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RESENHA DO LIVRO DE SUELI CARNEIRO: RACISMO, SEXISMO E DESIGUALDADE NO BRASIL.

Por:   •  28/5/2022  •  Resenha  •  1.405 Palavras (6 Páginas)  •  290 Visualizações

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RESENHA DO LIVRO DE SUELI CARNEIRO: RACISMO, SEXISMO E DESIGUALDADE NO BRASIL.

• O livro “Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil” reúne textos da filósofa e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Sueli Carneiro. A obra é composta por alguns textos apresentados em coluna de opinião no Correio Braziliense. Nele, a autora traz uma reflexão crítica à sociedade brasileira, nos deixando evidente o racismo, sexismo e a desigualdade existente nas relações.

A obra se inicia com a compreensão de Joaquim Nabuco sobre a escravidão, no qual acredita que ela, permaneceria por muito tempo na sociedade brasileira. Isto, porque, a abolição não foi seguida de medidas sociais que beneficiassem os recém-libertados. Como herança dessa escravidão, surge o racismo científico, que se dá a divisão da humanidade em raças e estabelece hierarquia entre elas, colocando uns como inferiores e outros como superiores. Decorrendo, então, nas desigualdades sociais que conhecemos hoje. Em seguida, menciona que as desigualdades raciais são realçadas com base na perspectiva de que o racimo é tomado como variável independente e explicativa das desigualdades, conforme exposto na obra de Carlos Hasenbalg.

São duas as concepções ideológicas em disputa na sociedade. A concepção do mito da democracia, no qual “resulta em uma poderosa construção ideológica, cujo principal efeito tem sido manter as diferenças inter-raciais fora da arena política, criando severos limites às demandas do negro por igualdade racial”. De outro lado, a magnitude do pensamento de esquerda que visa a luta de classes como compreensão das contradições sociais, colocando as desigualdades raciais de lado. Logo, essas concepções ideológicas, tem em comum, deste modo, a minimização e a invisibilidade da intersecção de raça para as questões dos direitos humanos, da justiça social e da consolidação democrática.

• No contexto histórico brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, foi o primeiro presidente brasileiro a manifestar que no Brasil havia um problema racial. Em consequência disto, gestou as primeiras políticas públicas de inclusão racial, sendo impulsionadas no processo de construção da participação do Brasil na Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, que ocorreu em Durban. O Plano de Ação da Conferência em Durban tem como objetivo garantir que os Estados elaborem programas direcionados à população negra, destinando verbas para área da saúde, educação, saneamento básico, habitação, entre outros. Além disso, sugere que os governos promovam igualdade no acesso ao emprego e invistam em políticas de ações afirmativas.

Em continuidade, o presidente Luís Inácio Lula da Silva aprofundou o compromisso em prol do fim das desigualdades raciais. Entre gestos de competência, indicou diversas pessoas negras para o governo, além da criação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial com status de Ministério sob liderança de Matilde Ribeiro. Porém, no âmbito da implementação das políticas públicas há avanços e fracassos.

Dentre os avanços principais é mencionada a promulgação da Lei n. 10.639/03 que institui no currículo oficial da Rede de Ensino, obrigatoriedade do tema “História e cultura africana e afro-brasileira”. Lula, porém, vetou artigo da lei no qual as disciplinas de História e Artes deveriam dedicar pelo menos 10% do seu conteúdo programática à temática negra, além do artigo que determinava que cursos de capacitação de professores contassem com entidades de movimento afro-brasileiro, de universidade e outras instituições de pesquisas pertinentes a matéria.

Outros programas do governo voltado a população negra, infelizmente fracassaram, como o Primeiro Emprego, tinha por objetivo incentivar as empresas como mecanismo para o combate da discriminação.

Infelizmente, no nosso país, as ações afirmativas seguem um debate utópico, fundado na meritocracia. A partir dessa visão, a autora cita a reação conservadora contra o sistema de cotas, reproduzindo mais uma vez o racismo existente em nossa sociedade.

Nesse contexto, o diretor executivo de jornalismo da Globo, Ali Kamel, vem se posicionando contra as cotas e demais políticas destinadas aos negros. Essa jornada é acompanhada de outros veículos de informação, como os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, que se posicionou contra “por princípios filosóficos”, sem especificar a qual filosofia deve seu fundamento.

Além da política de cotas, o ataque se expandiu para todas as políticas de promoção da igualdade racial. Acabou sobrando até para Gilberto GIl, ministro da Cultura da época, a colunista Barbara Gancia criticou a decisão do ministro de apoiar grupos envolvidos com hip-hop, como, segundo Gil, forma de promover “novas formas de expressão da latente criatividade dos pobres do país”. A proposta de Gilberto Gil consiste em considerar política pública federa, experiências proveitosas desenvolvidas por artistas de rap, grafiteiros e dançarinos do hip-hop em parceria com organizações da sociedade civil ou poderes públicos, que fazem diferença na inclusão de jovens das periferias.

Além do impacto na música, o movimento hip-hop emerge em lideranças juvenis que consideram rap e grafite meios para que jovens reflitam sobre muitos temas de extrema importância que hoje aflige muitos, como: Drogas, uso de camisinhas, violência, exclusão social, discriminação maternidade e paternidade responsáveis. Esses líderes juvenis atuam tanto em escola, como faculdades, presídios, entre tantos outros locais. E assim, se aprofundam no compromisso

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