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Programa de Enriquecimento Instrumental

Por:   •  5/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.556 Palavras (23 Páginas)  •  574 Visualizações

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UPG – UNIVERSIDADE DEL GUAIRA

CAMPUS – CIUDAD DEL ESTE

REITORIA E ESTUDOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU”

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE ENRIQUECIMENTO INSTRUMENTAL (PEI)

Uma proposta de estimulação cognitiva dos problemas de aprendizagem

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Chapecó – SC, Brasil, Julho de 2015

RESUMO

A questão sobre problemas de aprendizagem não se reduz à preocupação dos pais, professores e escolas com o desempenho acadêmico do indivíduo. Uma pessoa com problema de aprendizagem encontra dificuldade na aquisição de novos conteúdos, comportamentos e estratégias que podem estar inseridos dentro do contexto social, emocional, acadêmico ou funcional. O PEI é um programa criado por Feuerstein em 1980, com o objetivo de melhorar as funções cognitivas deficientes do indivíduo tornando-o mais autônomo e eficiente em relação ao seu pensamento. O objetivo é ensinar as operações mentais necessárias ao aprendizado. Assim, podemos concluir que o PEI e a psicopedagogia, utilizados dentro de um programa de reabilitação pode contribuir de forma eficiente na aceitação de nova identidade do paciente, a busca de estratégias e na melhora adaptação do indivíduo na sociedade, cumprindo assim, um dos objetivos da reabilitação cognitiva.

Palavras-chave: Problema de aprendizagem; Programa de Enriquecimento Instrumental; Reabilitação Cognitiva.

ABSTRACT

The question of learning problems is not just the concern of parents, teachers and schools with the academic performance of the individual. A person with a learning problem is difficulty in acquiring new content, behaviors and strategies that can be inserted into the social, emotional, academic or functional. The PEI is a program created by Feuerstein in 1980 with the aim of improving the deficient cognitive functions of the individual making it more autonomous and efficient in relation to its thinking. The goal is to teach the mental operations necessary for learning. Thus, we can conclude that PEI and educational psychology, used in a rehabilitation program can contribute efficiently acceptance of new patient's identity, the search for strategies and improves adaptation of the individual in society, thus fulfilling one of the goals cognitive rehabilitation.


Keywords: learning problem; Instrumental Enrichment program; Cognitive Rehabilitation.

1. INTRODUÇÃO

A questão sobre problemas de aprendizagem não se reduz à preocupação dos pais, professores e escolas com o desempenho acadêmico do indivíduo. Problemas de aprendizagem também afetam as pessoas fora do âmbito escolar, pois a aprendizagem é necessária em todos os aspectos da vida.

Uma pessoa com problema de aprendizagem encontra dificuldade na aquisição de novos conteúdos, comportamentos e estratégias que podem estar inseridos dentro do contexto social, emocional, acadêmico ou funcional. Sendo assim, a identificação e o tratamento dessas dificuldades é fundamental para a formação da autoimagem do indivíduo.

A estimulação cognitiva é utilizada no tratamento de problemas de aprendizagem, mas, quando ela faz parte de um programa de reabilitação cognitiva, pode abranger maiores objetivos, pois contribui para formação da nova identidade do indivíduo, assim como para a busca de estratégias que facilitarão seu desempenho nas atividades.

Assim, Reuven Feuerstein criou a teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada (EAM), que estabelece o mediador humano (terapeuta) como facilitador para trabalhar os processos cognitivos do mediado (paciente). O objetivo da intervenção mediada é promover a modificabilidade cognitiva através do desenvolvimento dos processos cognitivos.

O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI), de autoria de Feuerstein, tem como objetivo não a adaptação a um modelo preciso, mas preparar o indivíduo para mudança, otimização o funcionamento cognitivo e proporciona-lhe um método de aprendizagem em que aprenda a aprender. Propõe-se a corrigir funções cognitivas deficientes, resultantes da mediação debilitada da aprendizagem, como também propiciar o desenvolvimento de motivação interna por parte da pessoa, pois pressupõe que o processo de internalização (no sentido vygotskiano) pelo aluno é importante, pois assim ele passa a utilizar e aplicar os conceitos, relações, operações e estratégias de forma autônoma, construindo uma auto-imagem ativa.

O objetivo deste estudo é refletir sobre as dificuldades encontradas pro muito indivíduo no processo de aprendizagem e conhecer uma proposta de trabalho de estimulação cognitiva que utiliza como instrumento a psicopedagia e o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) de Reuven Feuerstein.

2. ASPECTOS HISTÓRICO-CONTEXTUAIS

O Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI) surgiu a partir do resultado de uma experiência de avaliação cognitiva de jovens órfãos de guerra, em 1950, quando se fazia a preparação deles para a imigração e entrada no mercado de trabalho em Israel (SANTOS, 2003).

De acordo com Gomes (2002), entre 1950 e 1954, Feuerstein trabalhou para o Estado de Israel, numa instituição chamada Youth Aliyah, na perspectiva de desenvolver o potencial cognitivo de crianças judias provenientes do holocausto e de diversos lugares, como a Ásia e a África. Ainda de acordo com esse autor, “essas crianças ficavam em campos na França e em Marrocos, onde deveriam ser preparadas para a sua imigração em Israel” (p. 71), e foram submetidas aos testes tradicionais, como o de QI e às provas piagetianas para verificar o nível intelectual das crianças. Ambos os testes diagnosticaram um atraso cognitivo muito acentuado, nível de retardo mental explica Gomes (2002).

O prognóstico era o pior possível.

Contrariamente aos testes, Feuerstein observava através de sua interação com aquelas mesmas crianças que elas apresentavam um padrão de raciocínio alterado, bem melhor do que o padrão usual. Elas mostravam potenciais não-demonstráveis, os quais apenas mediam as capacidades manifestas. Feuerstein buscava ir além das observações pontuais e imediatas dos testes (GOMES, 2002, p. 71).

Diante disso, Ros (2002) considera que esse trabalho, dedicado à tarefa de receber e integrar as crianças judias vítimas do holocausto, propiciou a Feuerstein a elaboração de suas hipóteses de modificabilidade cognitiva estrutural.

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