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Treinamento de Pais na Terapia Cognitivo-Comportamental

Por:   •  24/11/2018  •  Artigo  •  4.133 Palavras (17 Páginas)  •  360 Visualizações

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Treinamento de Pais na Terapia Cognitivo-Comportamental para Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)

Alessandra de Araújo Oliveira dos Santos[1]

Renan de Almeida Sargiani[2] 

Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar a importância dos Programas de Treinamento de Pais de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), segundo o referencial teórico da Terapia Cognitivo-Comportamental. Para tanto, foram analisados alguns estudos que testaram a eficácia desses programas. Os resultados da análise apontam para a importância destes programas na melhoria da dinâmica familiar, bem como na ajuda ao tratamento das crianças com TDAH que se beneficiam da melhor compreensão de seus pais acerca de seus sintomas e comportamentos, permitindo relações familiares mais saudáveis.

Palavras-chave: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), Terapia Cognitivo Comportamental, Programa de Treinamento de Pais.

Abstract

The objective of this study was to analyze the importance of Parenting Programs for children with Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD), according to the theoretical framework of the Cognitive-Behavioral Therapy. Therefore, we analyzed some studies that tested the efficacy of such programs. Results of the analysis indicate the importance of these programs in the improvement of family dynamics as well as in the treatment of children with ADHD who benefit from their parents' better understanding of their symptoms and behaviors, allowing healthier family relationships.

Keywords: Attention Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD), Cognitive-Behavioral Therapy, Parenting Programs.

Introdução

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é uma das queixas mais frequentes de pais que procuram atendimento psicológico ou até mesmo psiquiátrico para seus filhos. Por ser caracterizado por um conjunto de sintomas que incluem comportamentos de desatenção, hiperatividade, impulsividade, etc., o TDAH pode facilmente ser confundido com outros comportamentos comuns de crianças que estão apenas se desenvolvendo de forma típica, mas que apresentam esses comportamentos esporadicamente em situações especificas.

Assim, além de ser um transtorno muito frequente na infância, o TDAH também é muito confundido e mal diagnosticado, fazendo com que muitas crianças sejam rotuladas e até mesmo medicadas sem a necessidade real. Dessa maneira, uma importante contribuição da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que tem sido recomendada para o tratamento do TDAH, está na orientação e treinamento de pais.

Programas de Treinamento de Pais de crianças com TDAH são importantes ferramentas utilizadas na TCC para auxiliar os pais/cuidadores na compreensão desse transtorno e de suas consequências no comportamento global destas crianças. Nesses programas, os pais/cuidadores são instruídos sobre os principais sintomas e recebem orientações sobre como lidar com ocasiões em que tais condutas são manifestadas, o que permite que eles adquiram estratégias mais eficientes para lidar com os comportamentos de seus filhos de uma forma mais eficiente e saudável.

No presente artigo, objetivou-se caracterizar o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) conforme as novas diretrizes do DSM-5 (American Psychiatric Association, 2014). Objetivou-se também realizar uma revisão narrativa da literatura sobre programas de treinamento de pais para crianças com TDAH com vistas ao esclarecimento da importância desse tipo de recurso terapêutico e de seu impacto no tratamento não apenas das crianças com TDAH, mas também na ajuda a pais e cuidadores de crianças com TDAH. Trata-se de uma questão importante, pois muitas vezes se os pais/cuidadores se apresentam em consultórios de psicologia com queixas de que não sabem como lidar com o transtorno de seus filhos, ou ainda que precisam ser esclarecidos sobre a diferença entre os transtornos reais e os comportamentos comuns as crianças em situações esporádicas.

Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH)

O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos mais comuns na infância, acometendo aproximadamente 5% de todas as crianças e adolescentes do mundo (Polanczyk et. al., 2007). Trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento, segundo o DSM-5 (2014), caracterizado por déficits muito específicos de atenção e/ou hiperatividade-impulsividade que irão comprometer o bom desempenho de habilidades sociais ou de inteligência, influenciando negativamente o funcionamento pessoal, social, acadêmico e profissional. 

Para Forster e Fernádez (2003), o TDAH é um transtorno de conduta crônico com um substrato biológico muito importante, com forte base genética, e que acomete um grupo heterogêneo de crianças. O TDAH se manifesta com predomínio de desatenção, ou com predomínio de hiperatividade-impulsividade e apresentação combinada, podendo ser classificado em Leve, Moderado e Grave, de acordo com o grau de comprometimento que os sintomas causam na vida do indivíduo. 

O DSM-5 recomenda uma lista de 5 critérios, de A até E, para o diagnóstico do TDAH. O critério A é uma lista de 18 sintomas, sendo 9 de desatenção, 6 de hiperatividade e 3 de impulsividade, estes dois últimos computados conjuntamente, devendo o paciente apresentar pelo menos 6 sintomas de desatenção e/ou 6 sintomas de hiperatividade-impulsividade.  O critério B determina que vários sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade devem estar presentes antes dos 12 anos de idade. O critério C sugere que o comprometimento deve estar presente em pelo menos duas áreas diferentes como casa e escola, por exemplo. Já o critério D, trata da necessidade de haver claro comprometimento na vida acadêmica, social, profissional, etc.

Existe ainda o critério E,  que determina que os sintomas não podem ocorrer exclusivamente durante o curso da esquizofrenia ou outro transtorno psicótico, e não podem ser melhor explicados por outro transtorno mental (por exemplo, transtorno de humor, transtorno de ansiedade, transtorno dissociativo, transtorno de personalidade).Todos estes sintomas, para serem considerados clinicamente significativos, devem estar presentes pelo menos durante 6 meses e serem nitidamente inconsistentes com a idade do indivíduo.

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