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O modelo de inclusão escolar atual favorece o desenvolvimento psicológico de crianças com deficiência?

Por:   •  22/10/2018  •  Ensaio  •  1.757 Palavras (8 Páginas)  •  194 Visualizações

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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Filosofia e ciências Humanas

Departamento de Psicologia

Curso de Graduação em Psicologia

O modelo de inclusão escolar atual favorece o desenvolvimento psicológico de crianças com deficiência?

Trabalho apresentado por Priscila Da Silva

 Disciplina: controvérsias na psicologia

                                                   Recife, 01 de novembro de 2015

  • Introdução:

 O desenvolvimento tecnológico, em especial o ocorrido no mundo das telecomunicações e da informática tem marcado significativamente o nosso mundo gerando novas formas de vida e de relacionamento, bem como a redefinição da cultura.

Nesse sentido, diferentes produtos midiáticos passaram a compor o espaço público na sociedade atual , transformando-se  em importantes mecanismos de socialização e construção da subjetividade de cada indivíduo. Dessa forma , muitas são as questões que se colocam quando se faz referência ao impacto desses canais, seja computadores, videogames e  os demais produtos da mídia na vida das pessoas e na sua formação, em especial em crianças e adolescentes.

Nessa perspectiva, há uma grande preocupação com a exposição de crianças à violência veiculada pela mídia por serem sujeitos que estão em processo de formação da personalidade, bem como a construção de suas interações em meio social, portanto representam um publico frágil, que pode assimilar mais facilmente o conteúdo, visto que também passam muito tempo diante de televisões, ou interagindo com mídias como jogos eletrônicos e internet, muitas vezes sem a observação e controle dos pais.

Podemos observar nas manchetes de jornais, reportagens e notícias sobre casos de crimes cometidos por menores de idade como, comportamentos agressivos de crianças dentro do ambiente escolar, dentro de casa, práticas de violência contra colegas e até mesmo contra os animais. Os pesquisadores, psicólogos, pessoas comuns, no geral, se questionam de qual seria o motivo de tais práticas. O que influência a criança a se comportar dessa forma?

 A partir desse pressuposto, Seria a mídia um grande  fator de influência para o desenvolvimento do comportamento agressivo em crianças?

Essa inquietação acerca dessa problemática não é algo atual, já a partir da década de 50,  várias pesquisas foram e  tem sido  formuladas   para analisar as relações entre violência e mídia, com foco na televiolência e a cineviolência.

A partir desses estudos, alguns pesquisadores  afirmam  que a televisão é um fator que contribui para o comportamento agressivo, ou antissocial ,baseados na teoria mimética, ou seja, o processo de aprendizado dos indivíduos  acontece pela observação e imitação de tudo que veem e ouvem, assim aconteceria o mesmo ao se depararem com cenas de grande teor de agressividade.

 Por outro lado, Outras pesquisas  concluíram  através dos principio da catarse,  que tal exposição teria um efeito terapêutico através da liberação das tensões não desenvolvidas nos indivíduos, isto é, a exposição á violência  teria um efeito benéfico, contrariando a ideia da mimese.

È notório que há uma grande influência da mídia sobre os indivíduos, visto que o conteúdo muitas vezes mexe com o imaginário individual dos seus receptores. Entretanto, é de crucial importância analisar os diversos fatores e ambos os lados da questão através de estudos que possam contribuir  para a compreensão dessa problemática.

  • Desenvolvimento

Retomando o principio da mimese, temos como principal precursor,  Platão, o qual ressaltava que as narrativas de violência representavam uma ameaça, na medida que poderiam estimular o indivíduo a condutas negativas/imorais. Trata-se nesse caso, como principio norteador baseando-se na ideia da imitação, ou seja os indivíduos são induzidos a imitar aquilo que veem e ouvem.

 Este estudo  pode ser acrescido pela teoria da aprendizagem social  por Albert Bandura (1973, citado por Rangel,2004). Ele enfatiza que  ao assistirmos televisão, suas influências modeladoras podem produzir aprendizagem e , devido a uma série de fatores, contribui na aquisição de representações simbólicas de atividades modelares e associações específicas de estímulo/resposta. Por exemplo: uma criança aprende a falar observando as pessoas do seu meio, outra aprende a nadar registrando os movimentos do colega  de natação, e um terceiro inicia na arte do balé imitando os gestos e passos do professor. Dessa forma, a televisão,  ao bombardear os seus receptores com imagens destrutivas induziriam  ao aprendizado mimético, e este  teria o efeito tão eficaz  quanto  a  aquisição de conhecimento através da observação  das ações de pessoas na realidade.

Por outro lado, existe um argumento contrário ao de Bandura, que acredita que a exposição da criança às cenas com teor de violência através das mídias, pode proporcionar um efeito catártico e não mimético. Há muito tempo, o filosofo grego Aristóteles especulou que o ato de testemunhar elementos violentos poderia estimular nas pessoas uma forma de liberação das tensões  por meio de imagens e narrativas simbólicas, ocasionando uma satisfação imaginária para compensar a impotência e frustração reais. Nesse sentido, a mídia seria uma válvula de escape ,  e  não um agente causador da agressividade.

Um forte reforçador dessa teoria seria Seymour Feshbach (1961, citado por Rangel,2014), onde considera que tal condição ocorre quando os telespectadores apresentam deficiências na capacidade de inventar sua próprias  fantasias agressivas. Desta forma, as imagens são úteis no autocontrole de impulsos agressivos, uma vez que as mesmas cumprem o papel das fantasia não realizadas  e dessa maneira,  a violência televisiva fornece os elementos para o esgotamento delas, contribuindo na redução do comportamento agressivo.

Como exemplo, Feshbach realizou um dos primeiros estudos experimentais defendendo

esta hipótese. O experimento consistia em submeter um grupo de estudantes

universitários às cenas de um  filme violento  e o outro grupo seria exposto a um filme de conteúdo neutro e ao final dos filmes em questão, alguns alunos seriam insultados por uma pessoa, com o intuito de provocar-lhes raiva. Ao final, ele conclui que alguns alunos diminuíram sua raiva após assistirem ao filme violento.  

 Além desse argumento, alguns pesquisadores seguem esta linha por  acreditarem que tanto o adulto, quanto a criança possuem o poder de discernimento em certo e errado.

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