Resenha Crítica "Qual Tua Obra" de Mario Cortella

O livro "Qual é a tua Obra?" de Mario Sergio Cortella foi publicado no ano de 2007. A presente obra se desenvolve por meio da divisão em três partes: gestão, liderança e ética, desmiuçando termos do ambiente corporativo de forma clara, e mantendo o papel do líder como plano de fundo. No início da obra, o autor explica acerca do conceito de trabalho para o homem, que desde Adão e Eva passou a ver o trabalho como algo penoso, um castigo, e que esse conceito precisa ser ressignificado pela ideia da realização de uma obra, o que faz jus ao título do livro.

A respeito da gestão, o autor fala sobre a importância do não saber, de como é fundamental e sinal de inteligência reconhecer o desconhecimento, pois só é possível caminhar para a excelência sabendo que não sabemos de alguma coisa, e que precisamos por meio da humildade planejar uma ação efetiva para mudar, crescer e progredir, já os que agem por meio da arrogância não são capazes de progredir pois não se permitem errar, e nem experienciar o esclarecimento das dúvidas. É abordado ainda pelo autor o conceito da “Síndrome do Rocky Balboa” que é a ideia de que, assim como é mostrado no filme, você estará em questão de instantes preparado para aquilo que almeja, o que está longe de ser real pois a preparação de um profissional requer muito esforço, paciência, tempo, investimento financeiro, especializações, atualizações, estudos, e é necessário que estejamos sempre buscando a melhoria contínua, disposto a nos aprimorar pelo resto da vida.

E Cortella enfatiza: “todos querem aumentar a empregabilidade, mas nem todos estão dispostos a passar pelas atribulações necessárias”.

Nos capítulos seguintes Cortella disserta sobre o caminho para vencer a tensão e o medo das mudanças, e de acordo com o autor só podemos eliminar o medo através da ação, seja ela flexível ou rígida.

Cortella levanta vários questionamentos e reflexões acerca do que realizamos em todas as áreas da nossa vida. No decorrer dos capítulos seguintes o autor delimita a tarefa do líder no ambiente corporativo como precisamente esclarecer a obra coletiva, e apresenta as cinco competências indispensáveis no ato de liderar que são elas: ter a mente aberta, elevar a equipe, transmitir boas energias, possuir a capacidade de se reinventar e inovar na obra e empreender o futuro. Para que o líder seja capaz de suceder em suas ações, é necessário ter bem definido consigo conceito de fundamental e de essencial: o fundamental é o que antecede nossa chegar ao essencial, nesse caso, o trabalho. Já o essencial é tudo o que não podemos deixar de ter, como alegria, amigos, amor, lealdade, e etc.

Mais adiante, o autor enfatiza questões indissociáveis da ética, que podem ser sintetizadas em responder a si mesmo diante das situações: “Quero? Devo? Posso?” se as respostas estiverem em sintonia, muitos atritos podem ser evitados, e a integridade reservada, o que facilita na resolução de problemas, e isso independe do cargo, ressalta também que a ética não se mistura a arrogância, pois exige uma noção de igualdade coletiva e de alteridade.

Compreende-se que a obra de Mario Sérgio Cortella promove reflexões amplas, inicialmente sobre buscar sentido no trabalho, posteriormente sobre como liderar não se trata de dom e sim de virtude, e que um líder precisa inspirar