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O Auxilio Reclusão

Por:   •  1/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.007 Palavras (9 Páginas)  •  136 Visualizações

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I Apresentação

Através das matérias estudadas no 3° período do Curso de Serviço Social e a interdisciplinaridade por elas oferecidas, fomos atraídos a tratar de uma política social em especial: O Auxílio Reclusão.

Por se tratar de uma política que gera grande polêmicas, nas redes sociais, com pessoas no dia a dia que não conhecem a fundo sobre o benefício, fazendo com que muita gente pense que é uma “ajuda” desnecessária e muita das vezes até injusta, produziu em nós um grande interesse de irmos além desse senso comum que nos permeia e nos bombardeia a todo instante nos dias atuais.

Através desse estudo, nos foi possível reconhecer as particularidades desse benefício e desvelar suas tão comentadas contradições. Nós como estudantes de serviço social, nos sentimos no dever de trazer a tona e quebrar alguns pensamentos e falas tão equivocados e atenuantes que fazem parte do nosso cotidiano.

Ouvimos muito a cerca da mesma: “ Auxílio para preso? ”, “Não trabalha, rouba e ainda recebe dinheiro após ter cometido crime? ”, “Vou começar a cometer crime então! ”, ou mais, “Tem gente que trabalha duro e não recebe quase nada, agora um bandido, não trabalha, rouba e recebe dinheiro, assim está fácil. ” Dentre essas e outras mais citações, ficam perambulando em volta desse assunto. Pois será que é assim mesmo, como muitos dizem? È benefício ou ajuda?

Quem recebe? Quanto recebe? Como recebe? Quais são os critérios?

O estudo feito a partir de tais questionamentos nos trouxe amplitude acerca do benefício, usando como instrumento a entrevista, para fazer com que alcançássemos respostas que nos possibilitem ter uma visão crítica e real do assunto.

Segundo Medina (2004) citado por Lewgoy , p, 235

Refere-se à entrevista como um momento épico, único e especial, de encontro entre sujeitos, no qual se faz presente o embate democrático e saudável de ideias, trajetórias e singularidades. Se de fato vivida, e não apenas cumprida, pode se transformar em um intenso momento de proliferação de análises, reflexões e experiências de vida, do qual tanto entrevistado quanto entrevistador sairão transformados pelo intercâmbio, pelos embates e interfaces ocorridos.

Através de uma pessoa do nosso grupo, nós conseguimos ter acesso a uma beneficiária do auxílio reclusão, sendo ela sua prima, vamos nomeá-la de Elisângela, foi nossa entrevistada. A integrante do nosso grupo entrou em contato com ela, por meio de celular no dia 28 de março de 2018 e a perguntou se teria disponibilidade e interesse para fazer a entrevista e tirar nossas dúvidas a respeito do benefício que recebia. No entanto ela se mostrou bem receptiva desde o primeiro momento.

Marcamos o encontro inicialmente para o dia 03 de abril, mas não obtivemos sucesso. Posteriormente conseguimos no dia 07 de abril. O encontro aconteceu, na praça de alimentação de um Shopping, sendo assim tivemos a impressão que ela não queria que fossemos até a casa dela por algum receio.

Nos encontramos, nos apresentamos e fizemos as perguntas que havíamos preparado no nosso relatório.

Chegamos com perguntas que foram feitas previamente elaboradas de acordo com o que foi aprendido em sala de aula, porém no decorrer da entrevista foram desenvolvidos outros questionamentos acerca do que estávamos procurando saber, tornando ainda mais enriquecedor para nosso trabalho. A entrevistada se mostrou bem conhecedora do auxílio, e falou de forma bem esclarecedora facilitando a entrevista.

II Descrição do Perfil Socioeconômico da Entrevistada:

Parentes Idade Gênero Renda Escolaridade

Elisângela 24 anos Feminino 0,00 7° ano

Parceiro (recluso) 25 anos Masculino 880,00 5° ano

Filho 8 anos Masculino 0,00 2° ano

Observando o quadro podemos notar que era imprescindível o uso do benefício pela entrevistada, sendo que, anteriormente a prisão de seu parceiro Elisângela possuía emprego como frentista recebendo cerca de 1,200,00, porém logo após a prisão de seu parceiro, seu chefe, ficou sabendo do acontecido e resolveu demiti-la, por uma questão de segurança.

III Análise das Expressões da Entrevistada

Elisângela, uma mãe jovem, parceira, trabalhadora, cuida da casa, do filho, e do seu parceiro, mas que de repente se viu sem seu parceiro, pois foi detido por cometer roubo, alguns dias depois ela estava sem emprego e aguentando humilhação nas idas frequentes a cadeia para visitá-lo, somando ainda com a constrangedora e difícil maneira de tentar amenizar e explicar a situação para a criança, afinal o pai não estava mais em casa.

A entrevistada nos relatou que ser mulher de um preso não é nada fácil, sua principal fundamentação se dá no que diz respeito das visitas no presídio, onde se passa muita humilhação, não importa, se você é mulher, ali naquele momento da revista, você é mais uma suspeita, cuidados e procedimentos precisam ser tomados para o controle da instituição. Ela não se sentia reconhecida como mulher e mãe, porém sabia que eram necessários todos os métodos.

Elisângela nos diz que logo que seu parceiro foi preso, ela teve acesso a informação do benefício por meio de sua sogra, que alegou que a mesma teria direito ao benefício por seu parceiro estar trabalhando com carteira assinada quando cometeu o crime, sendo assim ele era um contribuidor da previdência, e tinha uma criança de 8 anos que era seu dependente, seu filho. Logo, entrou em contato com a previdência pelo número 135, fez o agendamento para a perícia e ver se estava apta a participar e receber o benefício. Ela declara que não teve dificuldades para ter acesso a ele e levou as documentações necessárias a previdência. Ela nos diz, que o benefício era muito bem-vindo e importante, pois, tinha seu filho que precisava de se alimentar de se vestir, como ela havia perdido o emprego, por consequência do ato de seu parceiro, ficou sem renda para o sustento da criança, e afirma que tem ciência de que seu filho não tinha culpa do ato do pai, enfim era apenas uma criança. E diz que assim como seu filho recebeu o benefício, acredita e afirma que a vítima que foi lesada pelo ato do seu parceiro, pois havia cometido roubo, deveria ser ressarcido, ela declara:

“Talvez

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