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O advento da sociedade pós-industrial: uma tentativa de previsão social.

Por:   •  16/6/2016  •  Resenha  •  1.211 Palavras (5 Páginas)  •  649 Visualizações

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BELL, Daniel. O advento da sociedade pós-industrial: uma tentativa de previsão social.

O conceito da sociedade pós-industrial lida sobretudo com as mudanças na estrutura social, com a maneira segundo a qual a economia esta sendo transformada e como esta sendo remanejado o sistema ocupacional, e com as novas relações entre a teoria e o empirismo, particularmente entre a ciência e a tecnologia. O autor não pretende afirmar no texto que essas alterações na estrutura social determinem alterações correspondentes na política e na cultura. Pelo contrário, as alterações na estrutura social suscitam problemas para o resto da sociedade, e isso de três maneiras.

Primeiro a estrutura social – Particularmente a estrutura social é constituída por funções planejadas de modo a coordenar as ações dos indivíduos para a realização de fins específicos. As funções dividem os indivíduos, definindo modalidades limitadas de comportamento, adequadas a uma posição em particular, mas os indivíduos nem sempre aceitam de boa mente as imposições de uma função. Um dos aspectos da sociedade pós-industrial, Poe exemplo, é a crescente burocratização da ciência e a cada vez amior especialização do trabalho intelectual em Partes muito definidas. Contudo, não ficou claro se os indivíduos que começam a se dedicar a ciência hão de aceitar essa segmentação,como fizeram os que ingressaram no sistema fabril há cento e cinqüenta anos.

Em segundo lugar, as mudanças na estrutura social suscitam problema de ordem administrativa para o sistema político. Numa sociedade que se vai tornando cada vez mais consciente de seus destinos e que procura controlar sua própria sorte, a ordem política adquire necessariamente a suprema importância. Pelo fato de acentuar a importância do componente técnico do conhecimento, a sociedade pós-industrial força o hierofantes da nova sociedade – os cientistas, engenheiros e tecnocratas – a competir com os políticos ou a se tornarem seus aliados. O relacionamento entre a estrutura social e a ordem política passa desta maneira a representar um dos principais problemas do poder numa sociedade pós-industrial. E em terceiro lugar, os novos modos de vida, que dependem intensamente da primazia do conhecimento cognitivo e teórico, põem inevitavelmente em xeque as tendências da cultura, a qual se empenha em aprimorar o eu e se torna casa vez mais antinômica e antiinstitucional.

O conceito da sociedade pós-industrial é uma generalização muito ampla. Seu significado será mais facilmente compreendido se especificarmos cinco dimensões ou componentes do termo:

1 - Setor econômico: a mudança de uma economia de produção de bem para uma de serviço;

2 - Distribuição ocupacional: a preeminência da classe profissional e técnica;

3 – Principio axial: a centralidade do conhecimento teórico como fonte de inovação e de formulação política para a sociedade;

4 – Orientação futura: o controle da tecnologia e a distribuição tecnológica;

5 – Tomada de decisões: a criação de uma nova tecnologia intelectual.

A primeira característica, e a mais simples, de uma sociedade pós-industrial é já não esta a maior parte da força de trabalho ampliada à agricultura ou a manufatura, e sim aos serviços, os quais se definem, residualmente, como comercio, finanças, transporte, saúde, recreação, pesquisa, educação e governo.

A segunda maneira de definir uma sociedade pós-industrial é através da mudança nas distribuições ocupacionais; isto é, alterou-se não somente o onde as pessoas trabalham como também o tipo de trabalho que elas executam. Numa grande medida, a ocupação constitui o mais importante dentre os determinantes de classes e de estratificação na sociedade.

O inicio da industrialização criou um novo fenômeno, o trabalhador semiqualificado, que seria treinado dentro de umas poucas semanas para executar as operações de simples rotina exigidas pelo trabalho com as maquinas. Na sociedade industriais, o trabalhador semiqualificado do vem constituindo a categoria mais numerosa da força de trabalho. A expansão da economia de serviços, dando destaque ao trabalho em escritórios, à educação e ao governo, provocou naturalmente uma mudança de tendências, que se voltaram para o funcionalismo. Contudo, a mudança mais impressionante foi o aumento de emprego de natureza profissional ou técnica, para funções que exigem geralmente certo grau de educação superior.

Ao identificar um novo sistema social que vai surgindo, não é somente nas tendências sociais extrapoladas, tais como a criação de uma economia de serviços ou a expansão da classe profissional e técnica, que buscamos meios para compreender a mudança social básica. É, antes, através, de certas características

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