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Reflexões Sobre o Indivíduo e o Social

Por:   •  10/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.371 Palavras (6 Páginas)  •  182 Visualizações

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 Matriz de atividade individual*

Módulo:         1

Atividade: Individual

Título Psicologia Social

Aluno:

Disciplina: Psicologia Organizacional

Turma:

Relações entre o indivíduo e o social

         A formação do ser individual está intimamente ligada à formação do ser social e por esta razão a estudaremos aqui. A personalidade (ser individual) é formada a partir de fatores intrínsecos (pulsões, carga biológica, instintos, etc.) e extrínsecos (através das relações com a sociedade que vive, aspectos culturais, etc.). Existem várias teorias para entender o desenvolvimento da personalidade dos indivíduos: teoria comportamental ou behaviorista, cognitiva, psicodinâmica, entre outras.

        Segundo livro da Psicologia (vários colaboradores, 2012) os comportamentalistas acreditam que a personalidade do sujeito  é gerada a partir do ambiente. Os cognitivistas acreditam que a personalidade é criada a partir da interação e interpretação do meio, já seguidores da vertente psicodinâmica acreditam que as pulsões internas são responsáveis por criar os comportamentos e atitudes que os indivíduos irão desempenhar. Embora com perspectivas diferentes, todas as teorias concordam que é a partir da personalidade e das interações com o meio que vai se dar a identidade do sujeito. A seguir detalharei um pouco mais destas perspectivas:

        Para os behavioristas, por exemplo, o indivíduo é "resultado" do ambiente. Segundo esta teoria, eles acreditam que "através da promoção do seu autoconhecimento o indivíduo possa aumentar a capacidade de agir no mundo da maneira que deseja, pois descobre no meio eventos que desencadeiam ou mantém seus comportamentos" (Josiane Gomes, 2010). Sendo assim, de acordo com as respostas do meio (que poderão reforçar ou extinguir alguma característica) é que o indivíduo irá desenvolver sua identidade.

        Para os cognitivistas, as pessoas formam inferências e significados com base nas informações que recebem do meio, ou seja, a interação se dará a partir do significado que damos para os fatos. Este significado é criado a partir das cognições básicas (atenção, pensamento, memória, percepção, etc.). Desta forma, nossa identidade vai sendo criada a partir do que percebemos das relações com quem convivemos e nos espaços que vivemos.

        Para os seguidores da teoria psicodinâmica, a constituição da identidade dá-se a partir de um sistema de características inconscientes e individuais, originárias do aparelho psíquico particular de cada ser. Desta forma, são as vivências infantis e a estrutura psíquica do sujeito que vão determinar sua interação com o meio.

        O social e o psíquico se fundem e confundem. O meio social decorre de processos inconscientes e psicossociais, criado e transformado por sujeitos psíquicos, criando uma interdependência entre  indivíduo-sociedade e vice versa.

        O ser psicossocial, em suas relações interpessoais, obedece ao simbolismo criado pelo meio social e também por suas determinações e características particulares.

 

Complexidade do viver coletivo

        

         Hoje em dia os sociólogos contemporâneos definem a sociedade como um sistema onde o individuo ocupa um novo lugar e onde  constrói sua subjetividade,  pois se utiliza da ação construtiva e modificadora do homem sobre o meio. (NASCIUTTI,Jacyara C. Rochael. 1996).


        O coletivo é tudo que ultrapassa o individual de cada individuo, se organizando politicamente, economicamente e culturalmente. O coletivo é composto por um imaginário que se constrói continuamente, através do qual a sociedade designa sua identidade e sua representação, não atua simplesmente no comportamento individual, faz parte dele, se inscreve em cada atitude de seu corpo e no seu psíquico mais profundo, nas representações que o individuo faz de si mesmo e dos outros e em suas relações interssociais com o ambiente externo (NASCIUTTI, Jacyara C. Rochael.1996).

