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Psicologia Humanista

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Por:   •  10/4/2014  •  631 Palavras (3 Páginas)  •  465 Visualizações

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114 O principal foco da dispersão teórica na Psicologia é o problema da natureza do objeto de estudo, o modelo antropológico a ser adotado. Essa questão é a da relativa autonomia ou não do ser humano face aos condicionamentos biológicos, psicológicos e sociais a que ele está exposto. É, portanto, a já citada questão do velho conflito apontado por Allport (1975), entre as tradições lockeana e leibniziana, ou ainda por Rychlak (1988) entre as tradições lockeana e kantiana no pensamento psicológico. A adoção de uma posição alinhada a uma dessas tradições irá, evidentemente, condicionar o modelo de todas as pesquisas feitas por quem a adote em Psicologia. De modo geral, o tipo de pesquisa pode então ser concebido de dois modos básicos: ela pode ser uma pesquisa de caráter nomotético ou de caráter idiográfico. A pesquisa psicológica nomotética visa à obtenção de teorias e hipóteses de aplicação geral. Esta pretensão se sustenta na crença ontológica da regularidade do objeto, ou seja, que existam relações funcionais estáveis entre variáveis antecedentes e variáveis conseqüentes. Já a pesquisa idiográfica parte da posição ontológica que assume a relativa autonomia do objeto da Psicologia, o ser humano, frente aos condicionamentos que lhe são impostos. Esta orientação de pesquisa pretende que o objetivo da investigação psicológica seja a busca de compreensão do significado da experiência humana, e não a busca de teorias e hipóteses de aplicação generalizada. Em suma, a perspectiva nomotética busca explicar as causas do comportamento, enquanto a perspectiva idiográfica busca compreender os motivos de sua expressão. Trata-se de uma escolha entre explicar e compreender. Esta distinção de tipos de pesquisa psicológica foi formulada pela primeira vez por Wilhelm Dilthey (1945), que julga que as diferenças entre o objeto de pesquisa das ciências humanas e o das ciências físicas pedem diferentes métodos de investigação e orientação. Com essas diferenças ele não estava querendo dizer unicamente que o ser humano é racional e livre e que entidades físicas não são. Ele estava querendo antes de qualquer coisa expor o fato de que fenômenos físicos são externos à experiência do investigador e independentes uns dos outros; enquanto os fenômenos psicológicos são interiores à experiência do cientista e inextrincavelmente inter-relacionados uns aos outros. É antes de tudo por causa dessa inextrincável inter-relação que Dilthey afirma que o fenômeno humano precisa ser descrito e entendido em suas interconexões plenas de sentido. Assim, ele parte dessa distinção entre os objetos de pesquisa das ciências físicas e das ciências humanas para explicar a origem das duas orientações básicas de pesquisa na Psicologia, as quais ele denomina explicativa e compreensiva. Dilthey (1945) denomina explicativa ou construtiva, aquela abordagem de pesquisa importada das ciências físicas, que visa à construção de um sistema de hipóteses com um número limitado de elementos determinados, exatos, sem ambigüidades, além de leis ou princípios universais regendo suas conexões, combinações e organização última. As predições que podem portanto ser feitas sobre as relações entre variáveis são submetidas a testes de verificação cujas inferências possam suportar as hipóteses gerais. Os postulados do sistema, suas combinações, os princípios e processos governando

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