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Preconceito nas Religiões Afro-brasileiras

Por:   •  14/2/2021  •  Trabalho acadêmico  •  5.096 Palavras (21 Páginas)  •  113 Visualizações

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Fundamentação teórica

História da umbanda no brasil

Sincretismo Religioso

Discriminação social

Metodologia

A criminalização das religiões de matriz africana umbanda

Como o serviço social se posiciona

Escravidão umbanda e serviço social

Fundamentação Teórica

Cultura negra: bantos, iorubá e Candomblé

        A cultura brasileira com sua grande riqueza em traços culturais e históricos conta com grande parte de sua construção formada pelos costumes trazidos dos povos africanos vindos para o Brasil durante seu povoamento. Mesmo que contendo diversos grupos de povos, os maiores grupos vindos da África foram os Bantos e Sudaneses aos quais prevaleceram em maior quantidade após o tráfico negreiro.

         Muito da cultura Banto foi implementada na construção da cultura brasileira, tanto em aspecto religioso por meio de macumbas e vudus, como no musical com os ritmos de samba, mambo e rumba, ou ainda estético como cubismo, arte Naif e carnaval. Além de todos os aspectos analisados na construção da cultura brasileira, os Bantos tiveram grande parte de sua religiosidade implementada como uma herança na construção da Umbanda, com elementos ritualísticos como a música, danças transe, pemba, plantas, pedras, pontos riscados, simbolismo das cores. “A contribuição da tradição banto destaca-se também por meio de elementos filosóficos como o culto aos mortos, o culto à natureza e o dogma da reencarnação31 ” (OLIVEIRA, 2008, p. 52).

        Os Sudadaneses compondo o segundo maior grupo de povos trazidos da África para que fossem mantidos em escravidão viviam nas regiões conhecidas hoje como Nigéria, Benin e Togo. Os outros grupos são, entre outros, os iorubás ou nagôs (keto, ijexá, egebá, etc), os jeje (ewe ou fon) e os fanti-axantis.

        Segundo Oliveira (2008) os Iorubás no contexto afro-brasileiro contêm grandes influências nas construções dos chamados terreiros pois eles buscavam sempre se reunir em templos para que então pudessem cultuar suas divindades Nanã, Obaluaê e Oxu-Marê (tríade de Orixás daomeanos ou nigerianos) que até então eram separadas por regiões africanas e ainda, reservavam um discreto espaço para entidades de ascendência congolesa e ameríndia: caboclos, pretos velhos e exus, no mais das vezes agrupados sob o nome genérico de eguns (espíritos dos mortos).

        Com a chegada dos portugueses estes povos eram arrancados de suas casas sem escolha, separados de suas famílias e colocados nos porões dos grandes navios negreiros, transportados de forma cruel, sendo alimentados raramente com pão e agua ou então grande parte dos escravos que acabavam morrendo, seus corpos eram devorados por povos famintos ou arremessados ao mar, tudo para que ao mais tardar atracasse em terras Brasileiras para serem vendidos por fazendeiros ricos onde eram obrigados a trabalhar dia e noite, sem direito a descanso e sob pena de castigos físicos torturantes.

        Com o decorrer dos atos o catolicismo passara por grandes crises devido ao movimento protestante de interesse da metrópole e dos senhores de escravos como tentativa de acalmar os mesmos, e ainda da própria igreja, afim de aumentar o número de fiéis cristãos. Portanto, assim como ocorrido anteriormente com os índios, os negros escravos passaram a ser considerados como possuidores de almas e assim se tornarem passiveis de catequese e conversão cristã. “Primeiro, o catolicismo fora imposto aos escravos como religião oficial. Depois, para atrair a crescente clientela de negros livres, a Igreja criaria a irmandade dos pretos, canonizaria santos negros e incorporaria manifestações culturais de origem africana em rituais católicos” (OLIVEIRA, 2008).

        Ainda que a igreja preservasse a humanização dos povos não ousou promover mudança ou benefício para as condições desumanas e de tortura vivida pelos escravos. A igreja usou da religião para que junto a escravidão conseguisse que os escravos se tornassem mais vulneráveis e passiveis de todo trabalho duro para que assim quando morressem conseguissem alcançar ao céus e se redimir de todos pecados fazendo também o uso de todo sofrimento vivido para comparação com a vida de Jesus Cristo.

        Acordado com a coroa portuguesa, a ideia era catequisar e converter os negros de pagãos em cristãs obedientes e inofensivos para que se conformassem com as condições que lhes eram impostas.

        Portanto, afim de dar aos escravos o pouco estímulo para que continuassem seu árduo trabalho, lhes era permitido pelos senhores de escravos que fossem feitas pequenas socializações com cânticos, sons e danças desde que estas não ofendecem a moral cristã, ou ainda que não prejudicasse o desemprenho do trabalho em suas condições de escravos. Entretanto, os atos de religiosidade africana eram vistos pela Igreja Católica como práticas demoníacas.

        Após serem convertidos ao catolicismo, os escravos ganhavam direito de participar de missas, eventos e frequentar a igreja de seus senhores visto pela Igreja como forma de aproximar os povos separados somente pela cor da pele mesmo que ainda controlasse a fé dos escravos. Destaca-se ainda que durante p século XVIII não se havia a perspectiva abolicionista do século XIX, portanto o escravo apenas alvejava sua alforria. Quando não era possível, procurava outros meios de fugir do controle absoluto do senhor, mesmo que apenas em alguns aspectos de sua vida cotidiana. Naquela época, a liberdade seria escolher seus parceiros conjugais, ter permissão para frequentar festas e batuques ou filiar-se a uma irmandade.

        Filiando-se a algumas irmandades existentes havia uma forte perspectiva de ajuda entre os membros participantes, tendo também através de contribuições de afiliados, o auxilio em compras de cartas de alforria onde era possível o pagamento a advogados para procura o que poderia ser feito contra o seu senhor, conseguir um enterro cristão, construções de tempos de religiões próprias dos negros, com tudo essas irmandades mais a frente deram início no que conhecemos hoje os famosos candomblés.

                Em outras palavras, o culto dos Orixás era feito de forma disfarçada, a fim de evitar retaliações preconceituosas da elite católica branca.

        Para concluir, podemos dizer que a fé dos negros nas suas divindades esteve inicialmente disfarçada nas danças e cantos que faziam no culto aos santos católicos. Mas que, entretanto, num segundo momento, essa fé se dirigiu tanto a uns como a outros. Isto é, assim como os índios, os negros continuaram acreditando nos seus Orixás ao mesmo tempo em que se consideram cristãos. A origem africana na Umbanda é objeto de muitos debates entre os intelectuais da religião. Por a palavra “umbanda” já existir na África antes de surgir a religião no Brasil, causa algumas confusões sobre uma possível origem principal da Umbanda, mesmo que, embora ambas se refiram a práticas rituais religiosas, aqui e lá possuem semelhanças e diferenças, elas estão longe de ser a mesma coisa.

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