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Violência Na Adolescência

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Por:   •  25/5/2014  •  5.509 Palavras (23 Páginas)  •  247 Visualizações

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Violência na adolescência

Não é fácil definir violência, pois é um termo que diz respeito a uma série de situações sociais que podem se modificar de acordo com o tempo, contexto histórico ou cultural. De uma forma geral podemos defini-la como intervenção física de um indivíduo ou grupo contra a integridade de outros indivíduos ou grupos e contra si mesmo (Abramovay et al., 2002).

O presente trabalho aborda a questão da violência na adolescência apresentando suas principais causas e conseqüências. Buscou-se compreender os fatores responsáveis pela forte incidência desse fenômeno durante esta fase do desenvolvimento.

Os adolescentes parecem pertencer ao grupo de maior índice de violência, tanto sofrida quanto promovida. Eles têm maior probabilidade de sofrer abuso – sexual, físico e emocional – que qualquer outro grupo de idade juvenil (National Center on Child Abuse and Neglect, NCCAN, 1998). A agressão física aos adolescentes equivale de 16 a 20% de toda a agressão física (Blum, 1987). Os índices agressão emocional sobem para 100% desde a infância até o início da adolescência.

Os dados mostram que as pessoas com menos de 18 anos são responsáveis por uma boa parte de certos tipos de crimes. Embora esse grupo constitua apenas aproximadamente um quarto da população total, responde por cerca de um terço de todos os crimes contra a propriedade, incluindo roubo, furto, incêndio (U.S. Departament of Justice, FBI, 1987). Em geral os meninos têm mais probabilidade do que as meninas de serem infratores da lei.

Há uma série de estudos feitos para se entender as causa desses problemas na adolescência. Com base em alguns deles podemos constatar diversas causas prováveis, que geralmente estão associadas: desigualdade social, negligência, falta de diálogo com os pais, egocentrismo.

Segundo Piaget, as mudanças interiores e exteriores na vida dos adolescentes combinam-se para levar à maturidade cognitiva. Essas mudanças levam a uma certa confusão e falta de consciência. Começam a surgir as brigas com os pais por motivos de decepções, a argumentação e desobediência, o egocentrismo (achar que não estão sujeitos à regras) e a indecisão. Todos esses fatores, se não forem corretamente trabalhados, podem levar à formação de um indivíduo rebelde que não aceita a imposição de limites.O índice de morte entre os adolescentes tem como principal causa a violência.Os dados mostram que 73% das mortes se devem a acidentes, homicídios e suicídios (Gans, 1990), o que reflete o estilo de vida de arriscar-se e descuidar-se, pelo mito da invulnerabilidade.

O comportamento violento do adolescente pode estar intimamente ligado ao relacionamento familiar. O impacto da educação ineficiente dos pais começa já na infância. Muito da tensão com freqüência considerada sinal de rebeldia pode surgir sobre o conflito entre o desejo dos adolescentes de obter gratificação imediata e o desejo dos pais de socializar seus filhos. Quando os últimos não conseguem cumprir esse papel, os filhos acabam se tornando um problema para eles e para a sociedade (Papalia e Old, 1998).

A violência pode também aparecer como problema de exclusão social. Alguns autores defendem que a falta de acesso a direitos fundamentais no desenvolvimento do adolescente como: educação, trabalho, saúde, lazer e cultura, resultam diretamente num aumento no índice de violência (Abramovay et al., 2002).

A delinqüência na adolescência pode resultar de uma deficiência mental, onde o indivíduo é incapaz de distinguir aspectos morais e não prevê as conseqüências de seus atos, ou também pode resultar de más orientações na infância e na adolescência. As principais causas apontadas para a delinqüência são as seguintes: miséria, abandono moral e afetivo, padrões morais baixos de família ou dos meios freqüentados, nível mental baixo, injustiças (principalmente sofridas na infância) e falta de adequada educação. (Nérici, 1976)

A educação entra como componente chave para a qualidade de vida da população juvenil, pois promove uma maior chance de entrada no mercado de trabalho, além de contribuir para a socialização do adolescente. Estudos mostram que os jovens que têm pouco ou nenhum acesso à educação são bem mais vulneráveis à violência.

Muitos estudantes abandonam os estudos para trabalhar, comprometendo, por muitas vezes, seu processo de formação e capacitação profissional. Assim, percebe-se uma defasagem do ensino formal frente às novas exigências de habilidades e conhecimentos, e isso tem constituído um a inequívoca fonte de vulnerabilide (Abramovay et al., 2002).

No livro Guangues, galeras, chegados e rappers, faz-se a seguinte afirmação: “O pessimismo, a falta de esperança, a descrença na sociedade, a percepção de que o futuro não existe fazem parte de um quadro característico dos contextos de exclusão”. Essa exclusão dos jovens está presente em várias situações cotidianas, e as conseqüências disso são sentidas nos mais diversos ambientes.

No âmbito escolar, por exemplo, mesmo que a violência não seja tão expressiva, trata-se de um fenômeno preocupante quanto se considera a gravidade de suas conseqüências como, por exemplo, as seqüelas que marcam participantes e testemunhas de atos violentos. Outra questão importante é a ruptura da idéia de escola como um lugar de conhecimento, de formação do ser e da educação, de aprendizagem, de socialização em ética e da comunicação pelo diálogo. (Abramovay, 2003))

As principais causas para a violência na escola apontada nos estudos mais recentes são os seguintes: a desestruturação da família que não acompanha vida escolar dos filhos, a impunidade, a inversão ou ausência de valores morais, éticos e religiosos, o desinteresse, as más companhias, o desrespeito, a falta de diálogo, as drogas, o desinteresse e a falta de perspectiva de futuro. Segundo vários autores, os principais desvios e traços de delinqüentes na escola são estes: nota baixa, reprovação, detesta a escola, vadiagem, deseja deixar cedo a escola, objetivos educacionais e vocacionais vagos ou inexistentes, problema motivacional, membro de classe especial, freqüentou diferentes escolas, destrói propriedade e materiais escolares, não sente que pertence à classe, não participa das atividades escolares extracurriculares voluntárias e mau comportamento sério e persistente na escola. (Netto, 1976)

A Pesquisa Nacional Violência, Aids e Drogas nas Escolas, realizadas pela UNESCO no ano de 2001, mostrou alguns reflexos da violência dentro da escola: o aluno não consegue se concentrar nos estudos, o ambiente da escola fica pesado, a qualidade

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