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O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

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Por:   •  7/11/2014  •  9.283 Palavras (38 Páginas)  •  570 Visualizações

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O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Resumo

Esta pesquisa se trata de uma revisão de bibliográfica relativa ao tema da Aprendizagem e Deficiência Intelectual. Neste estudo buscamos trazer ao debate, a situação vivenciada pela criança com dificuldade de aprendizagem, que no contexto da inclusão escolar é caracterizada como possuidora de deficiência intelectual, mesmo não apresentando uma avaliação especializada que indicasse a existência de uma deficiência física, sensorial ou mental. Escolheu-se como fundamentação, os aportes teóricos de Vygotsky sobre a construção dos processos psicológicos tipicamente humanos e a perspectiva de Bernard Charlot sobre a relação com o saber. Metodologicamente escolheu-se a revisão de literatura. Buscou-se compreender segundo os autores, as características da aprendizagem da cirança com deficiência intelectual, nas dimensões cognitiva e afetiva, suas estratégias para lidar com sua situação de dificuldade de aprendizagem, a forma como são caracterizadas pelos professores, bem como o tratamento recebido no contexto da inclusão escolar. Chegou-se a conclusão, a partir da perspectiva Vigotskyana que do ponto de vista afetivo e cognitivo, essas crianças têm todos os indícios de que são capazes de realizar uma atividade intelectual, pois trazem em si as potencialidades constitutivas da condição humana necessárias para tal ação.

Palavras-chave: Aprendizagem. Dificuldade de Aprendizagem. Cognição e Afetividade.

1. Apresentação

Podemos observar que a inclusão tentando garantir uma educação de qualidade para os alunos com deficiência incluídos no ensino regular, trouxe através da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o Atendimento Educacional especializado (AEE), um serviço da educação especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas.

Neste sentido, o AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto, é parte integrante do projeto político pedagógico da escola. (SEESP/ SEED/ MEC, p. 17, 2010)

Entre seus objetivos, o AEE busca identificar, planejar e efetuar recursos tanto de, acessibilidade, quanto, pedagógicos que facilitem a participação dos alunos incluídos no ensino regular, visando principalmente seu desenvolvimento e sua aprendizagem.

Considerando que a aprendizagem é a maneira pela qual os valores, comportamentos e conhecimentos são alcançados ou alterados, como produto de formação e experiências. Esta relação pode ser examinada de diferentes maneiras, levando-se em consideração diferentes teorias de aprendizagem. (VELÁSQUEZ, 2001)

Para Vygotsky (1991), o aprendizado é mais do que a aquisição de capacidade para pensar; é a aquisição de muitas capacidades especializadas para pensar sobre várias coisas. Quando se trata de aprendizagem humana, a mesma relaciona-se à educação e desenvolvimento.

Conforme o referido autor, a aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Ele explica esta conexão entre desenvolvimento e aprendizagem através da zona de desenvolvimento proximal (distância entre os níveis de desenvolvimento potencial e nível de desenvolvimento real), um “espaço dinâmico” entre os problemas que uma criança pode resolver sozinha (nível de desenvolvimento real) e os que deverá resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no momento, para em seguida, chegar a dominá-los por si mesma (nível de desenvolvimento potencial).

Piaget aponta para a troca do organismo com o meio através da ação, física e mental. A inteligência é então definida como processo dinâmico de ação executada entre objeto e sujeito. (PAN, 2008)

De acordo com este autor, o ser humano, ao nascer, possui apenas as condições biológicas necessárias para construir a sua inteligência. Em outras palavras, as estruturas sensoriais e neurológicas do organismo humano constituem uma herança específica da espécie, que impõem limitações estruturais à inteligência, facilitam ou impedem o seu funcionamento, em si. Mas a relação entre biologia e inteligência não acaba aí. Para Piaget, herdamos igualmente o funcionamento intelectual, ou seja, o modo pelo qual o sujeito, ao estabelecer trocas com o meio em que vive, constrói o conhecimento.

Esse funcionamento intelectual, a que Piaget chamou de hereditariedade geral, está presente durante toda a vida e é através dele que as estruturas cognitivas vão sendo geradas e modificadas. (MANTOAN, 1989, p.129)

É, contudo, com o conceito de mediação que a inteligência deixa de ser concebida como algo interno e individual. Conforme demonstrado por Vygotsky, a consciência é social e historicamente determinada, sendo suas funções constitutivas dos modos de pensamento e da inteligência (memória, atenção, solução de problemas, simbolização, etc.)

A educação deve ocupar-se do que pode ser mediado à criança, de modo que a zona de desenvolvimento proximal torne-se, amanhã, zona real de ação cognitiva. Logo, o ato educativo, como ato politico, deve ser prospectivo e não retrospectivo. Não pode ser baseado na falta, no déficit, no atraso, mas nas diferentes possibilidades que a criança tem de apropriar-se do conhecimento por meio da mediação dos instrumentos semióticos da cultura. (PAN, 2008, p.67)

O processo de ensino aprendizado na escola deve ser construído então tomando como ponto de partida o nível de desenvolvimento real da criança ou dos discentes num dado momento e com relação a um determinado conteúdo a ser desenvolvido. E como ponto de chegada os objetivos estabelecidos pela escola, supostamente adequados à faixa etária e ao nível de conhecimento e habilidade de cada grupo de criança.

Deste modo, acreditamos que

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