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Notas sobre o Marxismo e Serviço Social, suas relações no Brasil e a questão do seu ensino

Por:   •  9/11/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.101 Palavras (9 Páginas)  •  1.024 Visualizações

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Anotações do texto: NETTO, José Paulo. “Notas sobre o Marxismo e Serviço Social, suas relações no Brasil e a questão do seu ensino”. In.:Caderno ABESS 4. São Paulo: Cortez, 1991. p.76-95.

Obs.: texto escrito em 1989

Sobre as crises do marxismo(trabalho com o texto)

- Indica que temos a tradição marxista e muitos marxismos;

- Indica que é necessário distinguir: as crises de desenvolvimento teórico X crises de implementação prático-política

- Indica que, de um lado ocorre uma determinada leitura da obra de Marx – derivou na constituição do marxismo: como uma concepção reducionista do pensamento marxiano, vulgarizado a  ponto de converter-se numa teoria “fatorialista da história”, numa sociologia evolucionista e numa projeção fatalista da transição socialista (Lukács – denominou de socialismo vulgar);

- De outro, as experiências vividas de implementação prático-política – principal experiência vivida na antiga União Soviética (vivida do final do sécXIX e primeira metade do sec. XX, mais enfaticamente), seja com a experiência do Stalinismo (entre os acadêmicos marxistas, tal corrente -junto com outras, é chamada de marxismo vulgar ) ou ainda com a perspectiva Trotskista – derivado o chamado marxismo-leninismo[1].

- “a crise do socialismo real só pode ser identificada à crise do marxismo, se este, por seu turno, for identificado como marxismo-leninismo” (p. 83)

- a reflexão apresenta como referências centrais de sua análise (p.83):

1- não é legitimo equalizar as crises que chamei de desenvolvimento teórico às de implementação prático-politica (nem no passado, nem no presente);

2- O desenvolvimento do pensamento inspirado em Marx sempre foi plurívoco, implicando desdobramentos alternativos cujos patamares de arranque, com inusitada frequência, foram postos por crises na exploração de outras linhas de reflexão concorrentes; logo, a emersão de uma crise numa destas linhas não se configura, necessariamente, a crise da tradição marxista;

3- A avaliação do alcance da magnitude das crises ocorrentes numa linha de reflexão inserida na tradição marxista depende, em primeiro lugar, de uma avaliação global do estado desta tradição como um todo;

SINTESE:

Ver vídeo: Obra marxiana x tradição marxista - https://www.youtube.com/watch?v=_AlYXnBoaRc

*ver síntese da p.84

- Vale dizer: a obra de Marx (obra marxiana) forneceu a base para inúmeros desenvolvimentos (as correntes marxistas) que, no seio de um bloco teórico-ideológico diferenciado (tradição marxista), oferecem tratamentos complementares, alternativos e/ou colidentes para os problemas

que se foram e se vão colocando no mundo burguês e nos empreendimentos para ultrapassá-lo.

Marxismo e o Serviço Social no Brasil

- A tradição marxista e o Serviço Social no Brasil revela 2 elementos a serem destacados inicialmente:

Primeiro - essa interlocução só se desenvolve efetivamente no decorrer dos anos 60 – depois do SS atingir três décadas de sua implantação e com significativo patamar de institucionalização;

- a tradição marxista já produzia (no país) duas grandes matizes interpretativas da formação social brasileira: Caio Prado Junior  e Nelson Werneck Sodré;

-Porém a tardia interação com essa perspectiva se deve ao “profundo conservadorismo” que dominava os meio profissional;

Segundo – a interlocução com a tradição marxista, operou-se basicamente sem a referência direta à teoria social de Marx, até a entrada dos anos 80; valendo-se especialmente de intérpretes e de manuais de divulgação – de qualidade duvidosa;

Mas relações entre a tradição marxista e o SS só podem ser vistas considerando o quadro mais amplo da renovação profissional  (entre meados dos anos 60 e início da década de 80).

Situa então que nos últimos 30 anos (referência da produção do texto – em 1989) muda-se substantivamente o panorama do profissão no Brasil:

- da crise do SS tradicional – já emergente na entrada dos anos 60 é precipitada pela “modernização conservadora” instaurada com a ditadura bergues (1964), quando tem início o desenvolvimento de políticas sociais favorecedoras ao grande capital. O Serviço social redimensionará sua ação frente aos “novos” espaços abertos para o SS, reprimindo outras tendências profissionais. “(...) a ditadura acabará por laicizar o SS”(p.86)

- nesse sentido a profissão se renovará no Brasil, implicando em uma “diferenciação interna” - como resposta à “modernização conservadora” – essa tendência fundamenta-se na instrumentalização operativa embasada no lastro neopositivista– onde as principais questões voltavam-se ao planejamento e à administração de recursos(base tecnicista)»Vertente que se firma no seminário de Araxá (1967) e se consolida no Seminário de Teresópolis (1970)

*Netto (1991) indica que como esse perspectiva se desenhou colada a imagem da ditadura, com a crise da mesma (ditadura), essa mesma perspectiva perde ressonância na categoria profissional;

- O contraponto feito então ao tecnicismo – apresenta-se na segunda metade dos anos 70 (como uma vertente alternativa) – vertente então inspirada na fenomenologia (mas que originalmente marcada por valores católicos convencionais – que se opõe a emergente “teologia da Libertação”) – corrente que procurará resgatar traços tradicionais da profissão, mas dissolvidos em elaborações que buscavam ampliar as referências teóricas da profissão;

- Essa posição criticava o ranço positivista do perfil profissional, como também criticava as interferências marxistas;

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