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Psicologia e Cuidados Paliativos: Acolhendo o sofrimento psicológico do paciente e família através da Psicodinâmica

Por:   •  16/10/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.496 Palavras (6 Páginas)  •  256 Visualizações

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Psicologia e cuidados paliativos: Acolhendo o sofrimento psicológico do paciente e família através da Psicodinâmica

Fernanda de Lima Paula[1]

Paula Vitali Miclos[2]

  1. Introdução

                O sofrimento humano é parte integrante da experiência humana e uma realidade inevitável. (1) Certos fatos e realidades se impõem diante do homem trazendo-lhe momentos novos e inesperados a serem vividos e integrados, que também são parte de sua história e não podem ser ignorados. (1) 

                Embora o processo de adoecimento seja algo subjetivo o doente enfrenta a partir do momento do diagnóstico, um conjunto de mecanismos e de tarefas de adaptação à doença e suas circunstâncias. (2) Diante disso, restam duas atitudes: aceitar o adoecimento e procurar integrá-lo no desenvolvimento de sua história pessoal ou rejeitá-lo através da negação ou da indiferença. (1)

                Existem cinco estágios de adaptação que de acordo com sua experiência, acompanha o doente desde o diagnóstico até a fase final. De acordo com sua pesquisa, os estágios iniciam-se pela negação ou isolamento, onde há uma estranheza com a comunicação do diagnóstico. Na maioria das vezes o paciente age como se fosse um engano. Seguido pelo estágio de raiva, quando o paciente se vê confrontado pela vida ou pelo criador. No terceiro estágio existe a barganha, onde o paciente adota novas atitudes e comportamentos no intuito de prolongar a vida ou passa a justificar o adoecimento como castigo devido experiências passadas. Após a barganha temos a depressão, onde há um entendimento mais significativo do processo de adoecimento. Por fim, a aceitação. Embora haja muitas discussões sobre esse estágio, nesse momento o paciente aceita o adoecimento e não lida com sua finitude numa abordagem de revertê-la, mas numa perspectiva de vivenciá-la. (3)

                        O doente que não consegue ultrapassar alguma destas barreiras psicológicas tem maior probabilidade de desenvolver um estado de ansiedade, depressão ou uma combinação dos dois, no primeiro ano de diagnóstico, para além de outras implicações possíveis resultantes do próprio tratamento da doença (2) 

                        A família também é acometida pelo sofrimento do diagnóstico. Além dos receios e preocupações partilhados pelos doentes, os familiares preocupam-se com as alterações na condição física do seu ente querido e com um processo de luto antecipatório, mas também com problemas práticos, como a escolha dos serviços onde irão ser prestados os cuidados, a avaliação da qualidade dos mesmos e o local para onde o doente transitará na fase terminal. (2)

                        Em muitas circunstâncias, suas necessidades psicológicas excedam as do paciente e dependendo da intensidade das reações emocionais desencadeadas, a ansiedade familiar torna-se um dos aspectos de mais difícil manejo. (4) Nota-se também que a doença e a morte ainda são assuntos de difícil discussão entre paciente, família e equipe. Acabam levando à chamada “conspiração de silêncio”, na qual se evita falar das necessidades e angústias que envolvem tais experiências. Nesse contexto, não há disponibilidade para a conversa aberta sobre a morte que se aproxima e consequentemente o mal-estar se instala devido ao “jogo de faz de conta”, que pretende manter a ilusão de que está “tudo bem”. (3)

                        O cuidado deve ser integral comtemplando toda a individualidade do sujeito: física, psicológica, social e espiritual. Esse é o principal objetivo dos Cuidados Paliativos, uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Dá-se importância á avaliação e tratamento da dor, mas também á outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.

                        Existem diversas abordagens no tratamento psicológico para acolher e ressignificar o sofrimento do indivíduo em Cuidados Paliativos. A abordagem Psicodinâmica refere-se a uma compreensão do psiquismo em seus processos dinâmicos, orientando o trabalho em direção ao insight. (5) A abordagem está fundamentada nos princípios da teoria psicanalítica, cuja técnica visa elaborar e resolver conflitos intrapsíquicos a serviço da reestruturação, reorganização e desenvolvimento da personalidade. Embora a teoria psicodinâmica não apresente uma definição conceitual única e precisa, ela tem o objetivo de auxiliar os pacientes a compreender os significados dos sintomas manifestos, encontrando assim alternativas mais adaptadas para lidar com o sofrimento psíquico. (5)

                        Portanto, discutir através de evidências científicas a respeito do sofrimento psicológico do paciente torna-se uma tarefa essencial no que refere à filosofia de Cuidados Paliativos. Dessa forma, analisar o uso da psicodinâmica nesses indivíduos pode auxiliar na melhora da assistência.

  1. Objetivos

                        Identificar a produção científica nacional a respeito do sofrimento psicológico do paciente e da família em Cuidados Paliativos.

                        Analisar o uso da Psicodinâmica nesses indivíduos.

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