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Resumo Do Artigo: EPIDEMIOLOGIA E ASPECTOS TRANSCULTURAIS DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

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Por:   •  27/11/2013  •  1.032 Palavras (5 Páginas)  •  1.029 Visualizações

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EPIDEMIOLOGIA E ASPECTOS TRANSCULTURAIS DO TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) era considerado, há cerca de uns 15 anos, uma doença bastante rara. Um amplo estudo epidemiológico americano, o ECA (Epidemiological Catchment Area Study), encontrou uma taxa de prevalência de 2,5% para o tempo de vida (lifetime prevalence) fazendo do TOC o quarto transtorno psiquiátrico mais comum, sendo precedido apenas, em ordem de freqüência, por fobias, abuso e dependência de drogas e depressão maior. Não faltaram críticas aos resultados do ECA, que teria, segundo muitos especialistas, superestimado a prevalência de algumas doenças, em particular das fobias e do TOC. De fato, estudos mais recentes, como o de Stein et al, mostraram resultados foram muito discrepantes deste primeiro. Mesmo considerando essa estimativa de 0,6% (prevalência para o último mês), o TOC deve ser considerado uma doença de grande importância para a saúde pública, seja pelos prejuízos sociais que acarreta, seja pelo sofrimento que causa aos pacientes e às suas famílias.

Recente publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) abordou os custos do TOC em termos de gastos diretos e indiretos com a doença; os últimos incluindo incapacidade para o trabalho, impacto sobre a família, aposentadoria precoce e assim por diante.

O TOC parece atingir igualmente homens e mulheres, ao contrário do que ocorre com a maioria dos transtornos ansiosos, como o transtorno de pânico e o de ansiedade generalizada, que são muito mais freqüentes em mulheres. Segundo alguns autores, o TOC teria início mais precoce entre os homens, sendo assim diagnosticado de forma mais freqüente para o sexo masculino, nas amostras referentes às populações infantil e adolescente.

Em um estuco com 105 pacientes, encontrou-se uma média de idade de 19,0 anos (DP=10,5) para o início dos sintomas; os homens tiveram início mais precoce (média: 16,2 anos, DP=8,6) em relação às mulheres (21,5 anos, DP=11,5). A notável consistência nas taxas de prevalência, idade de início e comorbidade, entre os estudos, dá suporte à validade e à universalidade do quadro clínico do TOC.

Recentemente de uma amostra clínica de 105 pacientes assomou-se a importância das obsessões de contaminação e agressão, assim como a freqüência das compulsões de limpeza e verificação. Impressiona a semelhança dos sintomas, em todas as culturas e regiões geográficas, quanto à forma e ao conteúdo: rituais de lavagem, preocupação com demarcação de limites, obsessões e compulsões de ordem e simetria, colecionamento, medo de impulsos agressivos e sexuais, escrúpulos morais, exagero do sentimento de responsabilidade (e a culpa subseqüente), exagero do sentimento de fragilidade, pensamento mágico (em que o pensar equivale a agir), necessidade de anular magicamente as “conseqüências” dos pensamentos obsessivos etc.

É interessante observar que já Esquirol, em 1838, no primeiro caso de TOC descrito na literatura psiquiátrica (com o nome de monomanie raisonnante), permitiu identificar quase todos os principais sintomas da doença, hoje tidos como universais: obsessões de agressão (medo de furtar e de prejudicar os outros); obsessões de contaminação (preocupação de não encostar as mãos ou as vestes em nada que possa “sujá-las”); escrúpulos (preocupação excessiva em jamais se enganar nos cálculos para não prejudicar seus fregueses e não reter nada que pertença aos outros); dúvidas patológicas (tem que perguntar à criada repetidamente se de fato fez o que devia). As compulsões são também as mesmas encontradas atualmente e em todas as culturas estudadas: compulsões de limpeza e lavagem (lava suas mãos a grande eau, cria rituais para o ato de banhar-se, sacode as vestes para se limpar da “sujeira”); rituais de verificação (checa repetidamente se as vestes estão limpas, se nada ficou retido nas dobras); compulsões de contar (conta, em voz alta, o número de vezes em que repete certos gestos, até que atinja o “suficiente”); compulsões de ordenação/simetria (“antes de escrever, sacode o papel, alinha as penas de escrever, ordena a escrivaninha”). Nesse primeiro caso da literatura, Esquirol já descreve duas características marcantes da doença – embora nem sempre presentes em todos os casos –, a crítica e a resistência. No TOC, os

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