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Psicologia Humanista: a história de um dilema epistemológico

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Por:   •  3/10/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.108 Palavras (5 Páginas)  •  659 Visualizações

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Psicologia Humanista: a história de um dilema epistemológico

A Psicologia Humanista norte americana surgiu há cerca de cinquenta anos apresentando-se como uma terceira força capaz de fazer frente ao que julgava ser uma desumanização determinista da imagem de ser humano promovido pelo Behaviorismo e pela Psicanálise.

Desde seu surgimento no cenário psicológico como tentativa de constituição de uma alternativa às abordagens behavioristas e psicanalíticas, a Psicologia Humanista norte-americana se encontra enredada num dilema insolúvel, imposto pelo Positivismo à Psicologia. A Psicologia Humanista herdou este dilema em um formato particular, que acompanha a história da abordagem desde o seu surgimento. Tendo se decidido programaticamente a não aceitar a distorção da imagem de ser humano para adequá-lo ao método científico, ela, no entanto proclamou igualmente sua adesão ao projeto da ciência moderna. Assim, a Psicologia Humanista historicamente não consegue se decidir entre manter sua adesão ao método científico – que não se adequa a forma como define seu objeto de pesquisa nem a maioria de seus interesses principais de investigação – ou buscar transformar a imagem de ciência que pratica para adequá-la à sua imagem de ser humano.

História da Psicologia Humanista

O movimento que desembocou no estabelecimento da Psicologia Humanista teve seu início no ambiente acadêmico norte-americano do pós-guerra. Os líderes do movimento humanista levantaram suas vozes contra a imagem de homem e de método científico defendido pelo Behaviorismo - dominante no campo da Psicologia experimental - e contra a imagem de homem e de método terapêutico da Psicanálise - dominantes no campo da psicoterapia. Os Humanistas caracterizam o Behaviorismo como uma teoria em que o homem é visto como um ser inanimado, um organismo puramente reativo, "uma coisa passiva perdida, sem responsabilidade por seu próprio comportamento”. Assim, o Behaviorismo veria o homem como um conjunto de respostas a estímulos, ou seja, uma coleção de hábitos independentes. Os humanistas se rebelam contra o Behaviorismo se opondo a quatro pontos fundamentais. Primeiro não concordam com a pesquisa com animais como acesso a uma compreensão adequada do ser humano. Como disse Bugental (1963), o ser humano não é um rato branco maior, assim uma Psicologia baseada em dados animais excluiria aquilo que deveria ser o objeto primeiro da Psicologia: os processos e experiências distintamente humanos. Segundo, os humanistas exigem que os temas de pesquisa da Psicologia não sejam escolhidos por sua adequação ao método experimental, e sim por sua importância para o ser humano e relevância para o conhecimento psicológico.

Terceiro, opõem à concepção reativa e mecanicista behaviorista do ser humano uma concepção proativa da natureza humana: os humanistas argumentam que a motivação humana é intencional e auto motivada. Por último, estes afirmam que ainda que fosse possível ao Behaviorismo realizar um catálogo completo dos comportamentos humanos possíveis, isto não ofereceria uma descrição adequada da natureza humana, pois, seguindo a sentença gestaltista, a pessoa é mais do que a soma de cada comportamento isolado. Para os humanistas, o homem é um todo único e indivisível, é uma Gestalt. Mas a Psicologia Humanista não se constituiu somente como uma reação ao Behaviorismo, mas também como uma reação à Psicanálise, que era considerada por esta determinista, reducionista e dogmática. O foco das críticas dos psicólogos humanistas era de novo a imagem de Homem, desta vez, a admitida pela Psicanálise.

Segundo eles, a visão da natureza humana em Freud era pessimista, fatalista e excessivamente centrada no lado negro do ser humano. A Psicologia deveria, portanto se voltar para o estudo das qualidades e características positivas do Homem, como a alegria, o altruísmo, a fruição estética, a satisfação ou o êxtase. Enfim, psicólogos deveriam estudar o homem sadio, não a psicopatologia.

Outra influência importante da Psicologia Humanista é a Psicologia da Gestalt. Da mesma forma que Goldstein, a Gestalt considera o homem como uma unidade irredutível onde tudo está relacionado com tudo, e o todo é mais do que a soma de suas partes.

O grande problema da Psicologia Humanista ainda hoje permanece sendo sua aparente

Vocação para a indefinição em relação

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