Os desafios da Universidade Pública Brasileira no cenário atual

Os desafios da Universidade Pública Brasileira no cenário atual.

As Universidades publicas no Brasil vem enfrentando dificuldades, fruto das transformações socioculturais ocorridas nas últimas décadas.

As Universidades publicas são as principais responsáveis pela formação de profissionais qualificados e por quase toda a produção cientifica brasileira.

Com a paralização econômica, crescimento da inflação e a crise fiscal global dos anos 1970, a opção política foi o neoliberalismo: privatizações, reduções de serviços públicos prestados diretamente pelo Estado, liberalização econômica e desregulamentação do mercado de trabalho, dos mercados financeiros e dos fluxos de capitais. A abertura do mercado educacional foi uma das consequências das implementações de políticas educacionais de natureza neoliberal.

Os processos de globalização conciliado pelo desenvolvimento das tecnologias da informação, somados aos objetivos e ações propostas pela visão neoliberal, especialmente no campo das políticas educacionais, colocaram em jogo a natureza e o papel da Universidade. Iniciado em meados do século XX, o conhecimento tornou-se uma mercadoria altamente comercializável devido a influência do desenvolvimento das tecnologias da informação. Na década de 90, para poder explorar com mais intensidade o seu potencial lucrativo foram estabelecidas novas leis nas quais permitiram um aumento expressivo do número de instituições de Ensino Superior privado. O desenvolvimento das tecnologias da informação, e o expressivo crescimento dos cursos superiores marcam a passagem do ensino de “elite” para o ensino de “massa”.

O desenvolvimento científico e cultural da comunidade acadêmica vem sendo prejudicado pela eliminação e pela reorganização das atividades que não agregam valor econômico. Como consequência, as disciplinas de formação humana e social vêm sendo gradativamente extintas da estrutura curricular, a fim de tornar as mensalidades mais acessíveis aos alunos “clientes”, o que possibilita uma saída para os cursos universitários se tornarem mais competitivos frente o atual cenário educacional. As disciplinas de ordem prática passam a ser valorizadas em desvantagem das disciplinas teóricas ligadas à formação integral do ser humano.

Nos últimos anos houve um acelerado aumento no numero de instituições e de matriculas no setor privado. Enquanto as privadas cresceram de maneira temerosa, as públicas estagnaram. Assim, o fenômeno que antes era próprio do mercado financeiro, industrial e comercial atingiu também o Ensino Superior. Com o processo de globalização, somados à valorização do conhecimento e às novas exigências da sociedade atual, o ensino tornou-se um mercado promissor, digno de grandes investimentos.

O ensino baseado somente na preparação para o mercado de trabalho não vem ao encontro das exigências do mundo contemporâneo. Por isso, não basta o sujeito ter o domínio de técnicas especificas ao exercício de determinadas profissões, é necessário que ele seja capaz de resolver, de forma independente e flexível, os desafios que poderão surgir ao longo de sua trajetória profissional.

 No início do curso, tudo parece ser fácil e vantajoso; porém logo em seguida surgem as dificuldades impostas pela sociedade globalizada e os estudantes, despreparados, passam a enfrentar os desafios do exercício profissional e da vida em sociedade. A redução do tempo de duração dos cursos, somada ao aumento do número de estudantes por grupo, tem por resultado a diminuição da qualidade de ensino. As aulas limitam-se à simples transmissão de conteúdos. Os alunos encontram-se submetidos aos saberes dos professores. A aprendizagem é apenas o resultado da memorização dos conteúdos. Não há espaço para que os alunos pesquisem e interliguem seus saberes com outros conhecimentos afins.

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