Resumo da Primeira Infancia

Primeira infância:

Durante a primeira infância, os processos de desenvolvimentos físico, motor, cognitivo e socioemocional ocorrem em sua forma mais acelerada no crescimento de um indivíduo. Desde a concepção, o nascimento e até o fim do ciclo da primeira infância, o indivíduo passa por mudanças muitas vezes apressuradas, de extrema versatilidade e fragilidade. No período pré-natal, a partir dos 5 meses de gestação, o bebê já é capaz de perceber o som e produzir reações (BOYD, 2011, p. 75), exemplificando as potencialidades de um bebê.

O crescimento do bebê na primeira infância, até dois anos de idade, é o mais acentuado em comparação com as fases subsequentes. Do primeiro mês de vida até o quarto mês o bebê dorme cerca de 80% do tempo, reconhece a voz da mãe e compreende o funcionamento do ambiente externo. Em algum ponto entre os 9 e os 10 meses, estima-se que o bebê comece a engatinhar, e a partir dos 12 aos 18 meses consiga dar passos de pé (caminhar). No desenvolvimento cognitivo, o bebê avança em seu desenvolvimento, ganhando melhor percepção do espaço, expandindo o seu campo visual e percebendo as ações externas e as repetindo. Nesta fase uma das principais características é a do egocentrismo. O bebê não possui a capacidade de distinguir o outro, e facilmente confunde os outros consigo próprio, acreditando que todo movimento externo é consequência de algo próprio. As primeiras palavras também costumam surgir neste período.

No desenvolvimento socioemocional o bebê experimenta sentimentos de apego, ansiedade e separação a partir dos 6 meses, e a partir dos 8 meses passa a manipular a partir de expressões faciais, como sorrisos e gesticulações com as mãos para obtenção de nutrição dos outros. O autoconhecimento e diferenciação de si para os outros, bem como expressões de orgulho, vergonha e arrependimento aparecem apenas aos 18 meses.

Segunda infância:

A segunda infância compreende o estabelecimento e a elucidação dos laços externos, a mudança de visão em virtude a outras percepções aprimoradas e ao contínuo desenvolvimento de todos os aspectos acerca do indivíduo. Espera-se neste período que a criança inicie suas atividades escolares na pré-escola. Dos 2 aos 6 anos de idade a criança continua a passar por inúmeras etapas do desenvolvimento, uma característica mais presente neste período no entanto é a uma breve estabilização nos aspectos físico, cognitivo e socioemocional. (BOYD D.; BEE H., 2011)

No desenvolvimento físico poucas mudanças são perceptíveis dos dois aos quatro anos em relação à altura, neste momento a curva de crescimento se estabiliza. A criança prefere experimentar e correr pelo risco, devido a ativação e maior atividade de certas regiões do cérebro que estão chegando a sua maturidade apenas neste momento. A criança corre mais facilmente 2 aos 3 anos, adquire a capacidade de andar nas pontas dos pés a partir dos 3 anos, escreve e desenha figuras a partir dos 4 anos de idade e começa a ter uma aproximação maior com atividades recreativas de esporte, como as que envolvem bola. A gesticulação e os movimentos corporais ganham maior precisão devido a seu desenvolvimento próximo-distal, portanto é possível observar nesta fase a criança manuseando mais facilmente objetos e brinquedos, assim como dar passos mais firmes e dar chutes. (BOYD D.; BEE H., 2011)

No desenvolvimento cognitivo maiores e mais efetivas transformações são esperadas. É neste momento em que a criança começa a utilizar de símbolos e linguagem para comunicação, e o relacionamento com o outro ganha uma nova perspectiva. De acordo com Piaget (1976) esta fase representa o estágio pré-operatório, e é importante no desenvolvimento cognitivo para trazer a lucidez. Além do uso de símbolos, outra característica marcante desta fase é o egocentrismo, onde a criança não percebe a existência do outro, aliada à isto também o senso de unicidade, onde o outro e os objetos são consequências de si própria e o animismo, forma de dar vida ou alma a objetos que as cercam.

No desenvolvimento socioemocional, a criança passa a perceber a sua identidade de gênero a partir dos 2 anos e estabelece aproximadamente aos 4 anos. Há a preferência de permanecer em grupos do mesmo sexo e o senso de cooperação a partir dos 3 anos. A criança começa a expressar-se em desenhos e desenvolver a sua autodescrição, geralmente incluindo altura, sexo e idade. (BOYD D.; BEE H., 2011)

“Para os pais entenderam os filhos, é necessário que entendam suas brincadeiras. Ao observar uma criança brincando, o adulto pode compreender como ela vê e constrói o mundo, como ela gostaria que fosse, o que a preocupa e os problemas que as cercam.“ (PIAGET, 1994, p.152)

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