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O Serviço social no contexto da ditadura militar

Por:   •  7/5/2018  •  Resenha  •  689 Palavras (3 Páginas)  •  1.253 Visualizações

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O serviço social no contexto da ditadura militar

Uma agitação política em toda América latina em 1960 é causada pelo modelo desenvolvimentista que gerou frustrações na população. Nessa época o capitalismo predominava, sabemos bem que o mesmo produz riqueza, mas também gera pobreza, pois esse sistema sobrevive da desigualdade social e exclusão social.  A partir de todo esse cenário as pessoas passaram a fazer movimentos sociais em busca de melhoria e de uma revisão política. Logicamente o Serviço Social passou a olhar essa situação de uma forma diferente, pois sabia que não havia como ficar neutro perante todo esse ocorrido e contribuir efetivamente para as causas sociais. O movimento de reconceituação do serviço social traz esse rompimento com a neutralidade além de questionamentos sobre sua postura, sobre a ética e metodologia.

Vários países passavam pelo regime militar nesse período, no Brasil não foi diferente. No dia 1 de Abril de 1964 entramos na famosa autocracia burguesa, ou seja, ditadura militar.

Para aqueles que se opunham ao regime tinha consequências tais como: tortura como método interrogatório e controle político, instalando no país a “cultura do medo” com o foco no silêncio. O modelo econômico e político adotado nesse período fez com que o país vivesse uma fase de crescimento acelerado do Produto Interno Bruto (PIB), um período não permanente, característica do capitalismo. Isso ficou conhecido como o famoso “milagre econômico”  que era conseguido com grandes projetos financiado pelo capital externo, os fatores que contribuíram para isso foram: a expansão industrial, aumentos das importações industriais e produtos agrícolas, empréstimos e investimentos externos, o que consequentemente aumentava a desigualdade social, agravando expressões da questão social como a miséria, trabalho infantil, desnutrição, doenças e óbitos, além do arrocho salarial. Vale ressaltar que nesse período foi abolido, na pratica, o direito de greve.

"A economia vai bem, mas o povo vai mal." Reconhecimento de Médici um dos governantes militares durante a ditadura.

Nesse contexto de repressão, dominação e crise econômica, de certa forma, houve uma grande insatisfação por parte dos assistentes sociais principalmente a respeito do ferimento dos direitos humanos que todo cidadão deveria ter, sobretudo o direito de expressão e de liberdade. Ponto importante para guiar o movimento de reconceituação, os movimentos da classe trabalhadora, cultural e estudantil que lutavam pela reconquista dos seus direitos.  Vale ressaltar que o serviço social nessa época era apresentado de uma forma tradicional do inicio da profissão, como uma pratica paliativa, caritativa e assistencialista, reforçada pela ditadura militar. A partir daí começa então o rompimento com a neutralidade. Ora, como alguém que não se posiciona a cerca da realidade social vai solucionar tais reivindicações? Nesse âmbito o serviço social encontra a necessidade de mudar o agir profissional, sair do conservadorismo e humanismo cristão para um sistema com técnica e instrumentos de trabalho mais eficazes. A repressão também atinge o serviço social, limitando o seu agir. Os Assistentes sociais de diversas universidades brasileira se reúnem e criam um marco de uma possível ruptura com o que estava posto: Documento de Araxá (1967). Esse documento traz o que o Serviço Social necessitava de uma nova configuração, começando pela teorização, sendo assim era preciso que a pratica profissional fosse mais pautada em princípio teórico e em ações que servissem melhor a sociedade brasileira. Nessa mesma linha surge o Seminário de Teresópolis (1970) com o propósito de analisar a questão da metodologia profissional do Serviço Social. Outra importante experiência para o rompimento do serviço social tradicional foi o método de belo horizonte (BH)  da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais. (1972-1975) que inaugura a vertente de ruptura com o tradicionalismo profissional e será retomada pelo serviço social apenas uma década depois.

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