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O TRABALHO COMO PRODUTO E PRODUTOR DE PRAZER E SOFRIMENTO: Um estudo de caso sobre a qualidade de vida no trabalho

Por:   •  26/11/2016  •  Artigo  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  563 Visualizações

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O TRABALHO COMO PRODUTO E PRODUTOR DE PRAZER E SOFRIMENTO: um estudo de caso sobre a qualidade de vida no trabalho

Mônica Mendonça de Jesus Silva – monica.aspx@gmail.com

Graduanda em Psicologia

RESUMO

O trabalho ocupa um lugar muito importante na vida no sujeito, pois ele passa grande parte da vida trabalhando. O mundo contemporâneo do trabalho tem assumido um papel cada vez mais competitivo e inovador. Sabe-se que atualmente são diversas as situações que caracterizam sofrimento no trabalho. O presente estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, onde o mesmo traz relatos e vivências das experiências de um estágio com foco na saúde e qualidade de vida do trabalhador. A pesquisa em questão foi realizada em uma empresa de pequeno porte do ramo de comércio de materiais para a construção civil, localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim – ES. Utilizou-se como instrumento norteador a psicodinâmica do trabalho, objetivando que a partir da mesma se pudesse construir no ambiente organizacional supracitado estratégias para o enfrentamento de questões advindas do desprazer e do sofrimento no trabalho. Após o período proposto para o projeto, pode-se concluir que os participantes demonstram, hoje, uma preocupação maior em relação ao seu fazer diário, usando a reflexão como meio para produzir um prazer maior tanto nas relações interpessoais quanto às suas próprias atividades produtivas.

Palavras-chaves: Psicodinâmica do trabalho; Qualidade de vida no trabalho; Relação interpessoal; Saúde.

Introdução

O trabalho ocupa um lugar muito importante na vida no sujeito, pois ele passa grande parte da vida trabalhando. Para Tamayo et al. (2004) apud Ferrari e Gordono (2015, p. 1) o trabalho representa para a pessoa um dos aspectos mais relevantes de sua vida e é inseparável da sua existência. Esse trabalho não é só produtor de bens e riquezas, mas a maneira de sua realização como pessoa.

O mundo contemporâneo do trabalho tem assumido um papel cada vez mais competitivo e inovador. Conforme Heloani e Capitão (2003, p. 103) a maior parte das atividades, exige um trabalhador complexo, que saiba muito mais além do que seria preciso para a execução de determinada tarefa.

Mediante este cenário, onde o perfil esperado é de um profissional com um nível nada menos que excelente, o indivíduo atualmente necessita ser cada vez mais produtivo, bem como, estar a cada dia mais próximo da perfeição tanto em relação aos conhecimentos técnicos quanto aos aspectos sociais, emocionais e relacionais. Necessita-se ter uma rapidez tanto manual, como na voz e na mente (HELOANI; CAPITÃO, 2003, p. 103).

  Sabe-se que atualmente são diversas as situações que caracterizam sofrimento no trabalho. De acordo com Martins e Mendes (2012, p. 172) as constantes e aceleradas transformações no mundo do trabalho contemporâneo, vem trazendo inevitáveis consequências para a saúde, ampliam, enquanto tornam mais complexa, a investigação e o tratamento do sofrimento, da dor e do desconforto físico e psíquico, presentes nas relações entre trabalho e saúde.

A pesquisa em questão foi realizada em uma empresa de pequeno porte do ramo de comércio de materiais para a construção civil, localizada no município de Cachoeiro de Itapemirim – ES. A demanda para a realização da mesma se refere ao desejo da pesquisadora, autora deste artigo, em analisar como ocorrem na prática as questões relacionadas ao prazer e ao desprazer no trabalho, no que se refere as suas causas e consequências.

É necessário e urgente criar estratégias metodológicas que dêem conta da especificidade desse objeto de investigação que são as questões dos mundos do trabalho, uma vez que as limitações do conhecimento científico sobre essa temática só podem ser superadas se partirem dos desafios e das indagações advindas da experiência daqueles que vivem as relações que investigamos (Athayde, Brito, & Neves, 2003, p. 240 apud Barros; Louzada,2007, p.16).

Para isto, utilizou como instrumento norteador a psicodinâmica do trabalho, objetivando que a partir da mesma se pudesse construir no ambiente organizacional supracitado estratégias para o enfrentamento de questões advindas do desprazer e do sofrimento no trabalho. Em sua origem, a Psicodinâmica do Trabalho inicia seus estudos através da investigação do sofrimento psíquico do sujeito na sua relação com o trabalho, levando em conta, principalmente, os processos defensivos, individuais e coletivos que os trabalhadores utilizam para transformar, de maneira criativa, sua relação com a organização do trabalho. Seu método era a escuta do sofrimento do trabalhador em "espaços de discussão" em grupo (Martins, 2009).”

Para a psicodinâmica do trabalho, o sofrimento pode ser evitado por meio das defesas, trabalhado por meio da mobilização, ou ainda pode levar ao adoecimento. De acordo com Alves (2005) apud Louzada e Oliveira (2013, p.27), as condições e a organização do trabalho, além das vivências de dor, confrontam-se com as aspirações, motivações e desejos do sujeito, pois este passa a reavaliar os aspectos negativos do seu trabalho de maneira a caracterizá-lo, ou não, como penoso e de menos valia, o que pode gerar insatisfação na execução significativa de determinadas atividades.

 

Materiais e métodos

O presente estudo trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, onde o mesmo traz relatos e vivências das experiências de um estágio com foco na saúde e qualidade de vida do trabalhador. Para tal, foram realizados 22 encontros, no período entre Outubro de 2015 a Junho de 2016.

O conjunto de informações recolhidas e as intervenções realizadas no local ocorreram por meio de: (a) realização de entrevistas individuais com vinte e oito funcionários da empresa; (b) da realização de dinâmicas de grupo; (c) da realização de um plantão psicológico semanal (d) da observação dos comportamentos dos funcionários em suas atividades cotidianas.

 As informações coletadas e experiências foram transcritas em um diário de campo semanal, onde após o encerramento da pesquisa “in loco”, todo o material transcrito foi submetido a revisão e se tornou material base para a construção dos resultados e discussão.

Resultado e discussão

 A proposta inicial se deu, em primeiro momento, com a criação de um espaço de escuta individual, onde foram realizadas entrevistas individuais semi-estruturadas e atendimentos na perspectiva da técnica de plantão psicológico. Nesta fase do processo houve uma preocupação em proporcionar esse espaço de escuta o mais imparcial e acolhedor possível, visto que, a necessidade em expor suas experiências, dúvidas, tristezas e insatisfações já havia sido percebida anteriormente.

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