O Assédio Moral

Trabalho e Subjetividade

A subjetividade está presente na vida das pessoas e muitas vezes não percebem como ela pode dar sentidos diferentes a partir de seus comportamentos na convivência com outras pessoas. O que se percebe é que muitas vezes as pessoas tendem a negar a subjetividade por inúmeros motivos, levando ao adoecimento. Dessa forma esse problema virou uma preocupação das organizações, pois precisam de lucratividade e bom desempenho dos trabalhadores. Porem geralmente a preocupação das organizações é em relação a problemas físicos e não psicológicos, gerando muita sobrecarga e estresse, além de conflitos com a família, fora do trabalho. O trabalhador busca disfarçar ou esconder o seu sofrimento e os seus desejos para realizar a tarefa exigida pela empresa, e passa a se comportar de maneira com que acha mais adequado e como acha que a empresa espera.

Nesse sentido, a subjetividade se caracteriza por criar pensamentos, comportamentos, emoções e ações, adquirindo e passando experiências na relação com os outros e construindo novas ideias.

As diferentes relações do sujeito geram diferenças de pensamento por surgir de diferentes experiências, por isso é importante que haja igualdade de espaço para que essas diferenças possam contribuir e possa estimular a criatividade para enfrentar as inúmeras situações de convivência. As pessoas possuem suas características próprias e individuais e isso influencia na construção da subjetividade de cada um.

Cada ser humano tem diferentes maneiras para modificar o seu espaço, e também pode ser modificado pelo seu espaço, se deixando levar e não se permitindo olhar para as suas vontades e desejos, resistindo e causando assim muito sofrimento.

É importante perceber que o ser humano é visto não só a partir de sua racionalidade ou só sua subjetividade, e sim levando em consideração seu contexto social e com isso suas vivências próprias, que constrói sua personalidade particular.

Sempre se teve a idia de subjetividade como algo relacionado com a psicologia, mas muitas outras áreas como filosofia, sociologia e antropologia também buscam contribuir para a compreensão desse conceito em como o ser humano são e o que fez com que fossem capazes de se desenvolver como sujeitos. Com a busca de melhores explicações pela sociedade contemporânea sobre a percepção de sujeito, surgem variadas opiniões a respeito. Nesse sentido é importante levar em conta a subjetividade como necessária para o desenvolvimento do sujeito, tanto quanto o trabalho dando sentido ao ser humano através de experiências.

Por muito tempo o trabalhador foi visto como apenas como uma parte importante para gerar lucros, sendo impossível que cada indivíduo pudesse ter mais diálogo com a organização, pois precisava se render e aceitar o que era estabelecido por ela. Era mantida uma forma objetiva e rígida no contexto organizacional, não sendo permitido muita interação ou expressão de emoções, somente fora. A pouca abertura da organização com os seus trabalhadores faz com que as pessoas se tornem conformadas e dominadas pela empresa, esquecendo seus princípios e valores e não exigindo boas condições para trabalhar.

Para que essa situação mude cada vez mais é preciso que a organização pense de forma diferente e passe a se preocupar em manter condições apropriadas