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Serviço social na ditadura militar

Por:   •  18/5/2017  •  Monografia  •  2.771 Palavras (12 Páginas)  •  632 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

      O objetivo deste projeto é apresentar contribuições para uma análise sobre a atuação do Serviço Social , durante  a Ditadura Militar no Brasil, no período de 1964 a 1985. Pois este momento histórico Brasileiro, reflete muitas concepções a serem debatidas. Inclusive o processo de Renovação da profissão , que teve seu desencadeamento neste período. Uma evolução de pensamento, se sustentou no período da Ditadura para o Serviço Social, pode-se dizer , que esse momento histórico restringe uma etapa do desenvolvimento da profissão, os tempos da falta de opinião tinham ficado para trás. O Assistente Social,desejava sair da condição caritativa, para Agente de mudança. A renovação do Serviço Social , é a expressão mais característica desse momento político do país. A intenção de ruptura do Serviço Social manifesta o propósito de romper com suas origens teórico-metodológicos do pensamento conservador e positivista. Porém , a Ditadura isolou a vertente da crítica social, que emergiu no início da década de 60, e isso perdurou até meados da década de 70. Já no início dos anos 80, a perspectiva era de um pensamento politizado da profissão, muitos profissionais aderiram, a esta nova vertente, tornando-a hegemônica. O congresso de 79, e os seguintes confirmam esta tendência.Todos esses aspectos são limitantes e se configuram como desafios à prática profissional, exigindo posicionamento dos/as assistentes sociais, tendo clareza de quais são as suas competências e atribuições, de forma que suas ações estejam pautadas no compromisso profissional com a classe trabalhadora. Ao realizar esta retomada da trajetória recente do Serviço Social brasileiro, podemos concluir que não se trata apenas da história do Serviço Social, mas também do Serviço Social na História.

  1.  JUSTIFICATIVA

         Muitos Assistentes Sociais e Estudantes de Serviço Social sofreram perseguição política, na época da Ditadura Militar, pois, havia resistência e luta contra a repressão, a favor da Justiça Social e da Liberdade,Sequestros, torturas, clandestinidade, exílio e até mortes, eram constantes. Ainda hoje, existem pessoas que simplesmente desapareceram. Estes sombrios, porém reais acontecimentos fazem parte dos anos de chumbo no Brasil.O presente Estudo tem a finalidade, de resgatar uma trajetória de luta pela Democracia, vivida pelos Assistentes Sociais nos anos Ditatoriais. Os mesmos tiveram seus direitos violados, e sofreram diversos tipos de tortura, nos porões da repressão, em um momento, em que os profissionais já se articulavam e questionavam em relação à ruptura do  conservadorismo, típico da profissão daquela época. Os debates sobre a reconceituação do Serviço Social foram sufocados  pela Ditadura, que passou a controlar as Políticas Sociais.O resgate de parte dessa triste história Brasileira é importante, para que os feitos a favor da Liberdade e Igualdade Social, que são norteadores da profissão, não se percam na história, que fazem parte de um passado não muito distante do nosso país, e ajudaram a tecer o Serviço Social da atualidade, e que nem sempre, é levado às salas de aula para que novas gerações possam conhecê-lo. O desconhecimento da história, também é uma forma de repressão. A contribuição do Serviço Social para a exposição dos fatos, é que muitos de seus profissionais estiveram frente a frente com os opressores, e houve mudanças consideráveis na atuação dos Assistentes Sociais, que influenciaram a reconceituação da profissão no Brasil. A forma de enfrentamento, e como agiam os profissionais em tempos tão conturbados estimula a vertente do pensamento crítico, essencial para às mudanças no presente e futuro. O estudo é relevante, pois mesmo nos dias de hoje, vivendo numa Democracia, os profissionais ainda encontram desafios muito parecidos no fazer profissional, com os dos  anos Ditatoriais. As mazelas, herança de outros tempos, também continuam presentes na sociedade, com outros contornos, porém sobrevivem. É clara a importância do conhecimento desses fatos, para a formação do Assistente Social, e que isso alimente um posicionamento, um questionamento, em relação às demandas que surgirem em qualquer area de atuação. E que o usuário seja sempre priorizado e orientado para o conhecimento de seus direitos, dentro da sociedade. A escolha do tema prende-se a uma necessidade de fomentar além do conhecimento próprio, e interesse nos mais jovens, e a necessidade de rompermos de forma permanente, com o conservadorismo na profissão e também na sociedade, identificando as estratégias usadas pelos profissionais naquela época, para fazer valer os direitos da população. Os questionamentos são muitos. Como era articulada a resistência? Como eles lidavam com as expressões das questões sociais da época, mesmo sendo engolidos pela repressão? E logo, saber sobre às torturas, que os mesmos sofreram, de que modo isso afetou suas vidas, e como eles veem o Serviço Social na atualidade, e o futuro da profissão. A Ditadura militar marcou a formação e o trabalho dos profissionais do Serviço Social Brasileiro. Que o estudo nos traga reflexão sobre a profissão, e contribua de alguma forma para nossa atuação. E que jamais esqueçamos, das conquistas que vieram através de muita Luta. Alguns profissionais que admiramos e nos espelhamos, terão sua trajetória dentro do contexto, relatadas aqui. Através de pesquisas bibliográficas, documental, memórias e conteúdo de entrevistas.

Outro fato a ser considerado, é que as barbáries da ditadura deixaram marcas profundas em quem esteve lá e até em seus familiares. E o que há de conquistas no presente, é resultado do que foi feito no passado, e precisam continuar sendo feitas, pois a profissão está em constante mutação. Dentro desse contexto, de não somente evidenciar parte da história, mas também aperfeiçoar o presente e garantir um futuro mais igualitário, esse trabalho se justifica. Mantendo a ideia de emancipação humana, liberdade e justiça social, podendo servir de apoio para outros estudos, e contribuindo como fonte de informações para Estudantes e demais interessados que atuem na area de Serviço Social.

  1. OBJETIVOS

Objetivo geral:

  • Mapear os estudos da atuação dos Assistentes Sociais no período da Ditadura Militar.

Objetivo Específico:

  • Compreender como os profissionais de Serviço Social lidavam com a repressão para garantir os direitos da população.
  • Identificar como era feito o enfrentamento profissional diante do Regime Militar.
  • Problematizar os estudos dos Assistentes Sociais que foram considerados subversivos, pelo Regime Militar.

         

                       

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

      O Serviço Social é concebido como uma especialização do trabalho inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho coletivo. O exercício da profissão, é regulamentado pela Lei 8.662 de 1993 (IAMAMOTO,2009)

Participa, concomitantemente e através da mesma atividade, dos mecanismos de exploração e dominação e da resposta às necessidades de sobrevivência da classe trabalhadora, na reprodução do antagonismo dos interesses sociais. Desta forma, “reafirma-se a ‘questão social’ como base de fundação sócio-histórica da profissão, salientando as respostas do Estado, do empresariado e as ações das classes trabalhadoras no processo de constituição, afirmação e ampliação dos direitos sociais.(IAMAMOTO,2009, p.13)

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