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Processo de trabalho do assistente social elaboração de documentação: Implementação e aplicabilidade

Por:   •  25/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  309 Visualizações

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Disciplina: Oficina de trabalho com indivíduos

Professor(a):

Nome: Raquel de Souza Dutra Araujo

Referência Bibliográfica:

TURCK, Maria da Graça Maurer Gomes. Processo de trabalho do assistente social elaboração de documentação: implementação e aplicabilidade. 2.ed. Porto Alegre: Graturck, 2007. (Caderno Graturck 001). p. 38-43.

ESTUDO SOCIAL

IDENTIFICAÇÃO

Nome do sujeito: Marcelo Luiz Araujo

Idade: 67 anos              Data de Nascimento: 23/08/1949

Naturalidade: Ipatinga/MG

Escolaridade: Ensino fundamental completo

Estado civil: casado

Endereço: Não possui moradia fixa

Nome do conjugue: Berenice Maria Araujo

Idade: 63 anos    

Filhos (as): Um filho

Nome do filho: João Araujo    

Idade: 40 anos

Expressão que dá visibilidade à Questão Social: sujeito em situação de rua, envolvido com uso abusivo de álcool.

Estratégias Metodológicas: entrevista individual, busca ativa de familiares, debates em Rede Social e estudo social disponibilizado pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População de Rua (Centro-POP).

HISTÓRIA SOCIAL

O Sr. Marcelo, 67 anos, casado com Berenice, dessa relação conjugal foi gerado um filho chamado João. Entretanto, relata que não possui mais contato com sua família. Segundo Marcelo, sua esposa reside em Ipatinga-MG.  Já sobre seu filho ele não sabe sua localização.

Afirmou que trabalhou como marceneiro por mais de 30 anos na Companhia Aços Especiais de Itabira (Acesita) em Ipatinga-MG, mas que largou o emprego, para procurar seu filho que saiu de casa após envolvimento com o crack, tendo obtido informações com os vizinhos de que João tinha como destino o Município de Serra/ES.

Relatou ainda, “meu filho fez curso técnico de mecânica e informática, mais não sei por que não conseguia emprego, ficava só na televisão deitado, minha mulher fazia salgados para fora, trabalhava até de noite e eu sempre trabalhei, desde 13 anos, não agüentava ver aquela situação, quando ele conseguia, pegava de vez em quando uns bicos, mais gastava no bar tomando pinga com a turma dele” (SIU)*. Em seguida disse que “depois que meu filho entrou no mundo do crack, ficou agressivo, chegou a bater na mãe e eu não agüentei e acabei partindo para cima dele. Bati mesmo” (SIU). Disse que sua esposa o culpava pelo sumiço de seu filho, sendo este o motivo de sua ida para o município de Serra/ES, almejando encontrá-lo e levá-lo de volta para sua cidade. Afirmou também que já se passaram mais de 8 anos que procura por seu filho, não tendo notícia alguma até o momento, temendo que João já tenha ido à óbito. “Por isso não tive coragem de voltar para casa” (SIU).

Informou através de seu relato “estou vivendo na rua há mais de sete anos, mais sinto saudade da minha mulher” (SIU). Disse que é etilista, mas que faz uso do álcool para suportar a ausência da família, expressando desejo de retornar para Ipatinga, mas não sabe se sua esposa deseja recebê-lo de volta.    

ANÁLISE

A partir da descrição do caso acima, podemos identificar que a família de Marcelo se encontrava anteriormente com os laços afetivos fragilizados, devido à situação de escassez de diálogo entre os membros da família, o desemprego, a dependência etílica e química do filho Jõao. A forte pressão social e familiar exercida sobre João, expressa a cultura da culpabilização do individuo, presente em nossa sociedade contemporânea, sendo essa resultante da pseudoconcreticidade, ou seja, apreensão do aparente que esconde as expressões da questão social. O desemprego estrutural é uma delas, sendo resultante de mudanças na estrutura da economia, onde cada vez exige-se mais qualificação do trabalhador para ser absorvido ao mercado de trabalho. O comportamento de João demonstra a busca de fuga de sua situação vivida, encontrando no consumo de álcool e do crack uma forma de se anestesiar da realidade.

A ação desencadeada de forma agressiva por Marcelo repercutiu um sentimento de culpa, tendo ele dificuldade em compreender a dimensão da situação em que seu filho e sua família estavam enfrentando, devido a carência de informação e estratégias de enfrentamento da situação vivenciada. Essa situação de forte conflito, seguido de desaparecimento do filho, acarretou grande abalo na relação do casal, tendo Marcelo encontrado como única saída para restabelecer essa situação, sair em busca de seu filho. Identifica-se também fortes traços de depressão em Marcelo, ele não demonstrou interesse em retornar ao trabalho, ou rever sua situação para se aposentar, deseja e ao mesmo tempo teme o contato com sua esposa, tendo ele encontrado no uso de álcool uma forma amenizar a dor ocasionada pelo afastamento do convívio familiar. O tempo em que Marcelo se encontra distante de sua família, fragiliza ainda mais a relação entre ambos, tornando cada vez mais propenso a dicotomia do casal.

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