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Relatório Final de Clinica Existencial Humanista

Por:   •  6/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  4.660 Palavras (19 Páginas)  •  1.773 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIMOC

DÉBORAH REGINA DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Montes Claros - MG

Novembro - 2020

DÉBORAH REGINA DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Trabalho apresentado ao 8º período matutino de Psicologia do CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC, com o requisito parcial para aprovação na disciplina Estágios Específicos I: Psicoterapia Clínica Humanista Existencial.

Professora supervisora: Patrícia Queiroz Drumond.

Montes Claros – MG

Novembro - 2020

INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta-se referente ao período de estágios específicos I: Psicoterapia Clínica Humanista-Existencial, relacionado ao oitavo período matutino, do curso de Psicologia no 2° semestre de 2020, oferecido pelo Centro universitário Unifipmoc, de Montes Claros – MG, ofertando à possibilidade de realizar atendimentos psicoterápicos a população que procura os serviços da Clínica Escola de Psicologia, proporcionando a experiência clínica de um processo psicoterapêutico dentro da abordagem teórica escolhida. O estágio contou com a duração de 60 horas aulas, com supervisões realizadas as segundas-feiras no horário de 16h10min as 17h10min e intervenções clínicas no ambiente do NASPP UNIFIPMoc - Núcleo de Atenção a Saúde e Práticas Profissionalizantes, as quintas-feiras, no horário de 14h00min as 14h50min. As supervisões foram lecionadas por Patrícia Queiroz Drumond e ministradas na plataforma virtual Google Meet devido ao contexto pandêmico do vírus Sars-Cov-2, em que nos encontramos. Dando importância ao conhecimento proporcionado mesmo que longe do ambiente universitário, possibilitando a compreensão da integração na Psicologia clínica. O oitavo período é marcado pelo inicio na prática clínica, período onde a sala se dividiu em subgrupos e escolheram abordagens que mais se identificavam, como: Psicanálise, Sistêmica, Cognitivo-comportamental, Análise do comportamento e Existencial-Humanista. Neste trabalho será apresentada uma breve resenha sobre a Psicologia Humanista, Fenomenológica e Existencial, além das práticas clínicas em estágio supervisionado, tomando-se por base a Abordagem Fenomenológica-Existencial, com ênfase na Logoterapia. Nesse relato ainda apresento as narrativas dos atendimentos que realizei durante o período, associados com a abordagem, além das considerações finais, descrevendo aspectos singulares das minhas experiências em campo, Posteriormente as referências bibliográficas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A psicologia Humanista manifestou-se como uma terceira força na década de 50, segundo Campos (2006), os historiadores ligados à área da psicologia, relata que a psicologia humanista iniciou-se ligada ao Movimento do Potencial Humano, devido à laboração de Abraham Maslow e Anthony Sutich. De acordo com a ambiência norte-americana, estabelecida da fenomenologia, a fim de contrapor as ideias do inconsciente e do determinismo da Psicanálise, que tem como foco o sujeito dentro da neurose e da psicose. E o controle do comportamento como os Analistas do comportamento, que tem uma visão muito mecânica e limitada do ser-humano. Castañon (2007), mostra que a discordância feita pelo movimento da Psicologia Humanista ao Behaviorismo e à Psicanálise teve como influições prévias as principais atuações do neuropsiquiatra Kurt Goldstein, da Psicologia da Gestalt e de alguns dos primeiros teóricos da personalidade.

 A partir dessas críticas, a terceira força da Psicologia apresentou-se levando em consideração a autenticidade e a forma que o sujeito tem de lidar com suas potencialidades. Segundo Campos (2006), a Psicologia Humanista tem como panorama o homem estar sempre em busca de si mesmo, demonstrando uma tendência do vir a ser e se desenvolvendo de forma corriqueira. Dentro da abordagem humanista, o sujeito é compreendido por todas as suas partes como um ser único e inseparável, considerando o funcionamento do corpo e mente como um todo, sendo assim, quando afetado, tende a se desorganizar integralmente.

