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O ÉDIPO MENINO

Por:   •  7/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.406 Palavras (6 Páginas)  •  96 Visualizações

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SINTESE: ÉDIPO

O ÉDIPO DO MENINO

No período entre os três e quatro anos as crianças entram em um novo desenvolvimento libidinal, denominado como a fase fálica. Fálica porque a criança focaliza todo seu prazer sobre o pênis, sentido propriamente dito como órgão, como objeto imaginário e também como representante simbólico. O pênis torna-se aqui o objeto de maior valor e poder, onde tanto o menino quanto a menina criam fantasias infantis sobre ele. Um representante do desejo tão poderoso quanto esse é chamado de “Falo”, um símbolo idealizado da onipotência (não como órgão, mas fantasia), como também do seu oposto, vulnerável.

Nesta idade as crianças não têm a concepção que nem todos possuem um Falo para si, para o menino todos são fortes e poderosos quanto ele, como algo universal. Com a presença da identificação de um Falo perdido na menina (ocasionando sofrimento nela), o menino se angústia pelo medo de perdê-lo também.

Os Três Desejos Incestuosos

        Com todo esse poder possuído o menino experimenta o que antes nunca havia acontecido, o desejo em direção ao o Outro. Por um impulso a criança é conduzida a procurar e satisfazer seu prazer nos corpos dos seus objetos de amor, os pais. Ou seja, o complexo de Édipo é o esforço que a criança tem de realizar o desejo tentador de obter o gozo pelos pais (incesto). Porém, o gozo aqui não se refere ao ato perverso de estupro (que só proporcionaria trauma) e sim a uma representação do louco desejo de retornar ao seu estado original de condição permanente de perfeita satisfação e plenitude intrauterina, como se fosse uma fusão com sua origem.

        Esse desejo do menino não se faz apenas como erótico, mas como também agressivo, dividindo-se em três manifestações: o desejo de possuir o Outro, o desejo de ser possuído e o desejo de suprimir o corpo do Outro. Por não conseguir realizar a satisfação desses desejos incestuosos, o menino cria então fantasias (cenas imaginárias que proporcionam consolo) para obter tal gozo, no qual gerará para si o prazer ou a angústia. Assim a fantasia torna-se um substituto do gozo não-humano, diminuindo a tensão psíquica do desejo e também alguns outros sentimentos penosos traduzidos como um sofrimento consciente como, por exemplo, uma crise de choro em função de uma descarga salutar. Essas cenas imaginárias nem sempre são conscientes, na maioria das vezes ela é apresentada na vida cotidiana do menino por um comportamento, sentimento ou fala. Podemos assim dizer que o desejo do menino se desenvolve da seguinte forma:

Sensações que despertam o desejo                   Desejo de ir em direção ao corpo da Outro [pic 1][pic 2][pic 3]

Incesto proibido              Incesto substituído por fantasias            Fantasia atualizada em sentimento/comportamento/fala               Satisfação do desejo.[pic 4][pic 5][pic 6]

        Em cada um dos três tipos de desejos incestuosos produzirá uma determinada fantasia. No primeiro desejo (possuir o Outro), cria-se uma fantasia de possessão onde o menino tem a mãe apenas para ele mesmo, por exemplo, morder as nádegas da mãe para tomá-la é uma atualização da fantasia para o comportamento. No segundo (ser possuído pelo o Outro), a criança seduz para ser seduzida, onde o prazer encontra-se em seduzir o adulto para se tornar o seu objeto, seja esse adulto a mãe, o pai ou o irmão. No último (suprimir o Outro), o prazer está ligado na destruição do Outro, tal como, quando o pai sai de viagem e o menino aproveita a sua falta para ser o chefe da casa e querer dormir com a mãe.

As Três Fantasias de Angústia de Castração

        Todas essas fantasias de prazer descritas acima são acompanhadas de uma angústia profunda, onde o medo se instala na punição pelo desejo de incesto com a mutilação de seu bem mais precioso, o Falo. Essas angústias fantasiadas que são denominadas como “angústia de castração” são inteiramente inconscientes, o menino não tem essa informação conscientemente, mas ela sempre vai existir enquanto existir o desejo edipiano. Essa dupla indissociável do desejo e da angústia está na base de toda neurose infantil, inclusive cabe dizer que o Édipo é a primeira neurose de crescimento humano, justamente por existir a ação simultânea entre sentimentos opostos. A comprovação que a existência dessa angústia é real é revelada no discurso do menino que ao encontrar a menina e percebe que a mesma não possui o pênis tão poderoso, entende que algo ela fez para que assim o perdesse e o medo se instala na angústia da possibilidade de perder o seu também.

        Essa angústia é expressada de acordo com os três desejos de incesto. Se na fantasia o desejo está em possuir o Outro, a ameaça está no Falo poderoso em que o pai se torna repressor diante da castração, onde o filho não pode possuir a mãe. Agora se a fantasia está em ser possuído pelo Outro, o agente de ameaça é o pai sedutor que angústia o menino diante da possibilidade de perder sua virilidade, fazendo dele a mulher de seu pai. Por fim, o desejo de suprimir o Outro tem como o agente da ameaça é o pai odiado que ameaça castrar o Falo do menino. Ou seja:

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