FICHAMENTO – Documento de Teresópolis.

Docente: Silvia Alapanian

Discente: Natalia Figueiredo

FICHAMENTO – Documento de Teresópolis.

O Documento de Teresópolis se constitui como fruto do II Seminário de Teorização do Serviço Social, promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais (CBCISS), entre 10 a 17 de janeiro de 1970, com a participação de 33 assistentes sociais, que tomaram conhecimento prévio da temática do encontro. Assim como Araxá, Teresópolis assume uma perspectiva modernizadora.

Os profissionais participantes do encontro optaram por priorizar três temas: I Fundamentos da Metodologia do Serviço Social, II Concepção Científica da Prática do Serviço Social, e III Aplicação da Metodologia do Serviço Social. O primeiro tema foi debatido em plenária a partir de três textos base, o de Costa, Dantas, e Soeiro. Segundo José Paulo Netto, Costa insere em sua análise elementos críticos, que os diferenciam dos outros autores. O de Dantas é o que melhor expressa à perspectiva modernizadora, pois ele forneceu respostas adequadas para as duas demandas da época de renovação: uma fundamentação científica para o Serviço Social, e um redimensionamento para as práticas profissionais.  Já o texto de Soeiro, não atendia as demandas postas pelo desenvolvimento de 1967, pois era além da perspectiva modernizadora.

O I Seminário de Teorização (Araxá) ocorreu em um período histórico que abortava os canais de expressão e participação política, em razão da ditadura militar. Já o Seminário de Teresopólis ocorreu no auge do militar-fascismo, o que contribui ainda mais para a exclusão de caráter crítico.

A relação entre o Documento de Araxá e o de Teresópolis, não é de ruptura, mas sim de continuidade, pois não apresentam diferenças. A postura de Teresopólis é desenvolvimentista, com ênfase na estrutural-dualista, e sendo assim o assistente social continua se colocando na posição de agente do processo de indução de mudanças.

Porém, em Teresópolis o papel do assistente social extrapola o de “agente de mudança” para ser o de “real funcionário do desenvolvimento”. A direção central do Documento foi oferecer aos profissionais formas instrumentais para garantir a eficácia da ação profissional, de forma clara, são direcionadas para uma dimensão operativa da profissão.