsão/impulso.

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