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O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL E A MEDIAÇÃO NA RELAÇÃO INTERPESSOAL COM O EDUCADOR

Por:   •  23/3/2017  •  Dissertação  •  5.651 Palavras (23 Páginas)  •  464 Visualizações

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  1. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL E A MEDIAÇÃO NA RELAÇÃO INTERPESSOAL COM O EDUCADOR

A educação infantil é a base para a formação da criança, em sua totalidade. É nessa fase que a criança desperta o interesse em aprender. Pensar em aprendizagem na educação infantil é pensar em jogos e brincadeiras, as brincadeiras ganham destaque nessa fase cheia de novas descobertas crianças.

As brincadeiras em especial estão presentes no cotidiano das pessoas desde a sua infância, por isso e é indispensável na educação infantil, pois é por meio desse instrumento prazeroso e significativo para as crianças, onde os professores e alunos constroem uma relação de confiança e de diálogo. A ludicidade é essencial para a formação da criança e sua socialização no ambiente em que vive.

 Dantas (2002) enfatiza que o brincar é anterior a jogar, que requer uma conduta social e propõe regras. Ou seja, o brincar é livre e espontâneo sem a interferência de regras ou direcionamento, portanto, permite que a criança desenvolva sua criatividade, imaginação e socialização. A brincadeira e o brinquedo são elementos agradáveis, fator que motiva a criança a estar sempre disponível para entrar nesse mundo mágico do brincar, pois é um universo repleto de possibilidades, onde a criança é desafiada a desenvolver sua capacidade de organização das suas ações, estimulando, portanto, sua inteligência, que, conforme Alves (2004,p.19) “brincando a criança se solta e fica mais inteligente. Brinquedo é tônico para a inteligência”.

Para Macedo (2005), “o jogar é o brincar em contexto de regras, seguindo um objetivo já predefinido, mas brincar em outro contexto é um jogar com as idéias, com a imaginação”. Nessa perspectiva, na escola, ao jogar, a criança se realiza ao cumprir todas as etapas e regras estabelecidas pelo professor, que por meio do jogo busca alcançar um objetivo; na brincadeira livre, a criança se realiza simplesmente ao satisfazer o desejo de apenas brincar e satisfazer suas necessidades. Nessa fase do desenvolvimento a brincadeira é mais prazerosa e importante para criança, pois as regras não são necessárias para que a imaginação e a criatividade aconteçam.  

Para a criança a brincadeira é o recurso mais agradável de se aprender e também de representar ainda de forma que a própria criança não perceba, de denunciar suas angustias.

No ambiente escolar é comum atribuir um mesmo significado para as atividades lúdicas, incluindo o jogo, brincadeira, o brinquedo e também a recreação num mesmo significado e objetivo, mas, como foi dito, há diferença entre esses termos. Como ressalta Medeiros (1959), a leitura, a natação, a música, a pintura, a dança, e o cinema são formas de recreação, sendo assim, a recreação é uma infinidade de experiências, numa multiplicidade de situações.

O brinquedo exerce um papel importante no desenvolvimento infantil, pois como afirma Kishimoto (2003), ele supõe uma relação íntima com a criança de forma espontânea, sem a existência de regras. Assim, o brinquedo é um meio de desenvolvimento que a permite ampliar seu aprendizado e a descobrir novas habilidades.

Os jogos e brincadeiras na educação infantil são fundamentais para o processo de desenvolvimento no campo cognitivo, afetivo e motor, além de estimular a criatividade, a linguagem e a socialização. A escola deve ser o lugar onde a criança tem a oportunidade de explorar sua imaginação e sua espontaneidade criativa, e propiciar o seu envolvimento em situações que lhe permita se relacionar com outras crianças.

As relações interpessoais são fundamentais, para o desenvolvimento infantil no tocante à personalidade, inteligência e a afetividade, coordenação motora, equilíbrio e quanto à relação social, permitindo interação e aprendizado com o outro.

As atividades lúdicas exercem o papel importante na mediação das relações interpessoais, pois como afirma Macedo (2005), o brincar supõe disponibilidade em se relacionar em diferentes situações. Podemos dizer, então, que o brincar favorece o desenvolvimento dessas relações.

Segundo Santos (1995), a criança é um ser sócio e histórico, que se relaciona em diferentes instâncias sociais, como escolas, lugares e pessoas, na busca pela compreensão do mundo em sua volta. Portanto, ela se constitui como sujeito por meio dessas relações, nesse aspecto, é essencial a participação do professor para promover essa mediação, propiciando essa intervenção para a essa compreensão seja efetiva.

        Portanto, o professor contribui não só para a sistematização de conhecimento, mas também nos processos de formação de relações, o aluno precisa dessa motivação para construir relacionamentos e se impôs diante dos desafios.

2. DESMISTICANDO O SIGNIFICADO DE ABUSO: A LEGISLAÇÃO E A OMISSÃO.

O abuso contra a criança existe desde o Brasil Colônia. Como afirma o Guia escolar (2004), crimes sexuais praticados contra a criança e o adolescente já eram previstos em lei no Código Penal do Brasil Imperial de 1830, porém não há registros de penalidades aplicadas aos agressores. Só nas últimas décadas, essa questão tomou proporções gigantescas e passou a ser enfrentada como um problema social a ser combatido. Ainda de acordo com o Guia escolar (2004), na década de 90, o abuso contra a criança foi reconhecido com a luta nacional e internacional dos direitos humanos, preconizados na Constituição Federal Brasileira de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8069/90 e na Convenção Internacional dos Direitos da Criança.

Nos últimos anos, casos de abusos contra a criança têm aumentado e crescido de maneira assustadora e indignante. Segundo Varella (2015), informa que “pesquisas realizadas no ano de 2011, foram registrados mais de 14.625 casos denunciados. A negligência e o abandono somam 36% dos casos, o abuso sexual chega a 35% e os abusos físicos e psicológicos somam 22% dos casos. Estima-se que 64% dos abusos acontecem no meio familiar”. Os abusos contra a criança e adolescentes acontecem em todas as classes sociais, cometemos um erro ao pensar que os casos de abusos é uma ocorrência mais freqüente nas famílias menos favorecida financeiramente e com menos estudos. Schelb (2008) chama a atenção para os casos que acontecem mais famílias de classe média a alta, quando os abusos são descobertos algumas famílias preferem ignorar o ocorrido, e não denuncia agressão, e ás vezes preferem mudar de cidade para evitar a uma possível exposição, pois a imagem da família é considerada mais importante.

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