RESENHA LIVRO “GAROTA INTERROMPIDA”

RESENHA LIVRO  “GAROTA INTERROMPIDA” 

A obra é autobiográfica, narrado em primeira pessoa e trata das experiências pessoais vividas pela autora em um hospital psiquiátrico na década de 60.

Filha de professores da universidade de Cambridge, Susanna foi uma garota muito cobrada para que tivesse um desempenho excelente na escola, mas a menina tinha apenas se interessar por inglês e literatura.

No primeiro parágrafo do livro temos: “Como você foi parar lá? O que querem saber, na verdade, é se existem alguma possibilidade de também acabarem lá…Só posso dizer: é fácil.”

Ao avançar na leitura percebemos que Susanna é uma pessoa que se cobra muito e com um grande senso de humor. Questionei-me se realmente ela foi parar em um hospital psiquiátrico?

A autora descreve que estava em uma consulta psiquiátrica de rotina, quando o médico disse que ela precisava descansar e a colocou em um táxi rumo ao hospital. Susanna coloca suas fichas médicas e, por elas descobrimos que a jovem foi diagnosticada com depressão e transtorno de personalidade boderline.  Ela havia tentado suicídio tomando muitas aspirinas com vodca.

O livro foi escrito com uma linguagem bem leve e com muito senso de humor, por esse motivo, o leitor pode se perder e deixar de supor o terror vivido por uma garota que vai a uma consulta de rotina com o psiquiatra e sai direto para o manicômio. É algo terrível!

A rotina naquele lugar incluía refeições e telefonemas monitorados, janelas com grades, que só poderiam ser abertas e fechadas por uma enfermeira.

A partir da narrativa da autora compreendemos quão tênue é a linha entre o que a sociedade considera sanidade mental e loucura.

Susanna descreve Georgina, sua companheira de quarto, que estava no antepenúltimo ano no “Vassar College” e estava no cinema, quando teve um surto, “uma grande onda negra a engoliu…ela compreendeu, que tinha enlouquecido.”

Alice, amiga de Susanna, pessoa sempre quieta explodiu como um vulcão. Quando a jovem foi visitá-la na ala do hospital considerada de “segurança máxima” encontrou a parede lotada de excrementos. A autora nos diz que a sociedade considera como sãos aqueles que conseguem expressar uma opinião consciente, porém ela não acredita, que seja verdade: “Ainda penso nisso (loucura), sempre vou ter que pensar nisso”.

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