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Arte Grego Romana

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Por:   •  11/3/2015  •  5.024 Palavras (21 Páginas)  •  479 Visualizações

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Arte da Grécia Antiga

Por arte da Grécia Antiga compreende-se as manifestações das artes visuais, artes cênicas, literatura, música e arquitetura, desde o início do período geométrico, quando, emergindo da Idade das Trevas, iniciou-se a formação de uma cultura original, até o fim do período helenístico, quando a tradição grega se dissemina por uma larga área entre a Europa, África e Ásia, abrangendo o intervalo de aproximadamente 900 até 146 a.C., data em que a Grécia caiu sob o domínio romano. Entretanto, esses limites cronológicos não são um consenso entre os historiadores.

Os exemplos mais conhecidos da arte grega antiga, e os que mais profundamente influenciaram as gerações posteriores, tanto teórica como materialmente, pertencem ao período clássico, quando conheceram apreciável unidade ideológica e formal, encontrando os seus alicerces numa filosofia antropocêntrica de sentido racionalistaque inspirou as características fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela representação naturalista do homem e, por outro, a tendência para o idealismo, traduzido na proposição de cânones ou regras fixas que definiam sistemas de proporções e de relações formais para as produções artísticas. A mesmo tempo, cristalizava-se o conceito de paideia, que vinha sendo elaborado desde os tempos arcaicos - um sistema de educação integral para a formação do cidadão perfeito - que previa uma função social e pedagógica para a arte, concebendo-a como uma atividade eminentemente utilitária e técnica e colocando-a na órbita dos ofícios mecânicos - de fato, somente no fim de seu ciclo a cultura grega passou a debater a ideia de que a arte poderia ter um escopo ampliado e popularizado, e ser praticada sem vínculo com a função social, e sim pelo puro prazer estético.

Porém, a arte da Grécia Antiga não se resume no período clássico, que abrange apenas pouco mais de cem anos de sua longa história, e teve manifestações de grande importância antes e depois dele, cujos conceitos e práticas eram bastante distintos. No helenismo, período que sucedeu o classicismo e representou a última floração cultural originalmente grega, embora colorindo-se de inúmeras outras influências externas, a arte passou definitivamente a se aproximar do público de um modo mais íntimo e pessoal, expressando todo o espectro da experiência humana, do cômico e do obsceno ao heroico e ao trágico, e do oficial e cívico ao prosaico e doméstico. As pesquisas mais recentes revelaram que mesmo durante o classicismo a aplicação prática dos padrões teorizados foi muito mais flexível do que se pensou durante muito tempo, abrindo espaço para variações e desvios da norma e a formação de várias escolas regionais diferenciadas.

A partir desta constatação, modernamente a arte da Grécia Antiga já não é vista como um bloco monolítico, mas sim como um corpo de expressões ricamente diversificadas, adaptáveis a contextos regionais, a influências externas e inúmeros outros determinantes. Em seu conjunto, por sua impressionante série de conquistas conceituais, formais, técnicas e funcionais, de grande consistência, forte base filosófica e ética e excitante novidade, e também pela alta sofisticação e qualidade técnica de seu produto, a arte da Grécia Antiga vem sendo, desde sua aparição, uma referência onipresente na cultura ocidental, repetidamente invocada pelos ocidentais como a mais sublime manifestação do engenho e da inspiração humana, mas sendo também, justamente por sua avassaladora influência, repetidas vezes contestada, combatida e mesmo ridicularizada, formando de qualquer maneira uma das referências mais centrais e permanentes da história da cultural ocidental. Hoje, com a grande penetração desta cultura em todo o mundo, a arte da Grécia Antiga se tornou conhecida e apreciada universalmente, recebendo imensa atenção dos estudiosos e do grande público.

O período aqui enfocado testemunhou uma série de modificações profundas na sociedade grega. Partindo de um conglomerado de tribos rurais independentes e frequentemente em guerra entre si, os genos, cujo único elo comum era a língua e a religião, e cuja cultura, dissolvida na Idade das Trevas, começava a ressurgir, os gregos encaminharam-se gradualmente para um modelo de vida urbano, constituindo-se as pólis, dominadas primeiro por uma aristocracia latifundiária, e depois por uma elite de políticos e comerciantes, dentro de uma moldura social mais ou menos democrática, na qual, porém, só tinham voz ativa os detentores do atributo da cidadania, permanecendo estrangeiros e escravos à margem dos processos decisivos, ainda que não dos produtivos e sociais. Esse modelo se difundiu, em sucessivas ondas de colonização, por toda orla do mar Mediterrâneo e trechos do mar Negro. Mais adiante, enfraquecida por guerras internas, a Grécia sofreu o domínio macedônio e posteriormente o romano, extinguindo-se como sociedade independente.1

Ao longo desta história surgiu precocemente entre eles o desejo, de índole racionalista, por um conhecimento mais completo do mundo e do homem. Em vista disso desenvolveram-se diversas ciências como a matemática, a biologia, a medicina, a geometria, aastronomia, a ciência política, a óptica, a geografia, a filosofia, a etnografia, a historiografia, e lançaram-se os fundamentos dapsicologia e da psiquiatria. E para disseminar todo esse novo conhecimento, desenvolveu-se também um modelo educativo de largo escopo, conhecido como paideia, consolidado no período clássico, que objetivava a educação integral do indivíduo para o perfeito domínio de si, para o exercício pleno da cidadania e para o desfrute de uma vida mais rica, saudável, harmoniosa e significativa.2 3

Naturalmente, a arte produzida nesse continuum de transformações refletiu-as de variadas maneiras, tanto em termos de estiloquanto de significado e função. Permaneceram mais ou menos constantes, porém, alguns traços comuns, regidos pelo conceito básico da kalokagathia, o qual associava a beleza com as virtudes morais, religiosas e cívicas. A arte não era vista como uma atividade meramente decorativa, mas engajava-se profundamente, como disse Andrew Stewart, na construção e transformação da sociedade e na consagração de ideologias específicas. Por isso, estava sujeita a uma série de convenções que impunham ao artista a criação de produtos socialmente significantes, capazes de, atendendo às formulações da kalokagathia, ao mesmo tempo adornar as cidades mas acima de tudo servir como modelos educativos.4 5 Sequer havia naquele tempo uma palavra para designar artecomo hoje a entendemos - uma atividade livre de compromissos e nascida em grande medida da criatividade e da iniciativa individuais do artista -, mas

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