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O EXISTENCIAL HUMANISTA

Por:   •  26/9/2021  •  Resenha  •  866 Palavras (4 Páginas)  •  102 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SERGIPE

DISCIPLINA: Terapia Existencial e Humanista (SDE0190/5653614) 1001

DISCENTE: Verônica dos Santos – 201702017214

DOCENTE: Prof. Leonardo Leite de Andrade

Liberdade

Ser livre parece ser um desejo para todo o mundo. Mas o que falar sobre um assunto tão subjetivo e largo de significados quando o ser humano perpassa de ideias e pensamentos que ecoam linhas de comportamentos diversos?  Como no próprio texto trás, “O homem é um ser que, livre, decide a própria vida. O homem arca com a responsabilidade de sua escolha. E escolher sua própria vertente significa lutar pela própria dignidade. O homem é absolutamente livre ou não é. A alternativa é radical: ou determinismo absoluto ou liberdade absoluta.” Ninguém nasceu para estar preso ou confinado. Tanto que a falta de liberdade é uma das formas mais comuns de castigo em nossa sociedade.

Na concepção de Sartre, o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio e, no entanto, é livre. E uma vez lançado no mundo, seria responsável por tudo o que fizer. Essa liberdade traria uma angústia: a responsabilidade diante de seus atos e a exclusão das outras possiblidades não escolhidas.

Para a maioria das tradições filosóficas, liberdade significa não escravidão, que está principalmente relacionada ao prazer da vontade, livre arbítrio e decisão. Será experimentado nas pessoas. Ou seja, liberdade é o nome do fato de termos autonomia para escolher nosso caminho. Considerando que toda ação exige uma resposta, fazer o que se quer sem levar em conta as consequências não torna ninguém mais livre, nem garante a felicidade. Não há espaço para o individualismo nesta prática de autoconhecimento. Uma compreensão total do que realmente está acontecendo no mundo também é uma condição necessária para se sentir mais livre.

Algumas pessoas, inclusive eu, acham difícil lidar com a liberdade porque ela exige responsabilidade por suas ações. Digo isso a partir do momento que foi, de certa forma, uma necessidade pra mim em assumir a minha homoafetividade aos meus pais, familiares e amigos. Mas será que isso realmente era uma necessidade? E a minha liberdade de ser quem eu sou? Fui em frente e aqui estou, enfrentando todas as falas de preconceito e negatividade para a vida que estava a caminhar.

No Grupo LGBTQIA+, nós como lésbicas, ocupamos um lugar de invisibilidade, quanto aos outros, lugares de marginalidade. Os homossexuais masculinos são o subgrupo que obteve mais sucesso nesse processo. A evolução do pensamento social gerara um ambiente de consenso a respeito do caráter “politicamente incorreto” do preconceito. No entanto, este avanço, que se dá no nível coletivo das comunidades, gera o risco de que a problemática do lesbianismo, mais especificamente - seja banalizada, de que a sociedade pense que a questão já está completamente resolvida, exatamente no momento em que estamos convivendo com o surgimento de novas categorias sociais e conceitos científicos que compreendem mais aprofundadamente o desejo que se dá pelo semelhante, e não pela complementaridade homem-mulher. 

Do ponto de vista prático, os discursos de tolerância e não discriminação, muitas vezes, não se estendem à esfera individual. Eles não eliminaram os episódios de violência, as situações de perseguição e incompreensão. Essa realidade faz com que muitos ainda sintam que sua condição só possa ser vivida no espaço da privacidade e da intimidade, ou como diz a expressão corrente: “no armário”.

Complicado ver um relacionamento heterossexual com a liberdade de andar de mãos dadas em sociedade sem medo da violência enquanto os homoafetivos vivem com uma demanda de não poder existir num mundo real, podendo ser e transparecer apenas em um ambiente que estejam a sós. E a liberdade acaba a partir do momento onde não há o respeito com a individualidade do outro. “Estou condenado a existir para sempre além de minha essência, além de móveis e dos motivos de meu ato: estou condenado a ser livre.” A única necessidade que a liberdade conhece está aqui: o homem não é livre para deixar de ser livre.

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