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Transtorno Do pânico

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Por:   •  8/9/2014  •  2.855 Palavras (12 Páginas)  •  278 Visualizações

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Tratamento Manejo dos ataques de pânico

O manejo emergencial das crises de pânico baseia-se principalmente na tranquilização do paciente mediante a informação de que os seus sintomas são provenientes de um ataque de ansiedade, não configurando uma condição clínica grave com risco de morte iminente (no caso de ataques relacionados a transtornos psiquiátricos), no reforço de que a crise é realmente intensa, muito desagradável e causa mal-estar muito forte. Deve-se reforçar o caráter passageiro (cerca de 10-30 minutos) do ataque e, especialmente, instruir ao paciente para que ele respire pelo nariz e não pela boca, enfatizando a importância de ele tentar controlar a frequência de inspirações no intuito de não hiperventilar. Em grande parte das vezes, a tranquilização rápida e o caráter autolimitado dos sintomas são suficientes para terminar com a crise. Nos pacientes com sintomas predominantemente respiratórios, relacionados provavelmente a hiperventilação, o paciente é instruído a respirar com o diafragma e limitar o uso da musculatura intercostal Deve-se estimulá-lo a respirar lentamente até que os sintomas de hiperventilação desapareçam. Algumas técnicas de relaxamento também podem ser utilizadas. Por exemplo, pode-se instruir o paciente a permanecer deitado, com os olhos fechados, respirando lenta e profundamente, tentando relaxar os diferentes grupos musculares e concentrando-se em um cenário tranquilo. No entanto, se a crise for muito intensa ou de tempo prolongado, o uso de psicofármacos pode ser aconselhado. Os benzodiazepínicos de ação curta são a primeira escolha nesses casos e, apesar de carecerem de evidências que suportem afirmações mais encorajadoras, esses psicofármacos são bastante utilizados na prática clínica. Há algumas evidências da utilidade do uso de benzodiazepínicos especialmente na dor torácica cardíaca e não cardíaca, mostrando que essa medicação diminui a ansiedade, a dor e a ativação cardiovascular. Nestes estudos, os benzodiazepínicos mostraram-se seguros ao serem administrados isoladamente ou em conjunto com outras medicações.

Tratamento do transtorno do pânico com ou sem agorafobia

O tratamento precoce do TP é essencial no sentido de reduzir o sofrimento e prejuízo associado ao transtorno e no intuito de prevenir o surgimento de complicações e comorbidades, além dos custos sociais do transtorno. Além disso, tratar o TP reduz significativamente os gastos sociais, tendo em vista que, embora aumente os gastos diretos com consultas e medicações psiquiátricas, há uma redução importante nas visitas aos serviços de emergência e nas consultas médicas não psiquiátricas. A prevenção de novas crises e a diminuição das complicações associadas a elas, como a ansiedade antecipatória e a evitação fóbica, são os pontos chaves no tratamento do TP. Deve-se dar especial atenção para as comorbidades como os transtornos de humor e o uso de substâncias. De forma geral, existem três formas de tratamento do TP: o tratamento psicofarmacológico, o psicoterapêutico e o combinado.

Tratamento combinado

As estratégias que combinam procedimentos farmacológicos com terapia cognitivo-comportamental são consideradas as mais eficazes no tratamento do transtorno pela maioria dos pesquisadores. As intercorrências que podem existir no tratamento combinado costumam interferir na aderência ao tratamento e precisam ser avaliadas e trabalhadas com o paciente. É comum os pacientes atribuírem seus progressos à medicação, diminuindo a percepção da eficácia da psicoterapia. Pode ocorrer, também, interferência dos efeitos colaterais dos medicamentos no processo terapêutico como, por exemplo, a diminuição do desejo sexual. A integração da equipe multidisciplinar é um cuidado importante no tratamento combinado, para que haja uma sintonia quando se aplica uma ou outra técnica ou se prescreve um ou outro medicamento. Por exemplo, a exposição não é eficaz quando se utiliza benzodiazepínicos, pois o paciente não sente ansiedade, condição necessária para esse procedimento. Quando o tratamento é descontinuado, os pacientes que receberam tratamento combinado se mantêm livres de sintomas por mais tempo, comparado com aqueles que receberam apenas medicamentos. A TCC incluída em algum momento do tratamento, provavelmente, vai possibilitar um maior bem-estar ao paciente.

Formas resistentes ao tratamento

O conceito de resistência ao tratamento nos transtornos de ansiedade é controverso. A simples redução da ansiedade não implica que haja resposta ao tratamento. O paciente pode esquivar-se de uma situação fóbica e não apresentar sintomas, nem por isso apresentou remissão. Do mesmo modo a permanência de sintomas de ansiedade não indicam refratariedade ao tratamento. Em diversos estudos os critérios que definem resistência ao tratamento são vagos, imprecisos e, por vezes, não são mencionados. A simples não resposta a um tratamento farmacológico não pode ser usada para confirmar a resistência. A avaliação da resposta ou da remissão no transtorno do pânico deve então incluir os sintomas de ansiedade, parâmetros funcionais e comorbidades.

Alguns fatores indicam a possibilidade de resistência ao tratamento, como a gravidade da doença e de transtornos de personalidade, além de diagnóstico incorreto, uso inadequado de antidepressivos e não utilização de TCC. Não há um consenso sobre o tratamento do transtorno do pânico resistente.

A utilização de muitos medicamentos ao mesmo tempo tem se tornado muito frequente, apesar dos riscos de efeitos adversos. O desenvolvimento de novas estratégias para lidar com a resistência nos transtornos de ansiedade é objeto de pesquisas e deve colaborar para a efetiva redução de prejuízos associados a esses transtornos.

Abordagem cognitivo-comportamental do transtorno de pânico

O modelo cognitivo-comportamental do transtorno de pânico (TP) procura integrar as abordagens biológica e sociopsicológica em seus procedimentos terapêuticos.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) do TP é composta por um conjunto de procedimentos que são utilizados de forma integrada e podem, para fins didáticos, ser subdivididos em aqueles que auxiliam o paciente a lidar com os sintomas físicos da ansiedade, como o relaxamento e as técnicas cognitivas, os que visam à redução da esquiva fóbica, como a terapia de exposição aos estímulos desencadeantes dos ataques

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