       Quando queremos falar da complexidade do relacionamento do individuo com o coletivo, estamos tratando da psicologia social, já que  a mesma explica a interdisciplinaridade do funcionamento dos grupos, das instituições e dos conjuntos concretos que circundam tanto o individuo quanto a sociedade. É o estudo do desejo do sujeito e da vontade dos atores sociais que modificam o mundo que os modifica e sobre eles age desta forma, reconstruindo a realidade psíquica e histórica, trazendo consciência, questionamentos e interpretações que produzem um novo sentido a comunidade.(NASCIUTTI, Jacyara C. Rochael. 1996).

       

Exemplos do cotidiano

         

       Pensar em exemplos de relação com o meio que geram a construção de identidades diferentes abre um amplo leque no Brasil. A começar pelo povo indígena, que tem uma cultura e relação com a natureza muito diferente dos seres humanos que vivem nas grandes cidades.

       E mesmo quem vive nas grandes cidades se diferenciam de acordo com o ambiente que frequentam, escola que estudam, lugar que moram, pessoas com que se relacionam, etc. Um indivíduo nascido na favela, que estuda em escola pública tem uma realidade bem distinta de quem escola em escola particular, tem uma condição econômica melhor, mora em uma área nobre.

      Temos exemplos também em que a cultura define e distingue os indivíduos.  Uma pessoa que nasce e cresce no Rio grande do Sul tem uma identidade bem diferente de uma pessoa nascida no nordeste brasileiro.  O jeito de falar, de se comunicar, de vivenciar o mundo e interpretá-lo são bem distintos dadas as diferenças nas realidades que vivenciam.

        Mesmo dentro da mesma família podemos encontrar exemplos de identidades distintas que são definidas por características de personalidades distintas + pelas diferentes relações e vivências que os indivíduos tiveram ao longo do tempo.

Conclusão

       

        Vivemos em um mundo interpretativo, e onde a interpretação deste mundo dependerá do tipo de observador que cada um é. Por observador chamo o indivíduo que observa o mundo de acordo com pressupostos profundamente arraigados, generalizações e significados que foram constituídos pelo sujeito ao longo de toda sua vida pessoal, gerados a partir das relações que teve ao longo de sua vivência. Este "modelo" de interpretar o mundo não é certo nem errado, ele pode ser adequado ou não de acordo com o ambiente que se está.

       

        Esse modelo interpretativo é muito particular e é o que diferencia um indivíduo do outro. Sendo assim, nunca encontramos pessoas iguais. Podemos encontrar pessoas com modelos interpretativos de mundo parecidos, e ai com estas pessoas é que se estabelecem nossas relações mais sólidas, de amizade, amor e companheirismo.

         

        Mas também haverá situações onde termos que conviver com pessoas com modelos interpretativos do mundo diferentes do nosso, como nas organizações. Cada vez mais há a necessidade de convivermos com as diversidades, com pessoas com comportamentos, perfis e atitudes completamente diferentes dos nossos e mais, nos unirmos a elas para trabalhar por um objetivo comum. E como lidar com isso? a resposta é muito simples, respeitando e tendo a consciência que são as histórias vivenciadas por cada um que estruturaram o ser individual que cada um é hoje, então não é errado ser ou pensar diferente de você, ao contrário, conviver com pessoas diferentes pode nos fazer repensar novas possibilidades e, a partir delas, podemos modificar nossa forma de relação com o mundo, afinal, o mundo (e nós) sempre estaremos em transformação.

Referências bibliográficas

GOMES, Josiane – 2010 - As relações entre behaviorismo e a psicologia social, disponível em: http://ssfic.blogspot.com.br/2010/03/as-relacoes-entre-behaviorismo-e.html?m=1 acessado dia 23/03/16.


NASCIUTTI, Jacyara C. Rochael. Reflexões sobre o espaço da Psicossociologia. In: Documenta Eicos, 1996.

O livro da Psicologia - vários autores (tradução Clara Hermeto e Ana Luiza Martins. São Paulo, Editora Globo, 2012.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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