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O Relatório de Estagio

Por:   •  21/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.124 Palavras (17 Páginas)  •  124 Visualizações

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1. Introdução

  A psicologia da saúde é uma área que tem uma proposta teórica e prática que visa agregar a área da saúde conhecimentos que venham contribuir no entendimento dos processos do adoecimento, sendo que, não se limita somente a isso, mas abre um amplo campo reflexivo para se repensar a respeito das mais diversas questões a respeito da pratica médica e de todas as variáveis que podem estar envolvidas tanto na promoção da saúde e prevenção da doença, quanto no próprio adoecimento.

O estudo da saúde tem estado muito ligado a prática médica. Isso contribui muito para que a doença seja explicada somente do ponto de vista orgânico, deixando-se de lado outros aspectos, como por exemplo, o social, o ambiental e o psicológico, que podem ser tão relevantes, quanto o fisiológico, no desenvolvimento e na manutenção da doença e também no processo de recuperação.

A psicologia da saúde propõe um olhar diferenciado para o paciente, de modo que se procure olhar para o paciente como um todo, ou seja, levar não somente em conta a doença, mas preconizar a escutar do paciente objetivando compreender este como um sujeito passível de outras questões além da doença. Sendo que tais questões podem estar envolvidas de alguma forma no seu adoecimento e que isso também deve ser tratado. A proposta da prática da psicologia da saúde visa também entender como o doente, vê a doença, e o ajudá-lo a lidar com os estressores advindos da doença. De modo geral a psicologia da saúde abrange tanto a saúde física como a mental.

É papel do psicólogo da saúde, humanizar as praticas de saúde, ou seja, atuar de forma a procurar fazer com que o atendimento médico venha há ser dado de forma diferente da habitual. Fazendo com que os procedimentos médicos possam ser compreendidos pelo paciente e não seja causado neste a sensação de ser submetido a práticas impostas que não levem em conta a sua opinião/consideração.

Segundo Yépez (2001, p. 53) “em geral, percebe-se que a doença e o sofrimento geram nas pessoas sentimentos de insegurança e temor”. Esse fato justifica que o psicólogo da saúde deve atuar também no desenvolvimento de programas para que as pessoas entendam melhor sua patologia e conseqüentemente realizem uma melhor adesão ao tratamento. Devem também ser desenvolvidos programas que visem fazer com que as pessoas adotem hábitos de vida mais saudáveis, que orientem para a prevenção de doenças.

O presente trabalho e o estágio foram desenvolvidos na Casa de Recuperação O Bom Samaritano. O estágio teve o objetivo de realizar a reestruturação do atendimento da Instituição aos internos, visto que este apresentava vários tipos de inadequações.

1.1 Informações Sobre a Instituição

Criada em 22/03/1992, a Assistência Social O Bom Samaritano empenha-se em prestar um serviço de solidariedade ás pessoas menos favorecidas de nossa sociedade.
Ao longo desse período de atuação em Americana, empenhou-se em oferecer também as pessoas o conforto espiritual e acompanhamento para resgate de aptidões humanas necessárias ao restabelecimento da cidadania.
Atualmente são beneficiadas pelos nossos serviços aproximadamente 40 famílias e 30 dependentes químicos, através da Casa de recuperação O Bom Samaritano, fundada em 28/02/1999, nestes anos de trabalho mais de 1.300 pessoas já passaram pela casa.

A casa de apóio O Bom Samaritano tem o compromisso com a recuperação psicossocial do usuário de álcool e outras drogas. Tem como proposta principal a Prevenção – Tratamento – Reinserção Sócio-Familiar, no intento de resgatar a cidadania, o respeito, a autoconfiança, a valorização da vida, o convívio social, formando assim sujeitos de direitos e deveres, utilizando-se de métodos e procedimentos adequados para este público, baseado no conhecimento referente ao processo de tratamento e recuperação, fortalecido por ações que o consolidam, através de acompanhamento social, clínico, psicológico e espiritual.  

2. Fundamentação Teórica

  1. As substâncias psicoativas e a dependência química.

“Substância psicoativa é aquela da qual o indivíduo faz uso, independentemente da via de administração, que, por ação do sistema nervoso central, altera o humor, a consciência, a senso-percepção, a cognição e a função cerebral” (Szupszynski & Oliveira, 2008, p. 3).

De acordo com Ferreira e Laranjeira (1998, p. 107) “as substâncias psicoativas podem ser classificadas em: a) depressoras do sistema nervoso central: álcool, benzodiazepínicos, barbitúricos, opióides, etc; b) estimulantes do sistema nervoso central: cocaína, anfetaminas, nicotina etc; c) alucinógenos e psicomiméticos: cannabis, LSD, etc”.

As substâncias depressoras diminuem a atividade mental e aquelas consideradas estimulantes a aumentam, já as substâncias tidas como perturbadoras da atividade do sistema nervoso central, também, chamadas de alucinógenas, produzem mudança na qualidade do funcionamento cerebral, ou seja, alteram a percepção e o pensamento, dessa forma o cérebro passa a funcionar de maneira desordenada (Euzébio & Zeferino, 2007).

Dalgalarrondo (2008) afirma que a dependência pode ser definida como um padrão mal-adaptativo de uso de substâncias psicoativas em que ocorrem efeitos físicos, sociais e psicológicos, tais efeitos resultam desta ligação entre o ser humano e uma substância psicoativa. Além disto, a dependência ainda inclui fenômenos como sintomas de abstinência, tolerância e uso contínuo ou muito freqüente de quantidades relevantes da substância (geralmente em maior quantidade que as pretendidas pelo indivíduo).

A síndrome da dependência é desenvolvida depois de repetido consumo de uma determinada substância psicoativa (SPA), que se associa a um desejo quase que incontrolável de fazer uso da droga e controlar o consumo, esta utilização é persistente, mesmo que o dependente tenha consciência de suas nefastas conseqüências, ele ainda prioriza o uso da droga em detrimento de outras obrigações e atividades. Desta forma é possível identificar uma relação disfuncional entre um indivíduo e seu modo de consumir uma substância psicoativa (Euzébio & Zeferino, 2007).

Os tratamentos a serem realizados com os pacientes podem ser farmacoterápicos e/ou psicoterápicos. Instalada a dependência no indivíduo o tratamento psicoterápico torna-se difícil e trabalhoso, pois este paciente tem dificuldade em investir em outras atividades que não estejam relacionados à droga e também em outras pessoas que não sejam dependentes químicas. Vale também, ressaltar sobre a associação da dependência química a transtornos depressivos, de humor e ansiosos.  Gomes (2008) relata que a questão da comorbidade é um conceito relativamente novo e tal conceito corresponde à associação de pelo menos duas patologias em um mesmo indivíduo. Tal fenômeno tem se tornado cada vez mais comum, na medida em que freqüentemente tem se diagnosticado pacientes que além da dependência, possuem outras comorbidades, sendo elas advindas ou não do uso abusivo de drogas. De maneira que é formado um ciclo interativo em que a psicopatologia e a droga influenciam mutuamente as manifestações e a evolução uma da outra.

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