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Resenha Filomena Souza

Por:   •  17/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  4.131 Palavras (17 Páginas)  •  359 Visualizações

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RESENHA

SOUZA, F. O que é ser adulto? A Sociologia da Adultez. Porto: Memória Imaterial, 2010.  

Filomena Carvalho de Sousa nasceu em Novembro de 1972, no Sobral, onde estudou. É filha de Fernando Correia de Sousa, muitos anos carteiro no Sobral, agricultor e fruticultor ainda hoje muito considerado, e de Natália Carvalho de Sousa. Os pais, oriundos de Alenquer, vieram viver para o Sobral, aqui tendo nascido os seus três filhos. Entre 1992 e 1998, Filomena fez a licenciatura em Sociologia no ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, tendo apresentado a sua dissertação do 5º ano e final do curso com o tema “A transição para a vida adulta – os diplomados do ensino superior”, com a classificação de 18 valores.

Os autores vêm trazendo uma ideia de transição para a vida adulta diferente do que era acostumado no passado, onde só poderia ser considerado adulto a partir do casamento, diferentemente de hoje, onde a vida adulta é marcada pelas realizações pessoais, como: estudos, trabalho, realizações profissionais e só depois que planejam um casamento e consequentemente ter filhos.

Filomena tenta trazer nesse primeiro capitulo como o positivismo influenciou na condição do “ser adulto”. Nas décadas de 30 e 40 a questão das gerações foram simplesmente esquecidas e só foi recuperada a partir dos anos 50 em investigações etnográficas e em estudos sobre a juventude e foi a partir de muitos estudos que essa imagem da idade adulta passou a ser valorizada.

Para Pinder, cada indivíduo tendo ou não as mesmas idades vivem diferentemente o mesmo tempo e os que têm a mesma idade vivem particularmente um tempo que é somente seu, diferente daqueles com outras idades. Mannheim defende a ideia das gerações como uma das principais maneiras de compreender o processo de mudança social. O mesmo compara a natureza de geração com a posição de classe, onde a última pode ser definida como posição comum que um certo indivíduo ocupa por destino na estrutura econômica e de poder de uma determinada sociedade. Mannheim ainda destaca que os laços que existem entre os membros de uma unidade de geração são mais concretos do que os laços entre indivíduos de uma mesma geração efetiva e que essas diferentes unidades respondem de forma antagónica aos mesmos acontecimentos e estes podem definir por exemplo se são conservadoras ou liberais.

O autor descreve que o histórico cultural anda em movimento continuo, onde os mais velhos vão sendo substituídos pelos mais novos e destaca a importância de transmitir a herança cultural acumulada para as novas gerações e estes vão saber necessariamente utilizar essas informações oferecidas

Na década de 50 ressurgiu a questão das gerações, onde deixa de se enquadrar no aspecto da evolução e então passa a diferençar-se pelos âmbitos da Etnografia, da Demografia, da Psicologia e da Sociologia. O autor define duas abordagens depois de diversas pesquisas enfatizando geração e idade. A primeira destaca um grupo de pessoas de uma mesma geração e a segunda o intervalo de tempo em que se pertence a mesma idade, com isso resultou em uma análise de três elementos base: a pertence a uma idade, a uma geração e a um período.

O desenvolvimento ao longo da vida do indivíduo não é especificamente influenciado pelas questões biológicas, mas também pela questão social e psicológica, cada um com seu ritmo de desenvolvimento. Para Levinson, (1990) o ciclo de vida é múltiplo e complexo. O conceito de trajetória de vida remete uma visão global de mudança e foram essas várias mudanças que levaram aos investigadores sociais a prestarem mais atenção ao estudo do ciclo de vida.

O autor Notestein ressalta no livro sobre o elevado crescimento demográfico, o mesmo fala sobre o controle da mortalidade e da fecundidade e que isso ocorreu graças a atitude das famílias, onde controlando o nascimento de muitos filhos a família poderia promover uma melhor educação, saúde e bem-estar para a criança e ao mesmo tempo para a família. Com a revolução de 1974 houve várias alterações muito significativas como os novos modelos matrimoniais, o aumento do divórcio e das uniões informais e também ocorreu a emancipação da mulher, onde não era mais vista somente como uma simples doméstica. Outra alteração importantíssima que aconteceu também foi o método contraceptivo e com isso sobrevalorizam-se os aspectos sexuais e ao mesmo tempo o controle da natalidade.

Os autores Roussel e Girard (1982) falam sobre o aumento da esperança de vida e que isso não significa apenas ao aumento das idades, mas sim que outros fatores também contribuem para isso. Os mesmos falam que o tempo que vivemos hoje é completamente diferente daqueles que viveram dois séculos atrás. Eles falam também sobre a existência de um tempo de “história imóvel”, onde a morte e a fecundidade eram elevadas, porem o tempo de vida era breve, no entanto não tinha muita expectativa de vida, o indivíduo poderia morrer a qualquer idade e ao mesmo tempo poderia ter quantos filhos quisesse.

Durante o século XIX acontece as alterações no que desrespeito ao quadro de mortalidade e fecundidade, onde a expectativa de vida aumentou e ao mesmo tempo passou a ter um maior controle na questão da fecundidade, com isso o indivíduo poderia planejar uma carreira ao longo de cada etapa da vida, projetar casamento, construir sua própria família e ter filhos futuramente. Em Portugal por exemplo, os valores da evolução da esperança de vida à nascença mostram que em 2006 os portugueses aumentaram em mais de 100% os anos referentes à esperança de vida registrada em 1920. Com isso é possível supor que o adulto de hoje tem expectativas da sua visão de mundo para o seu futuro.

Com o controlo e adiamento da fecundidade é possível que o indivíduo escolha quantos filhos ter e qual o melhor momento para tê-los. Com isso o calendário do nascimento passa então a ser uma escolha da mulher ou do casal e então deixa de ser algo sob prescrição social e muda para a idade ideal para se tornar mãe ou pai. Isso diz respeito à liberdade conquistada pela mulher, da própria escolher o melhor momento para viver a maternidade. Com isso houve uma significativa redução quanto a fecundidade, em Portugal entre 1981 e 2001 houve uma grande diminuição de crianças nascidas por mulheres em idade fértil (dos 15 aos 49 anos). Antes de ter um filho é posto em pauta várias questões como: o nível de satisfação do casal em relação a sua vida e a profissão, medo de que com o nascimento de uma criança provoque insatisfação conjugal e o aumento de trabalho especificamente para a mulher, e então se aquele momento não é o mais propicio para se ter um filho então essa decisão é adiada.

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