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Trabalho e Relações Sociais

Por:   •  10/8/2021  •  Resenha  •  485 Palavras (2 Páginas)  •  85 Visualizações

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Crise do capital, exército industrial de reserva e precariado no Brasil contemporâneo

A medida em que o modo de produção capitalista se reproduz vai se conformando em uma série de alterações responsáveis por provocar redimensionamentos na totalidade da vida social, que por sua vez vêm se exponenciando após um conjunto de transformações com a crise estrutural do capital, enquanto essa crise se aprofunda, fazendo sentir seus efeitos, a forma de ser da classe trabalhadora passa por uma reconfiguração. Segundo Ricardo Antunes (2009), as metamorfoses, podem ser visualizadas na disseminação de formas de trabalho temporário, part-time, na externalização da produção para espaços que permitem maior exploração da força de trabalho, bem como na redução dos empregos estáveis, gerando a exclusão de homens e mulheres do universo produtivo, esse sistema societal vem produzindo uma massa de trabalhadores sobrantes que não conseguem se inserir nos circuitos produtivos de mercadorias.

O desemprego remonta aos primórdios da existência do capitalismo, segundo Marx:

“A acumulação capitalista sempre produz, e na proporção de sua energia e de sua extensão, uma população trabalhadora supérflua relativamente, isto é, que ultrapassa as necessidades médias da expansão capital, tornando-se, desse modo, excedente” (Marx, 1989, p. 731).

Tal população constitui o exército industrial de reserva, a medida em que o processo de centralização do capital acontece, ocorre também o alargamento do exército industrial de reserva expressando completa funcionalidade ao sistema. Segundo a tradição marxista, uma das formas de compreensão das alterações processadas no interior da classe trabalhadora nos sintoniza com o recente debate acerca do precariado. Podemos iniciar esse debate, com as reflexões de Ruy Braga e Giovanni Alves, para o autor (Ruy Braga 2012), o precariado é como uma fração mais mal paga e explorada do proletariado urbano e dos trabalhadores agrícolas, excluídos a população pauperizada e o lumpemproletarioado, por considera-la própria à reprodução do capitalismo periférico. Da mesma forma, Giovanni Alves (2014), também acredita não ser possível enquadrar o precariado como uma nova classe social; acreditar nessa ideia seria para Aves e Braga, desconsiderar a dimensão ontológica de articulação da classe trabalhadora, a práxis humana criativa.

O precariado é o fruto dessa relação exponenciada pelas configurações gestadas com a crise comtemporânea, que alarga a dimensão flutuante do exército industrial de reserva. Quando falamos das formas contemporânea de articulação do precariado, contudo, não nos devem fazer perder de vista a dimensão e a importância de pautar a unidade, sobremaneira nesses tempos de crise do sindicalismo moderno e de escassa incidência das grandes mobilizações. Por fim acreditamos que o precariado venha a ser uma fração da classe trabalhadora, um grupo heterogêneo formado nuclearmente por jovens e adultos que apesar de apresentarem uma qualificação profissional, passam a se inserir em relações de trabalho cada vez mas precarizadas, marcadas pela alta rotatividade ou que ainda não conseguiram se inserir no mercado de trabalho, passando a engrossar e modificar o chamado exercito industrial de reversa ou superpopulação relativa, mais especificamente em sua camada flutuante.

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