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Memória e o Direito

Por:   •  28/9/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.718 Palavras (15 Páginas)  •  127 Visualizações

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ENTENDENDO A MEMÓRIA

        De acordo com Xavier (1993, p.62) a memória pode ser ditada como “(...) a capacidade de alterar o comportamento em função de experiências anteriores.” A ideia de a memória ser dividida em curta  e de longo prazo, é amplamente conhecida e apoiada. São inúmeras as propostas conhecidas de classificação deste sistema, no entanto, em sua maioria, estas têm caráter exclusivo taxonômico.

        A construção teórica em que a memória passa por um processamento de informação é, comparada a qualquer outra, a teoria com mais adeptos e também, é útil para a organização. Neste sistema, a memória passa por três procedimentos essenciais, a codificação, o armazenamento e a recuperação.

        A codificação pode ser explicada como o processo inicial da criação da memória, esta fase consiste na entrada de estímulos e codificação destes como um registro inicial, para consequente armazenamento. Na segunda fase, o armazenamento, a experiência codificada será armazenada pelo tempo necessário, até que seja evocada. Este processo, de natureza dinâmica, parece ocorrer automaticamente e está em constante mudança. Já a última fase consiste na recuperação, este processo consiste em buscar e convocar a informação desejada, para que esta possa ser usada por outros processos cognitivos, como o pensamento ou a fala por exemplo.

        Quanto as estruturas que possibilitam o armazenamento da memória, acredita-se que possam ser divididas entre curto prazo, longo prazo e sensorial.

MEMÓRIA SENSORIAL

        A memória sensorial ou motora consiste em um depósito de capacidade ilimitada e curtíssima duração, entre 0,1 a 0,5 segundos. Ela é responsável por armazenar o que entra através do sistema sensorial, ou seja, ela retém a imagem que o mundo nos passa através dos sentidos. Esta informação é considerada crua, pois ainda não passou por nenhuma análise de seu significado. Acredita-se na existência de um depósito sensorial diferente para cada sensação. Já que o tempo desta memória é muito curto, uma rápida decisão sobre a importância do armazenamento da informação deve ser tomada. E assim ela será descartada ou codificada e transferida para a memória de curto prazo. Sendo então a porta de entrada, a memória sensorial realiza o reconhecimento de padrões visuais, no entanto alguns erros podem ocorrer durante este processo. Um exemplo são as letras C e G que se assemelham visualmente, elas podem então ser confundidas e codificadas erroneamente.

MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

        O modelo de Atkinson e Shiffrin (1971) sugere a existência de um registro sensorial que em seu primeiro estágio, consiste na percepção da informação, seguida de uma reserva desta por um curto e limitado período. Seguindo ou não da estocagem das informações em um depósito de longa duração. Este modelo afirma que tanto a manutenção da memória em estoques de curta duração, quanto a sua transferência para o depósito de longa duração só é possível mediante atitudes intencionais do indivíduo, sendo, portanto, esta uma operação não passiva.

        Baseado em estudos neuropsicológicos, pode-se afirmar que a memória de curta duração é mensurável. De acordo com George Miller (1956) cerca de sete dígitos é o limite deste tipo de memória, dependendo diretamente da intimidade do indivíduo com o material informacional.  Outra característica desta é o tempo ao qual ela é capaz de reter a informação, este varia entre 15 e 30 segundos. Portanto, para que a informação não seja perdida, esta deve ser copiada, ou então, transferida para o depósito de longo prazo. Esta transferência ocorre ativamente, ou seja, a informação deve ser processada de forma mais profunda. Neste processo as pessoas devem prestar muita atenção e também reunir dados já armazenados na memória de longo prazo que possar se associar com as novas informações, facilitando a armazenagem destas.

        Na memória de curto prazo, ocorre a avaliação das informações, estas serão transferidas para longo prazo caso sejam uteis, caso contrário ou se as informações já existirem, estas serão descartadas. A repetição das informações através da leitura ajuda a fixar estas durante maior tempo na memória de curto prazo, ou auxilia na transferência para a memória de longo prazo. O ato conhecido como rehearsal, que consiste na repetição mental silenciosa da informação, também é um mecanismo facilitador da fixação ou transferência de informações.

        Na memória de curto prazo também ocorre o último estágio do processamento e codificação das informações. Experimentos mostraram que a representação de um item, na maioria das vezes, toma forma de representação acústica. Um bom exemplo é o caso da memorização de uma sequência alfabética. Experimentos mostram que ao tentar recuperar a memória da letra B, é comum que as pessoas se recordem do V, que possui um som semelhante, ao invés do E, que tem uma imagem semelhante. Isto acontece naturalmente, tão natural quanto o fato de a maioria das pessoas conseguirem se ouvir enquanto estão lendo silenciosamente. Ou seja, é normal transformar uma representação visual em sonora.

        Sabe-se que as memórias de curto e longo prazo estão ligadas, e que as informações, sempre que necessário, se transferem de um depósito ao outro. Também se verifica que o conhecimento prévio sobre um tópico, afeta a capacidade de codificar e armazenar uma informação nova relacionada. Portanto, pessoas que possuem um rico conhecimento sobre uma temática, são capazes de melhor codificar uma nova informação a esta relacionada.

        O esquecimento de informações armazenadas a curto prazo pode ser relacionado não somente a passagem do tempo, mas também pode ser resultado de alguma intercorrência. Ou seja, sabe-se que o espaço de armazenagem da memória de curto prazo é limitado, logo, quando um novo item chega, um desgaste é gerado nos itens já armazenados.

MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

        A memória de longo prazo consiste na formação consolidada de um arquivo, e este pode ter duração variando entre minutos a décadas. Exemplos desta são: o que aprendemos na escola, a refeição que tivemos no café da manhã, ou até nossas memórias de infância.  Nela estão armazenadas as informações que temos disponíveis, isto de maneira mais ou menos permanente e seus limites são desconhecidos. As informações nela contida influenciam direta e indiretamente nossas percepções do mundo assim como age frente a nossa tomada de decisões. Ela é a responsável pelo armazenamento, esquecimento e recuperação.

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