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O FUNCIONAMENTO DO CRAS ATRAVÉS DA VISÃO DE UMA ESTAGIÁRIA

Por:   •  13/3/2019  •  Artigo  •  3.061 Palavras (13 Páginas)  •  153 Visualizações

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O FUNCIONAMENTO DO CRAS ATRAVÉS DA VISÃO DE UMA ESTAGIÁRIA

Marina Fonseca Silva - Graduanda em Psicologia/ UNIVÉRTIX –

                                                                        Faculdade Vértice.

   Rodrigo Siqueira Câmara – Graduado em Psicologia pela UFSJ, Mestre em

                                                                     Psicologia pela UFSJ.

RESUMO: O Sistema Único de Assistência Social é o responsável por coordenar os serviços sócioassistenciais no país. Através dele, as famílias que necessitam de apoio psicossocial são encaminhadas para o Centro de Referência de Assistência Social – CRAS, onde se inserem nos programas de apoio e tem acesso aos benefícios, projetos e serviços da Assistência Social, como o Programa Bolsa Família (PBF), o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e as oficinas biopsicossociais ofertadas. O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre o impacto dos serviços oferecidos pelo CRAS na vida da comunidade de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, através da perspectiva de uma estagiária de psicologia.         

        

PALAVRAS-CHAVE: Centro de Referência de Assistência Social; Psicologia; Estágio.

INTRODUÇÃO

O Brasil traz, desde sua colonização, o afastamento das classes menos favorecidas dos círculos sociais e, consequentemente, sua marginalização perante a sociedade. Essa pratica era comum, e para atenuar a situação era oferecido aos mais pobres ações caridosas “reparadoras”, desenvolvendo assim o assistencialismo (MARTINS; MAZUR, 2009).

O CFESS - Conselho Federal de Serviço Social (2016) define o assistencialismo como a prática de se oferecer a um indivíduo ou comunidade carente, serviços, que na realidade são direito de todo cidadão, através de favores, doações ou por interesse. Havendo a emergente necessidade de pôr fim a tais ações excludentes e discriminatórias predominantes contra grande parte da sociedade criou-se o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e, por conseguinte, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

O CRAS funciona como a principal entrada para o serviço de Proteção Social Básica, atendendo famílias em situação de vulnerabilidade social, através de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Programa Bolsa Família (PBF), além dos serviços de Proteção e Atendimento Integral á Família (Paif) e Serviço De Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), com o propósito de fortalecer o círculo social e comunitário dos usuários (OLIVEIRA et al., 2011, p. 2).  

De acordo com Raichelis (2013 apud Brisola, 2016) a falta de recursos que debilita o serviço social faz com que ocorra a desvalorização do profissional tanto quanto a precarização dos trabalhos ofertados pelas instituições sociais, gerando prejuízos para a comunidade como um todo e muitas vezes difundindo a ideia de imobilidade e irreversibilidade da situação.

É considerável a importância da realização deste estágio, visto que, a partir de tal, foi possível visualizar como funciona o trabalho de um psicólogo inserido no serviço social, e constatar a forma como o CRAS é fundamental na vida de tantas pessoas.

O presente trabalho tem por objetivo explorar as principais características do CRAS de uma cidade do interior, através das experiências de observação de uma estagiária, trazendo conhecimento sobre alguns aspectos concretos observados dentro dessa instituição, e propondo ampliar o entendimento da prática profissional do psicólogo inserido neste determinado contexto. A instituição em questão está localizada em uma comunidade periférica, onde há um grande número de famílias em situação de carência e, portanto, havendo maiores chances de exposição a situações de riscos sociais. O público é composto por crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos.

REFERENCIAL TEÓRICO

        O CRAS atua como a porta de entrada para o serviço social. É um espaço público, através de onde famílias inseridas em comunidades vulneráveis tem acesso a programas, projetos e serviços que atuam no fortalecimento de vínculos e na resolução de questões relevantes a coletividade (Ministério do Desenvolvimento Social [MDS], 2015).

        Conforme Brognoli e Santos (2016), o CRAS organiza seus serviços de proteção territorial básica com os usuários através de uma equipe de referência, que deve seguir as regulamentações da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS.

Até 2.500 famílias referenciadas; dois técnicos com nível médio e dois técnicos com nível superior, sendo um assistente social e outro preferencialmente psicólogo; 3.500 famílias referenciadas, são três técnicos com nível médio e três técnicos com nível superior, sendo dois assistentes sociais e preferencialmente um psicólogo; 5.000 famílias referenciadas, são quatro técnicos com nível médio e quatro técnicos com nível superior, sendo dois assistentes sociais, um psicólogo e um profissional que compõe o SUAS. (BROGNOLI; SANTOS, 2016, p. 6).

        De acordo com Andrade e Morais (2017), o CRAS resulta na vida de seus usuários fatores muito positivos, como a construção de uma relação com os funcionários e a comunidade, as atividades ofertadas como meio de criação de vínculos e ocupação do tempo para crianças e adolescentes e o estabelecimento de uma instituição social voltada integralmente para a comunidade, tal qual fatores negativos como a falta de recursos para realização das atividades e manutenção da estrutura física, a distância entre as casas das famílias atendidas, que leva muitas vezes a desistência da participação do serviço e a rotatividade de profissionais.

Sposati (2009 apud MDS, 2017) declara que a construção e fortalecimento de vínculos é de extrema importância no âmbito das politicas sociais, tornando-se uma ferramenta no enfrentamento das possíveis situações de vulnerabilidade e riscos sociais ao passo que tem como foco combater desigualdade e promover o desenvolvimento humano.

        O profissional de psicologia inserido na assistência social tende a resgatar e preservar a subjetividade tanto individual quanto familiar dos usuários através do trabalho multidisciplinar juntamente com os profissionais da instituição (PAULA et al., 2015, p. 6).

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