A abordagem Humanista mesmo sendo parecida com a abordagem fenomenológica e existencial se diverge no sentido de que a fenomenologia, concebida por Edmund Husserl no final do século XIX ao inicio do século XX, segue uma corrente filosófica, sendo apreciada como um método. Amatuzzi (2009), diz que mesmo sendo um método, não é como os outros já existentes que se alcança o mesmo objetivo, sendo mais compreensível então, chamar a fenomenologia de paradigma. Levando ainda em consideração o pensamento de Husserl, que trouxe a fundamentação da totalidade dos objetos possíveis. Então de certa forma a psicologia fenomenológica, é determinada pela valorização da experiência enquanto realidade experimentada subjetivamente. A psicologia Existencial difere em direção a ser compreendida como uma doutrina, no intuito de compreender quem é o sujeito presente em questão, e como esse sujeito se reconhece em seu propósito e em sua vida, De Araújo (2014), relata que Kierkegaard procurou objetar as carências do tempo presente, que se manifesta na aprofundação do drama fundamental da vivência e de todas as integralidades, como as razões, motivos e finalidades que estão relacionadas. Sendo assim o aprofundar, “dar sentido” as razões, possa vir possibilitar o alcance do equilíbrio. De acordo com Castañon (2007), os psicólogos humanistas em concordância com Maslow (1963), desaprovam os traços anticientíficos e antibiológicos do Existencialismo, e, sobretudo sua predisposição ao enaltecimento do nada de Sartre e ao niilismo afobado de Nietzsche.

Cabe aqui um aprofundamento da ramificação da linha Existencial, chamada de Logoterapia. Essa ramificação manifestou-se junto á criação da psicologia humanista, momento esse em que Viktor Frankl encontrava-se aprisionado em um campo de concentração, a partir de sua vivência passou a observar a selvageria como eram tratados assim permitindo com que Frankl chegasse aos limites do ser e do não-ser., embora Frankl preferisse dizer sobre o existencialismo ter surgido a partir de estudos. Kroeff (2011), traz que (Frankl, 1983), não contrapôs ao humanismo, mas fez crítica ao termo da auto-realização, que mostra a propensão onde se ressalta excessivamente a capacidade da pessoa se realizar em si mesma. Para Pereira (2007) é em oposição a uma psicologia homeostática que Viktor Frankl diverge garantindo antes de tudo, que o homem busca o sentido, e que este homem não tem qualquer concordância de necessidade a priori com uma inquietação solipsista de redução de tensão ou de autogratificação. Para a Logoterapia essa capacidade só é apresentada a partir do momento em que o sujeito sai de si ao encontro do outro ou de algo, permitindo assim a realização, após os sentidos se efetivarem. Frankl imprime que o principal vigor que motiva o sujeito é o encontrar sentido em sua vida, sentido esse que também pode ser identificado a partir do sofrimento, que por sua vez pode vir a ser um agente causador para que o sujeito assuma um proposito para a mudança. E é fundamentado na falta do sentido que o sujeito adentra o vazio existencial. De acordo com Moreira e Holanda (2010), ao invés da mente criar o sentido, a mente se sujeita a ele, que por sua vez é encontrado. Frankl ainda destaca a visão do ser humano de autotranscedência onde o sujeito constantemente sempre se volta para alguém ou algo que diverge do que ele é “de si”, e o autodistanciamento que seja um sentido a se descobrir ou outro sujeito de deparar, regressando para algo que não seja si mesmo. "o que necessita o paciente colhido no desespero existencial do aparente sem-sentido de sua vida é logoterapia em vez de psicoterapia" (Frankl, 1970, p. 99). Por via de intervenções terapêuticas o sentido da vida pode ser detectado junto à relação paciente-terapeuta, apontando que o sujeito vá para mais do que si para realizar os sentidos, dentro de questões que exclusivamente o paciente poderá dizer e realizar. Sendo assim a logoterapia vê o homem como ser livre que é competente de compreender sobre sua liberdade e ser responsável em suas escolhas, instigado pelos sentidos que ele atribui a sua vida, então é factível que a responsabilidade e a liberdade são características essenciais do ser humano.

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