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David Harvey: Condição Pós-Moderna

Por:   •  17/8/2016  •  Artigo  •  3.916 Palavras (16 Páginas)  •  407 Visualizações

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Sociologia II

2º ano de graduação em Serviço Social - Noturno

Discente: Laís Andrade Garcia

Docente: Alexandre Marques Mendes

Franca – SP

2015

David Harvey: Condição pós-moderna - 11ª edição. São Paulo: Loyola, 2002. “O Fordismo” (Páginas 121-134).

O fordismo foi o modo de criação de massa criado por Henry Ford, mas seu modo de implantação foi mais complexo que isso.

Nesse regime se aplica o modo de divisão do trabalho. Nessa forma de produção cada funcionário se dedica a uma função específica, tendo uma tarefa fixa, o que aumenta a produtividade. Decompor o processo do trabalho é um fator crucial para o aumento da produção, organizando as tarefas de trabalho.

O fordismo enfrentou resistências assim como o taylorismo, especialmente a resistência do trabalhador em relação à produção em linha de montagem. O que diferenciava o fordismo do taylorismo é que Ford reconhecia que a produção significava consumo de massa com um novo sistema de reprodução, diferenciando gerência, concepção, controle e execução.

Visava dar a renda aos trabalhadores para que consumissem. Propiciou o aumento de salários no início da crise de 1929 e após isso, o New Deal fez o que Ford tentou fazer sozinho.

Expansão no período pós guerra pós 1945 levou o fordismo à sua maturidade como regime de acumulação completamente terminado e organizado. Esse crescimento dependeu de nossos compromissos dos principais atores do processo de desenvolvimento do capital: o Estado teve que assumir novos papéis; o Capital Corporativo teve que se ajustar para permanecer lucrando; o Trabalho teve novas funções no mercado de trabalho e nos processos de produção. O equilíbrio entre esses fatores não se deu do dia para a noite pu pelo simples acaso, pois resultou de anos de luta.

O fordismo pós guerra se apoiou no modernismo, na influência internacional, onde o desenvolvimento mundial da economia trouxe ciclos econômicos que oscilavam. Difundiu-se de maneira desigual à medida que cada Estado buscava sua maneira de administração das relações de trabalho, estratégias monetárias e fiscais, de bem-estar e de investimentos públicos.

Portanto, o fordismo tinha a idealização da produção de massa do seu modo de produção, mediante à lei de oferta e da procura, ou seja, quanto maior for a quantidade de determinado produto do mercado, menor será o valor que ele vai ser vendido, um processo que gerava uma alta na produção. Porém como os salários, as condições de trabalho e a falta de direitos aos trabalhadores, o regime fordista entrou em crise. O lucro vinha da quantidade, atingindo o maior número possível de consumidores.

Esse modo de produção em massa era prejudicial ao trabalhador, que tinha um trabalho repetitivo, desgastante, mal qualificado, com salários baixos.

DEJOURS, Christophe. “As estratégias defensivas”. In. “A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho”. 5ª edição, São Paulo: Cortez-Oboré, 1992. (Páginas 27-47)

O autor faz apontamentos importantes sobre o trabalho, desde a Revolução Industrial na esfera capitalista.

Os subproletariados que habitam as favelas, os cortiços, que são zonas periféricas das cidades, caracterizada pelo não-trabalho e subemprego. A miséria operária é como uma doença epidêmica. A estrutura das famílias dos subproletariados tem suas características próprias: a maior parte do orçamento familiar é consumido pela alimentação; a quantidade de filhos é excessiva, entre 8 a 10; não há estrutura familiar, onde na maioria dos casos os pais são divorciados; pouca escolarização dos jovens que ficam à margem da criminalidade; a carência e ausência de recursos atrapalha o desenvolvimento das crianças. Essa população possui poucos recursos relacionados à saúde.

A luta do trabalhador não é só pela melhoria de salários, mas também a luta pela sua saúde física e mental. Existe uma grande resistência sobre falar da doença, então começa-se a escondê-la por vergonha de assumir ou buscar ajuda, como se  individuo fosse culpado por estar doente com receio do julgamento de que se está doente é porque é preguiçoso. No caso do homem, estar doente está ligado à vagabundagem. Então surge a recusa em ir ao médico por medo de descobrir novas doenças. Já a mulher não se pode permitir ficar doente por conta dos filhos e dos serviços domésticos, então não existe paralisação do trabalho.

Para o subproletariado, a gravidez acaba sendo uma vergonha visto que as famílias comuns com 8 ou 10 filhos mal suprem suas necessidades básicas de sobrevivência. A gravidez faz com que os filhos sejam o centro da vida da mãe. Após os filhos criados, as mães se sentem inúteis, o que pode levar a doenças fatais, onde já não se tem vontade de melhorar.

Esse tipo de situação traz à tona a ideologia da vergonha que se relaciona a dois fatores. O primeiro é o corpo, que envolve a sexualidade, a gravidez, a doença, onde só se considera o corpo que trabalha, o que traz vergonha por estar com o corpo incapacitado. O outro fator é a relação doença/trabalho, onde a doença corresponde a ideologia da vergonha de ter que parar de trabalhar. Essas ideologias trazem revoltas para o trabalhador que acaba por buscar o alcoolismo, a violência, a depressão, a loucura, que são estratégias de fuga dessa situação de inutilidade.

Em muitos casos, o subproletariado não se beneficia das políticas de assistência, não por não ter conhecimento, mas por tentar evitar e afastar tudo que é relativo à doença. Os grupos, onde se encontram determinados números de pessoas para lazer e acabam partilhando suas experiências como trabalhador.

O trabalho repetitivo é objetivo do sistema taylorizado, cujo objetivo é o aumento da produtividade. Reprimia a vadiagem que era considerada como o tempo que o trabalhador enrolava no trabalho. É então, encontrada a forma de dividir a organização e os órgãos do trabalho. Nesse sistema temos o trabalho individual (repetitivo, monótono, que separa os indivíduos); e também o trabalho coletivo (exige vários dias ou meses até sua conclusão; traz divisão e separação dos homens).  A estratégia defensiva não é individual e sim um aspecto coletivo.

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