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A SOCIABILIDADE CAPITALISTA E SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  16/1/2018  •  Artigo  •  2.805 Palavras (12 Páginas)  •  545 Visualizações

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SOCIABILIDADE CAPITALISTA E SERVIÇO SOCIAL: o redimensionamento da profissão na contemporaneidade

RESUMO

O presente artigo busca compreender a complexa relação entre a sociabilidade capitalista e o Serviço Social, para que se possa analisar o redimensionamento da profissão na contemporaneidade e a sua inserção nos marcos da produtividade. A metodologia utilizada para a construção teórica baseou-se numa sólida bibliografia em que se dialogou com os mais distintos conceitos inerentes a tal tema.

PALAVRAS-CHAVE: Serviço social. Questão Social. Trabalho. Sociedade Capitalista. Contemporaneidade.

ABSTRACT

This article seeks to understand the complex relationship between the capitalist sociability and social work, to be able to analyze the resizing of the profession in contemporary society and their integration in the framework of productivity. The methodology used for the theoretical construction was based on a solid bibliography that dialogued with the most distinct concepts inherent in this subject.

KEYWORDS: Social Service. Social issues. Job. Capitalist society. Contemporaneity.

1. INTRODUÇÃO

        As alterações no padrão de acumulação capitalista, mais precisamente, as transformações oriundas desde o século XX até a contemporaneidade do século XXI, impactam no mercado de trabalho profissional do assistente social e alteram as relações entre o Estado e a sociedade.

        Desta maneira, a questão central que motiva este trabalho é a sociabilidade capitalista e o Serviço Social: o redimensionamento da profissão na contemporaneidade.

O Serviço Social como profissão tem sua gênese na sociedade capitalista na idade dos monopólios, no qual a questão social começa a ser enfrentada não apenas através de mecanismos de intervenção econômicos, mas também políticos e sociais. Sua institucionalização associa-se então à intervenção do Estado no sistema de regulação social, momento em que as refrações da questão social se colocam como objetos de políticas sociais. (RAICHELIS, 2011).

Nesse âmbito, pretende-se compreender a sociabilidade capitalista e a radicalização da alienação; refletir sobre as novas configurações assumidas pela questão social; analisar a inserção do assistente social nos processos de trabalho e atentar para a atual condição assalariada deste profissional.

Assim, é notável a necessidade do presente estudo, pois baseado na teoria social crítica de Marx se pretende elucidar o significado da questão social no presente, o trabalho do assistente social no contexto das transformações e redefinições no mundo do trabalho na contemporaneidade e as novas configurações e demandas que se expressam nos seus espaços sócioocupacionais.

Este artigo encontra-se dividido em quatro seções: a primeira vem tratar da sociabilidade capitalista e a radicalização da alienação, a segunda aborda as novas configurações assumidas pela questão social, a terceira relata a inserção do assistente social em processos de trabalho e a quarta analisa a condição assalariada deste profissional. Logo, busca-se uma fundamentação adequada de possibilidades democráticas e progressistas do Serviço Social a fim de superar as práticas próprias do voluntarismo e messianismo.

2. A SOCIABILIDADE CAPITALISTA E A RADICALIZAÇÃO DA ALIENAÇÃO

        

Na sociedade capitalista, os homens são acometidos por determinadas relações que subsumidos à produção social – fundamento da vida em sociedade – são medulares e independentes de suas vontades e decisões. As relações mencionadas são as relações de produção e referem-se a um dado nível de desenvolvimento das forças produtivas. (MAURÍCIO, 2014).

Segundo Antunes (2010), a forma como a sociedade contemporânea se projeta atualmente está intrinsicamente atrelada aos diversos sistemas produtivos aos quais o capitalismo se apoiou para desenvolver-se, este enquanto sistema econômico exerce forte domínio sobre a lógica social, historicamente expressa pela subordinação da classe trabalhadora à classe dominante[1], justamente pelo fato desta última ser detentora dos meios de produção, que em cada momento histórico se utilizou de um sistema produtivo diferente para impor sua hegemonia.

Dessa forma, a organização do trabalho passou por inúmeras transformações, objetivando com isso o maior êxito possível do processo produtivo, e consequentemente a expansão do capital, através da acumulação de lucros, por meio da apropriação da mais-valia produzida pelo trabalhador.

Na sociedade burguesa, as relações sociais de produção se alienam dos próprios homens a medida que se desenvolve a produção capitalista, sendo expressão de uma história de auto-alienação a inversão de sujeito a objeto, próprio do capital como relação social. Por conseguinte, esse processo conduz às armadilhas da reificação: beneficiar os atributos das coisas materiais em detrimento das relações sociais que as qualificam. Em outros termos, reforça-se “a materialização das relações sociais e a personificação das coisas”, “um modo de ficção sem fantasia, uma religião do vulgar”, da qual as ideias são cativas da produção capitalista e só refletem sua aparência superficial. (Marx, 1974a).

Deste modo, praticamente todo o espaço ocupado pelo capital converte-se em “espaços de poder” – o mercado, a família, a arte, a vida cotidiana, a família, entre outros –, aqueles onde a mais-valia é produzida e repartida, envolvendo o conjunto do funcionamento da sociedade. Consequentemente, o que se verifica é a transgressão e degradação das relações de família, da vida social, assim como a edificação de novas relações no âmbito da juventude, mulheres, idosos e trabalhadores.

 Por isso, pode-se dizer que o capital produz a banalização do humano em seu movimento de valorização e potencia as desigualdades sociais (hoje impensáveis sem a intermediação do Estado e das políticas econômicas e sociais implementadas). Ampliam-se também as contradições entre classes e o espectro de suas lutas acrescidas de diferenças de gênero, geração, regiões, que estabelecem determinações históricas à produção e reprodução das relações sociais. Se faz necessário então, um esforço a fim de apreender as múltiplas expressões da questão social e as mediações que envolvem a sua produção e reprodução, enquanto objeto de trabalho do assistente social. (IAMAMOTO, 2008).

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