TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Conhecimento Empírico ou Senso Comum

Por:   •  26/2/2018  •  Dissertação  •  1.524 Palavras (7 Páginas)  •  823 Visualizações

Página 1 de 7

     UESB – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA[pic 1]

DFCH – DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE PSICOLOGIA

ROSANA ARRUDA SILVA

O QUE É CONHECIMENTO?

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

MAIO DE 2016

ROSANA ARRUDA SILVA

O QUE É CONHECIMENTO?

[pic 2]

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

MAIO DE 2016

O QUE É CONHECIMENTO?

De um modo geral, conhecimento é o ato de ter consciência do que é determinado objeto, seja este o mundo, os animais, os seres humanos, etc., isto é, conhecimento é saber, é ter noção, é compreender, é formular um conceito do que é conhecido. Para o filósofo grego Platão (428/427 – 348/347), conhecimento é uma crença verdadeira justificada, pois para possuir conhecimento, o indivíduo deve crer e justificar uma coisa, que deve ser verdadeira. Além disso, Platão acreditava que o verdadeiro conhecimento do que são as coisas está nas ideias abstratas, isto é, no Mundo das Ideias, que ele relata no famoso texto O Mito da Caverna. Já para o dicionário Aurélio, conhecimento é: Ato ou efeito de conhecer. 2. Ideia, noção. 3. Informação, notícia, ciência. 4. Prática da vida, experiência. 5. Discernimento, critério, apreciação. 6. Consciência de si mesmo; acordo.

De acordo com Locke (1999), o conhecimento é o ato de perceber se duas ideias se complementam ou se excluem. Locke afirma também que o conhecimento provém da sensação ou da reflexão, ou seja, o conhecimento provém dos órgãos dos sentidos; é sabido, porém, que o conhecimento não provém somente das sensações ou da experiência, mas também do intelecto ou da razão como afirmava Descartes no seu livro o Discurso do Método, no qual o autor, em contraste com o filósofo Locke, admite que só através da razão é possível alcançar o verdadeiro conhecimento. Para Descartes, o homem é um ser pensante (res cogitans) e ele é dotado da capacidade de conhecer o mundo e a si mesmo usando o seu intelecto, e não usando os sentidos, que fazem parte do corpo (res extensa) e que enganam o homem.

Huhne (1999, p. 34) define que no

[...] conhecimento encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O conhecimento apresenta-se como uma relação entre estes dois elementos, que nela permeiam eternamente separados um do outro. O dualismo sujeito e objeto pertence à essência do conhecimento.  [...] o sujeito só é sujeito para um objeto e objeto para um sujeito. Ambos só são o que são enquanto o são para o outro.

Através do pensamento de Huhne é possível perceber que tanto Locke quanto Descartes afirmaram corretamente a respeito do conhecimento, pois o sujeito apropria do objeto tanto pelas sensações quanto pelo intelecto.

É claramente visto que o conhecimento tem sido estudado e questionado há milhares de anos; tendo, portanto diferentes definições e sendo impossível enquadrá-lo em somente uma delas. Porém, alguns estudiosos dividiram o conhecimento em 4 tipos principais, são eles: conhecimento empírico ou senso comum, conhecimento teológico, conhecimento filosófico e conhecimento científico.

Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem por exemplo, pode-se tirar uma serie de conclusões sobre sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana, pode-se analisá-lo  como um ser biológico, verificando-o, através de investigação experimental [...] pode-se questioná-lo quanto à sua liberdade, à sua imagem e semelhança,  e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados (LAKATOS & MARCONI, 2008)

O conhecimento Empírico ou Senso Comum é o mais simples dos conhecimentos, mas não o menos importante. Este conhecimento é adquirido através das experiências, da tradição, do trato com as pessoas, das vivências do dia a dia, do cotidiano, logo o senso comum é subjetivo; é um conhecer espontâneo adquirido pelos sentidos. Um exemplo clássico de conhecimento empírico é o do lavrador que cultiva e trata a terra, através das experiências que adquiriu com o tempo e com as tradições que lhe foram passadas, através dos erros e acertos de suas práticas agrícolas. “O senso comum talvez seja a primeira forma de conhecimento a ter surgido sobre a face da terra juntamente com o Homo sapiens, há cerca de 40 mil anos.” (APPOLINARIO, 2012, p. 8).

Segundo, Huhne (1999), o senso comum está intrínseco a uma época ou a um lugar (seja país, continente), ou seja, está relacionado com a cultura de determinado lugar, onde as ideias são oriundas de um único pensamento. Seguindo este pensamento, os conhecimentos advindos do senso comum em Moçambique não são os mesmos dos da Argentina, por exemplo. Comprova-se aí a subjetividade desse tipo de saber.

  Por sua vez, Galliano (1986, p. 18) afirma que “[...] o conhecimento vulgar não deve ser menosprezado. Ele constitui a base do saber e já existia muito antes do homem imaginar a possibilidade da Ciência.”    

O conhecimento teológico é o conhecimento que vem da fé. Neste tipo de conhecimento, o saber vem de um ser superior transcendente que o revelou aos homens através de revelações. Este ser ou seres superiores criaram todas as coisas, sendo que todas elas são explicadas através da crença que se tem neles. O saber teológico não é verificável, pois é oriundo da fé; é dogmático e considerado infalível.

Lakatos e Marconi (2008, p. 79) propõem que

O conhecimento teológico, isto é, teológico apoia-se em doutrinas que contém proposições sagradas (valorativas), por terem sido reveladas pelo sobrenatural (inspiracional) e, por esse motivo, tais verdades dão consideradas infalíveis e indiscutíveis (exatas); é um conhecimento sistemático do mundo (origem, significativo, finalidade e destino) como obra de um criador divino; suas evidencias não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado.

Consoante à opinião de Galliano (1986), o conhecimento teológico, assim como o conhecimento empírico, é transmitido por tradições com a diferença de ser passado também por escritos (bíblia sagrada, alcorão, torá), os chamados escritos sagrados. O saber teológico trata de explicar questões que os outros saberes afirmam ser impossíveis de serem compreendidas, como é o caso da vida após a morte, muito discutida por este saber.

O conhecimento filosófico, por sua vez, busca a verdade dos fatos através da razão. Este saber se insere nas mais diversas áreas do conhecimento; especula a veracidade dos fatos, das coisas, do mundo e assim, como o conhecimento empírico, também faz parte do cotidiano. O saber filosófico faz uso contínuo do pronome interrogativo “por que”, porque ao contrário dos outros conhecimentos, o conhecimento filosófico foca-se nas perguntas e não nas respostas, promovendo uma reflexão. O conhecimento filosófico nem sempre busca a verdade, pois há uma corrente filosófica que afirma que não há verdade ou esta é impossível de ser alcançada, é o ceticismo.’ O conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por instrumento exclusivo o racionalismo ” (GALLIANO, 1986, P. 19).

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.3 Kb)   pdf (186.2 Kb)   docx (55.4 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com