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Resumo - Teoria Walloniana

Por:   •  9/5/2017  •  Resenha  •  2.511 Palavras (11 Páginas)  •  1.341 Visualizações

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  • Vida

Henri Wallon nasceu e viveu toda sua vida na França no período que vai de 1879 até 1962. Durante esses anos, pode vivenciar dois momentos históricos muito importantes e que sem dúvidas influenciaram sua teoria: a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial.  Durante a primeira (1914-1918), participou como médico e na segunda (1939-1945), teve uma participação diferente, pois fez parte ativamente da resistência contra os invasores nazistas.

Essas duas experiências em situações semelhantes, mas onde exerceu posições distintas, foram muito importantes para a construção do seu um pensamento posterior sobre a necessidade de a escola assumir valores morais e éticos.  Wallon teve uma ampla e completa formação intelectual. Seus conhecimentos passearam pelas áreas da filosofia e da medicina, psicologia e educação. Fez vários estudos na área da psiquiatria infantil, chefiando importantes pesquisas na área, sempre buscando seus estudos e construir novas teorias.  

        A teoria marxista, de onde deriva a ideia do materialismo dialético, é uma importante influência para Wallon.  Fez parte de um grupo de intelectuais que se reuniam para discutir e estudar o materialismo dialético e entender quais as possíveis contribuições desse referencial para a ciência (em seus mais variados campos), focalizando no aspecto filosófico.  

Um momento importante de sua vida, foi quando fundou a revista “Enfance”, com a ideia de trabalhar as temáticas de psicologia e de educação. Essa revista e os conteúdos produzidos por ela foram muito importantes para pesquisadores e interessados na temática, colaborando para a compreensão cada vez maior sobre o processo de educação da criança.

  • Teoria (Aspectos Gerais)

Wallon concebe o ser humano como um ser integrado e que possui um desenvolvimento não linear e conflitante. A cultura tem um papel muito importante na construção do indivíduo, principalmente por Wallon não vai defender nenhum tipo de reducionismo ou dualismo, ele pensa o ser humano como possuidor uma estrutura que está sendo constantemente atualizada pela cultura, sendo o outra peça fundamental nesse movimento de atualização. Assim, ao nascermos teríamos o aspecto emocional mais predominante, mas que ao longo dos anos vai haver uma lenta e gradual transição, até que o aspecto social e o cognitivo se façam presentes de forma elaborada juntamente com o emocional.

Como foi mencionado acima, Wallon entende o indivíduo de forma integrada, isso é um aspecto muito importante, pois a formação da criança vai acontecer através de campos funcionais que coexistem, mas que em determinados momentos um prevalece sobre os demais. Os campos funcionais ou níveis funcionais são 4: afetividade, movimento, inteligência e formação do eu (essa é vista como a união de todos os demais, mas tem aspectos próprios). Por focar sua teoria nessa origem dos processos, recebe o nome de Psicogênese, pois para explicar o ser humano adulto, Wallon retorna para as origens do homem, fazendo um estudo retrospectivo de todo esse desenvolvimento.

Embora também organize o desenvolvimento em estágios, como outros teóricos da época, sua percepção sobre os estágios é diferente. Os estágios existem, mas não necessariamente acontecem em idades cronológicas especificas (embora se tenha uma média) e nem de forma contínua, sendo marcado por conflitos, causados pela alternância dos campos funcionais onde afetividade e cognição estarão sempre em movimento dialético.  Esses estágios se alternaram entre etapas centrípetas (voltado para a construção do indíviduo) e centrífugas (voltado para sua relação com o meio), o que recebe o nome de lei de alternância funcional. Wallon escreve sobre 5 estágios: Impulsivo Emocional, Sensório Motor e Projetivo, Personalismo, Categorial e Puberdade e Adolescência.

O processo de desenvolvimento não tem um fim determinado, continua por toda a vida, não tendo fim no 5º estágio, pois o indivíduo está sempre sofrendo atualizações do meio causada pelo aspecto social.

  • Campos Funcionais

A teoria pedagógica de Wallon traz clara a ideia de que a aprendizagem/desenvolvimento não é processo simplista e que vai além da capacidade biológica de aprendizagem do indivíduo, sendo o processo de aprendizagem uma junção dos processos cognitivos com os processos emocionais. Assim, as emoções são parte fundamental no processo de aprendizagem, porém essa ideia trazida por Wallon era muito diferente das que vigoravam na época.. Seus pensamentos foram organizados partindo de alguns elementos base que estão se relacionando o tempo todo, são eles a afetividade, o movimento, a inteligência e por fim, a formação do eu como pessoa. Esses campos ou níveis funcionais coexistem, mas nem sempre de forma harmônica.

- Movimento

O movimento é a primeira manifestação de vida psíquica e também a primeira estrutura de relação com o meio. Wallon entende o movimento em dois âmbitos: o afetivo e o cinético. O afetivo é o que se faz presente nos primeiros anos de vida, apenas depois do desenvolvimento ocorrido no primeiro ano de vida, o movimento vai ser mais voltado para o aspecto cinético, onde a criança consegue explorar melhor suas formas de movimento (deslocamento). A criança utiliza do movimento muitas vezes para representar o que está pensando, como quando simula o movimento de tomar banho ou o de ninar a boneca, com seu crescimento existe uma diminuição dessa representação. Ao contrário do que muitas escolas acreditam, para Wallon, imobilizar o indivíduo durante seu processo de aprendizagem é um grande erro, pois impede o fluxo das emoções e do pensamento. O movimento tem caráter pedagógico através da qualidade dele e da forma que ele é utilizado para realizar representações. Quando esse campo é ignorado ou tem sua função diminuída acaba prejudicando o desenvolvimento pleno da pessoa.

- Afetividade

Assim, como o movimento as emoções constituem uma parte essencial para que a criança consiga se comunicar com o meio, as emoções são muito importantes na teoria de Wallon, visto que ele estudou bastante essa área. Nas emoções estaria a origem da consciência, possibilitando uma mudança do aspecto fisiológico para o psíquico. Desde muito cedo, logo após o nascimento, a criança possui uma enorme expressividade emocional. O choro da criança consegue despertar todas as atenções e assim conseguir o que quer, seja comida, descanso ou qualquer outra necessidade, a emoção é o canal de expressões. Porém a emoção não é somente biológica/orgânica, ela é também social, ou seja, as emoções que são inicialmente apenas a expressão do tônus muscular, se torna expressão e afetividade devido a relação que o outro (pais/responsáveis) atribui, tendo assim uma importante influência do aspecto social. Através dessa interação com os demais, ocorre a demonstração dos desejos da criança. As emoções por permitirem o acesso â cultura através da interação social, serão muito importantes para a posterior construção da linguagem.

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