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Resenha Crítica do Filme Fernão Capelo Gaivota

Por:   •  21/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.784 Palavras (8 Páginas)  •  1.356 Visualizações

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BETEL

BACHARELADO EM TEOLOGIA

DISCIPLINA: ACONSELHAMENTO

PROFESSOR: ARILDO BRAGA

ANÁLISE CRÍTICA DO FILME “FERNÃO CAPELO GAIVOTA”

RIO DE JANEIRO, 06 DE MAIO DE 2015

TURNO: NOITE - 2º ANO - 5º PERÍODO

2015/1

AVALIAÇÃO PARCIAL PARA A CADEIRA DE ACONSELHAMENTO REFERENTE AO 1º TRIMESTRE

SIMONE DA SILVA NARCISO & MARCELO MARQUES DE OLIVEIRA

TRABALHO APRESENTADO AO SEMINÁRIO TEOLÓGICO BETEL DO RIO DE JANEIRO, COMO AVALIAÇÃO PARCIAL PARA A CADEIRA DE ACONSELHAMENTO REFERENTE AO 1º TRIMESTRE, MINISTRADA PELO PROFESSOR ARILDO BRAGA PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE BACHAREL EM TEOLOGIA.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO BETEL

RIO DE JANEIRO, 06 DE MAIO DE 2015

O filme começa com gaivotas lutando por algumas poucas cabeças de peixe. Porém, dentre as gaivotas, existia uma que se destacava entre elas. Seu nome era Fernão Capelo Gaivota. Durante toda a sua vida Fernão foi ensinado a viver de determinada maneira, mas houve um momento crucial de sua vida que Fernão começou a questionar esse estilo de vida. Ele começou a observar outras espécies de aves e começou a perceber que muitas conseguiam voar muito mais alto e muito mais veloz do que ele. A partir deste momento, ele começou a se perguntar: Será que eu posso fazer isso também? Será que eu posso ultrapassar os meus limites? Será que existe um mundo aí fora a ser descoberto que eu ainda não conheço? Foi então que Fernão começou a testar os seus limites, fazendo rasantes, procurando atingir voos cada vez mais altos e cada vez mais velozes. Porém, a cada tentativa, ele se deparava com as suas limitações, que se apresentavam como verdadeiros obstáculos que precisavam ser transpostos. Mas o fracasso não era empecilho para ele desistir, ao contrário, se constituía em estímulo para tentar mais uma vez. A cada nova tentativa frustrada ele se perguntava onde poderia estar errando e o que ele poderia fazer para melhorar o seu desempenho. Cada vez que ele dava um rasante e mergulhava no oceano e retornava à tona, ele sentia suas asas pesadas, sentia-se cansado e impotente.

Foi aí que ele descobriu que a sua limitação não estava no seu corpo físico, mas estava na sua mente. Não eram suas limitações físicas que o impediam de alcançar seu objetivo, mas as amarras que prendiam sua mente que o impediam de alçar voos mais altos e velozes.Pois assim como o homem pensa, assim ele o é. A partir daí, Fernão passou a superar cada vez mais seus limites e alçar voos mais altos e mais rápidos. Porém, ao mesmo tempo que ele estava descobrindo um novo mundo de possibilidades, ele também estava se afastando cada vez mais de sua comunidade de origem. Como ele iria voltar e dizer a seus pais, parentes e amigos mais próximos que eles poderiam ter uma vida diferente daquela que lhes foi imposta por tantas gerações? Será que eles iriam ouvi-lo? Mas Fernão não podia se calar, pois agora, ele atingira um nível de conhecimento antes nunca atingido, e agora ele queria compartilhar esse conhecimento com outros. “Uma vez conhecida a verdade, é impossível a pessoa voltar à ignorância” (PATRUS, 2014:25).

Este fato nos remete ao Mito da Caverna de Platão, que supunha a existência de uma habitação subterrânea com uma entrada aberta para a luz. Dentro dela, moravam alguns homens que estavam aprisionados desde a infância, de modo que só conseguiam permanecer no mesmo lugar e só olhar para frente. Servia-lhes de iluminação apenas uma fogueira por detrás deles. Entre os prisioneiros e a fogueira, existia um muro, onde muitos homens passavam, transportando todo o tipo de objeto. Como não podiam voltar a cabeça para trás, os prisioneiros só conseguiam ver a sombra dos homens e objetos que passavam por sobre o muro que estava atrás deles, sombras essas projetadas pelo fogo na parede oposta da caverna. Como nunca haviam visto outra coisa, para eles aquilo se constituía em algo real. Até que um dos prisioneiros conseguiu fugir da caverna e descobriu que tinha um mundo além da caverna. Então, ele se dá conta que as sombras que ele via na parede da caverna não eram reais, mas apenas projeções da realidade.

Da mesma forma, Fernão Capelo Gaivota pensava que o mundo que ele vivia era tudo o que existia, que não havia nada além daquilo. Como o prisioneiro da caverna de Platão, que se libertou do mundo das aparências para o mundo das ideias, Fernão se abriu para um mundo de novas descobertas.Este modo de ver a realidade nos remete ao modelo clássico de Platão de conceber a verdade, em que a mesma se constitui na adequação entre o ser e a ideia, e onde o sujeito está ao redor do objeto tentando decifrá-lo. “A partir do momento que o Bem é contemplado, as ações humanas são necessariamente norteadas por sua luz. Antes de tomar uma decisão, o sujeito se pergunta se sua conduta está de acordo com os princípios éticos, entre os quais o mais importante é o bem” (PATRUS, 2014:26).

Mas ao chegar em sua comunidade de origem, as primeiras pessoas que Fernão procurou para falar da sua descoberta foram seus pais, porém eles não o entenderam e o aconselharam a desistir da sua empreitada por temerem a rejeição que ele poderia sofrer junto à comunidade. Usaram como argumento o fato de que eles sempre viveram daquela forma durante gerações, e era assim que deveria continuar a ser. Ele era uma gaivota, e deveria viver como todas as outras. Mas Fernão não queria que sua vida se restringisse apenas a “lutar por cabeças de peixe”. Fernão continuou com seu objetivo de superar cada vez mais os seus limites. Porém, a escolha de Fernão lhe trouxe consequências. Aconteceu exatamente o que seus pais temiam. A comunidade local não aceitou as novas ideias de Fernão e o mesmo foi levado a julgamento. Ele foi acusado de ter rejeitado a tradição, o costume de gerações e, por fim, foi condenado a ser banido para sempre do seu bando. Ele estava condenado a andar sozinho e sem a proteção do grupo. O processo de busca pelo conhecimento e pela “verdade”, muitas vezes vai trazer para nós oposição. É um caminho árduo e muitas vezes solitário.

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